sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mitos sobre Maomé, o “conquistador”, e o Islã.



Fonte: http://perigoislamico.blogspot.com.br/p/mitos-acerca-de-maome.html

MITO: As guerras de Maomé foram em legítima defesa

O mito de que no islão a guerra só se justifica em casos de legítima defesa é refutado pelos eventos em torno da Batalha de Badr, onde Maomé enviou os seus homens para atacar as caravanas e deliberadamente provocar uma batalha com o exército defensivo que veio de Meca.

O argumento em favor da sanção que Maomé deu à guerra ofensiva é também suportado pelo destino das 3 tribos judaicas de Medina (Banu Qaynuqa ,Banu Nadir, Banu Qurayza). Estas inocentes tribos - que viviam em Medina antes da chegada de Maomé - foram destruídas pelos muçulmanos por rejeitarem os delírios de Maomé em torno do seu alegado papel de "profeta" - e também porque Maomé queria ficar com as suas posses.

Consideremos o destino da tribo árabe Banu Mustaliq:

O profeta havia atacado a tribo Bani Mustaliq subitamente - e sem aviso prévio - enquanto eles se encontravam descuidados e o seu gado se encontrava a beber água nas fontes locais. Os seus homens de guerra foram mortos e as suas mulheres e crianças levadas como cativas.
(Bukhari 46:717)

Embora haja testemunhos fiáveis nas Hadiths e nas Siras que falam do gado dos Mustaliq, nenhum deles refere algum esforço por parte de Maomé em fazer paz com eles. Depois deste incidente, e depois de terem assassinado os homens, os soldados de Maomé abusaram sexualmente das mulheres da tribo com o conhecimento do "profeta" (Sahih Muslim 3371).

Pergunta para os maometanos: o que é que violar mulheres tem a ver com a "legítima defesa"?

Em muitas situações, Maomé levou a cabo guerras apenas com o propósito de se vingar, como foi o caso do ataque aos líbios numa altura em que estes não se encontravam preparados e a sua única forma de sobrevivência foi a fuga para os montes (Ibn Ishaq/Hisham 718).

Maomé atacou também o povo de Taif mal teve oportunidade como forma de se vingar pelo facto eles o terem rejeitado como "profeta" (Ibn Ishaq/Hisham 280 & 872).
Também como forma de refutar a noção de que Maomé apenas levou a cabo guerras em legítima defesa, temos a descrição do seu primeiro ataque aos Cristãos. Não havia razão alguma que o motivasse a enviar um exército até Muta - Síria - onde ele deu de caras com um desastre às mãos dos Bizantinos (Ibn Ishaq/Hisham 791).

Perto do fim da sua vida, o falso profeta Maomé levou a cabo investidas militares apenas com o propósito de propagar o domínio islâmico. Ele sabia que algumas cidades ofereceriam resistência enquanto que outras não, e como tal, ele deixou instruções em torno da forma de lidar com os resistentes:

O mensageiro de Alá (que a paz esteja com ele) disse:

"Quando chegarem a uma povoação (que se tenha rendido sem qualquer tipo de guerra formal) e ficarem por lá, vocês tem direito a uma porção (que será em forma de recompensa) das propriedades obtidas. Se a povoação desobedecer a Alá e ao seu mensageiro (e lutar contra os muçulmanos), um quinto do espólio apreendido por lá é para Alá e o seu mensageiro e o resto é para vocês."
(Sahih Muslim 4346)

Como se pode ver, aqueles que não se encontravam em guerra com os maometanos não só eram de qualquer das formas subjugados, como viam as suas posses roubadas e entregues a "Alá e ao seu mensageiro".

As campanhas militares tendo em vista o alargamento do domínio islâmico incluíram os ataques a Tabuk, que foi a segunda incursão até ao território Cristão da Síria, e onde Maomé forçou a população local a pagar-lhe tributo depois de ter emboscado e assassinado civis locais como forma de assegurar a sua autoridade (Ibn Ishaq/Hisham 903).

