Paixão de Cristo – remédio para nossos males.
(Na “Suma Teológica”, III,46, Santo Tomás analisa as razões da Paixão de Cristo; baseado em Santo Agostinho, afirma que a redenção pela Paixão foi o mais conveniente: o homem vê o quanto Deus o amou, é levado a amar a Deus por gratidão; na Paixão, Cristo deu exemplo de obediência, humildade, constância e justiça, virtudes necessárias à salvação; prometeu a graça e a glória, além de salvar o homem do pecado; lembrando-se de que o foi salvo pelo Sangue de Cristo, o homem evita o pecado; a dignidade do homem é elevada, pois venceu o diabo pelo qual fora vencido; a morte merecida pelo pecado foi superada pela morte de Cristo.) Que necessidade havia do Verbo de Deus padecer por nós? Grande necessidade e por duas razões. Uma, porque foi remédio para os nossos pecados; outra, porque foi um exemplo para as nossas ações. Foi, sim, um remédio, porque contra todos os males que contraímos pelo pecado, encontramos o remédio na Paixão de Cristo. Pelo pecado, contraímos 5 males.3º) Fraqueza. Pecando pela primeira vez, o homem pensa que depois pode abster-se do pecado. Acontece, porém, o contrário: debilita-se pelo primeiro pecado e fica propenso a pecar mais. O pecado vai dominando o homem cada vez mais e este, pois si mesmo, coloca-se em tal estado que não pode mais se levantar. É como alguém que se lançou num poço. Só pode sair dele pela força divina. Depois que o homem pecou, nossa natureza ficou debilitada, corrompida e, por isso, ficou mais propenso ao pecado. Mas Cristo diminuiu essa fraqueza e corrupção, bem que não as tenha totalmente apagado. O homem foi fortalecido pela Paixão de Cristo e o pecado foi enfraquecido, de sorte que este não mais o dominará. Então pode, auxiliado pela graça divina, conferida pelos sacramentos, cuja eficácia deriva da Paixão de Cristo, esforçar-se para sair do pecado. O nosso velho homem foi crucificado juntamente com Ele, para que fosse destruído o corpo do pecado (Rm.6,6). Antes da Paixão de Cristo, poucos viviam sem pecado mortal. Depois dela, contudo, muitos viveram e vivem sem pecado mortal.
4º) Dever de cumprir a pena do pecado. A justiça de Deus exige que o
pecado seja punido e a pena é medida pela culpa. Como a culpa do pecado é
infinita, porque ele agride o Bem Infinito, Deus, cujo mandamento o pecador
desprezou, a pena devida ao pecado mortal é infinita. Cristo nos livrou dessa
pena, pela sua Paixão, assumindo-a Ele próprio. Os nossos pecados (e suas penas) Ele carregou no seu corpo (1 Pd.2,24). A virtude da Paixão de
Cristo foi tão abundante que ela só bastou para expiar todos os pecados de
todos os homens. Por isso o que foi batizado foi purificado de todos os
pecados. Por esse motivo também é que os sacerdotes perdoam os pecados. Do
mesmo modo, aquele cujo sofrimento mais se assemelha ao da Paixão de Cristo
consegue um maior perdão e merece maiores graças.
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