Outro exemplo é o mandato "convertam-se ou morram" dado à tribo árabe Banu al-Harith:
Foi então que o apóstolo enviou Khalid bin Walid . . . à tribo Banu al-Harith e ordenou-o a convidá-los ao islão 3 dias antes de os atacar. Se eles aceitassem, então ele (Khalid) deveria aceitar isso da parte deles, mas se eles recusassem, ele deveria lutar contra eles.

Então Khalid partiu e veio até eles. Depois enviou homens em todas as direcções e convidou-os a aceitarem o islão dizendo: "Se aceitarem o islão, ficarão a salvo".
Então os homens aceitaram o islão à medida que foram convidados.
(Ibn Ishaq/Hisham 959)

Obviamente que a legítima defesa não foi um factor importante em nenhum destes casos, embora os maometanos contemporâneos sejam susceptíveis de embelezar o registo inserindo detalhas não mencionados. Tal como na captura de Meca (630), os maometanos claramente tinham superioridade militar e o alvo da sua agressão não tinha capacidade para resistir os invasores.

De facto, a primeira parte da sura 9, o capítulo mais bélico do Alcorão, foi revelada pouco depois dos maometanos terem estabelecido domínio militar sobre Meca. Consideremos um dos versos mais violentos:

Mas quanto os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a oração e paguem o zakat, abri-lhes o caminho. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. (9:5)

As palavras "quando os meses sagrados houverem transcorrido" retiram a possibilidade desta guerra ter sido em legítima defesa. Os muçulmanos haviam já recebido a "autorização de Alá" para lutarem durante os meses sagrados, e é muito pouco provável que eles tenham sido atacados durante os 4 meses sagrados sem retaliarem.
O facto deles não estarem a ser atacados é consistente com o contexto histórico, onde o período do Haj era tradicionalmente um tempo de paz e tolerância por toda a Arábia.

Embora não estivessem a ser atacados, Maomé ordenou os seus homens que perseguissem e matassem os pagãos logo após o Haj. Os pagãos que concordassem em tornarem-se maometanos (isto é, practicar os pilares do islão, zakat e salat), teriam a permissão de continuar a viver depois da sua "conversão".

O verso 9:29 oferece uma regra diferente para os Judeus e para os Cristãos, permitindo que eles mantenham a sua fé desde que paguem uma "taxa de protecção" aos muçulmanos e reconheçam a "inferioridade" da sua fé. Caso eles oferecessem algum tipo de resistência, eles deveriam ser mortos.

Um dos exemplos melhor documentados do espírito agressor dos muçulmanos durante a vida de Maomé é o ataque à pacífica comunidade judaica de Khaybar. Isto ocorreu depois do tratado de Hudaibiya entre os muçulmanos e os habitantes de Meca, onde um período de paz entre os dois grupos foi acordado.

O tratado foi controverso entre os maometanos visto que, não só contradizia a ordem prévia de Alá de "expulsar" os habitantes de Meca à força (2:191), mas também porque Maomé concordou em não ser reconhecido como profeta no documento (Muslim 4401).
Ou seja, Maomé vendeu o seu estatuto de "profeta" por um período de paz com os seus inimigos militantes. Isto demonstra de forma cabal que Maomé sabia que ele era um falso profeta, visto que se ele realmente estivesse ao serviço do Deus Verdadeiro, nunca poria em causa o estatuto que Deus lhe havia conferido.

O Sagrado Profeta Elias enfrentou sozinho mais de 400 "profetas" de Baal mas não teve problemas em se identificar como Profeta do Deus de Israel:

Então disse Elias ao povo: Eu, só, fiquei, por profeta do Senhor, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinquenta homens
1 Reis 18:22

Maomé, que supostamente seguia a minha linha profética de Elias, e rodeado por centenas de homens dispostos a lutar e morrer por si, recusou-se a qualificar-se com um título que supostamente lhe havia sido dado por Deus.

Caro amigo muçulmano: é esta a forma que um genuíno profeta age? Não é este o sinal óbvio que Maomé sabia que a sua carreira profética era uma farsa? Desde quando é que um profeta de Deus, ao serviço da Maior Força que existe no Universo, se recusa a identificar como tal como forma de manter a paz com os pagãos? Quando Moisés se apresentou perante o Faraó, recusou-se a apresentar-se como profeta? Quando Eliseu, Jeremias e Amós se apresentaram perante autoridades religiosas e militares (sozinhos), perverteram eles o seu chamado ou foram fiéis a ele, mesmo que isso significasse a sua morte?

Isto é algo que os muçulmanos têm que pensar e considerar.
. . . .
Continuando:

Após negar ser um profeta e fazer um acordo humilhante com os pagãos, Maomé decidiu que seria prudente atacar os judeus de Khaybar como forma de readquirir a confiança dos seus homens e aplacar os murmúrios (que entretanto se estavam a gerar) com uma vitória militar sobre os frágeis judeus de Khaybar e a consequente captura dos seus bens e das suas crianças e mulheres.

Isto é devastadoramente embaraçoso para os apologistas islâmicos actuais quando eles tentam explicar como é uma tribo agrícola minúscula constituía uma "ameaça" para os muçulmanos.

Infelizmente para os maometanos actuais, não só não há qualquer tipo de evidência que suporte a tese de que os muçulmanos estavam sob qualquer tipo de ataque por parte dos judeus de Khaybar, como há pelo menos 3 referências históricas que contradizem qualquer tipo de alegações de "legítima defesa" da parte de Maomé.
A primeira é a descrição do ataque feita por Ibn Ishaq/Hisham:

Encontramos os trabalhadores de Khaybar saindo de manhã com os seus sacos e as suas enxadas. Quando eles viram o apóstolo e o seu exército gritaram "Maomé e a sua força!", largaram tudo e fugiram . . . . O apóstolo apoderou-se das suas propriedades, uma de cada vez . . .
(Ibn Ishaq/Hisham 757)

Os judeus de Khaybar não estavam a atacar Maomé. Eles inocentemente levavam a sua vida agrícola nem sabendo que era suposto eles estarem em guerra com o maometanos. Isto é confirmado no mesmo texto mais à frente:

Quando o apóstolo atacava uma povoação, ele esperava até a manhã. Se ele ouvisse o chamamento para as rezas matinais, ele esperava; se ele não ouvisse, ele atacava. Chegamos a Khaybar de noite e o apóstolo passou a noite por lá; quando a manhã chegou, ele não ouviu o chamamento para as rezas e como tal, ele cavalgou em direcção a eles, e nós fomos com ele.
(Ibn Ishaq/Hisham 757)

Maomé atacou a tribo apenas depois de ter esperado para ver se eles emitiam o chamado para as rezas matinais. Isto seria irrelevante se ambos os grupos já se encontrassem em guerra. Isto confirma que Maomé atacou o judeus de Kahybar por motivos outros que não os de legítima defesa.

Provavelmente a melhor evidência de que Maomé não agia em legítima defesa é o facto do seu próprio povo não ter entendido o porquê deles estarem a marchar para uma guerra. O seu genro, que estava a cargo da expedição militar, havia perguntado por algum tipo de justificação:

O mensageiro de Alá chamou por Ali e disse: "Avança e não pares até que Alá de conceda a vitória."

Ali avançou um bocado, parou . . . . e perguntou em voz alta: "Com que justificação devo eu lutar contra este povo?"

O profeta respondeu então: "Luta contra eles até que eles testemunhem que não há deus sem ser Alá e que Maomé é o seu mensageiro."
(Sahih Muslim 5917)

A questão que Ali fez seria desnecessária se os muçulmanos já estivessem sob ataque por parte da tribo de Khaybar. Tal como os escritos muçulmanos demonstram, o motivo do ataque foi 100% imperialista e supremacista. O seu propósito foi só o de levar a tribo a aceitar a alegada superioridade da fé islâmica.

Maomé facilmente capturou Khaybar e dividiu o espólio. O profeta torturou o tesoureiro da comunidade como forma de extrair informação dele, e mais tarde mandou-o matar (Ibn Ishaq/Hisham 764). Depois disto, Maomé ficou com a viúva do homem morto como sua mulher, Saffiya, e "consumou" o "casamento" nessa mesma noite - no mesmo dia em que matou o seu marido.

Os judeus que sobreviveram à invasão islâmica receberam permissão para ficar nas suas terras desde que dessem aos maometanos uma parte substancial das suas colheitas.

Conclusão:

A regra da guerra ofensiva foi estabelecida por Maomé como forma legítima de alargar o domínio islâmico. Os maometanos actuais que citam o seu exemplo para avançar com o maometanismo no ocidente estão a agir de acordo com o que a sua fé ensina.
Isto é muito importante de se levar em conta sempre que ouvimos ou lemos um apologista maometano a afirmar que o islão "propagou-se pacificamente".

Que religião é essa?

domingo, 26 de agosto de 2012

Aprimoramento do Caráter.

http://salveregina.altervista.org/o-melhoramento-do-carter-e-do-temperamento-3/?doing_wp_cron=1344619724.5545639991760253906250#more-273

O MELHORAMENTO DO CARÁTER E DO TEMPERAMENTO

d. CURZIO NITOGLIA

[Tradução: Gederson Falcometa]

21 de maio de 2011

http://www.doncurzionitoglia.com/miglioramento_carattere_temperam.htm


O CARÁTER



Natureza do caráter

· O caráter é o modo de ser habitual de um homem, que o distingue dos outros e lhe dá uma personalidade intelectual, moral, e psicológica propriamente sua. O caráter é distinto do temperamento. Na realidade o caráter indica as disposições intelectuais, morais, psicológicas e também espirituais do homem; enquanto o temperamento indica as tendências, que esconde na sua constituição orgânica e fisiológica.



· A Divisão do caráter contém três elementos:

. o racional (intelecto e vontade);

. o sensível (conhecimento dos sentidos internos e externos/apetite sensível: irascível e concupiscível);

. E o social ou das relações com os outros.

a) O elemento racional que comporta: o especulativo puro [cerebral árido] ou intelectual que tende ao amor do fim [contemplativo sábio].

b) O elemento sensível se subdivide em apatia indolente [egoísmo, mas não malícia] ou apatia enérgica [lentidão metódica e trabalho constante]. Afetividade emotiva [estro imaginativo e leveza ou instabilidade emotiva] ou afetividade apaixonada [paixões ardentes e profundas: cólera e impulsividade; paixões bem ordenadas duráveis].

c) A vida social distingue o reservado [falta de autoestima ou timidez] do ativo, que por sua vez pode ser irrequieto [tende a ação excessiva e frenética sem propósito] ou homem de ação [age depois de ter refletido e não desiste até conseguir o próprio fim].

A Educação do caráter comporta os seguintes conselhos:

O apático deve esforçar-se para adquirir maior sensibilidade.

O intelectual deve cultivar a força de vontade.

O afetivo deve estabilizar as próprias emoções e ordenar as próprias paixões.

O tímido deve adquirir maior segurança interna e confiança em Deus.

· O Ambiente Familiar desempenha certo papel sobre o caráter do homem, porque ele recebe o corpo dos genitores e a alma de Deus. Ora, ainda que o caráter diga respeito, sobretudo a alma, que é infusa diretamente por Deus, todavia essa informa um corpo, o qual constituí co-essencialmente a natureza do homem, o qual é “união substancial de alma e corpo” (Aristóteles). O homem não é apenas alma nem só corpo, mas alma e corpo. Então no caráter incluem-se também fatores somáticos que, todavia não são determinantes. A hereditariedade enquanto diz respeito ao corpo é corrigível pela alma bem educada, que informa e implementa o corpo e então é superior e mais nobre que ele. A alma é o elemento ou co-princípio substancial determinante, o corpo enquanto corpo é co-princípio substancial determinado pela alma, como matéria pela forma, potência pelo ato e a essência pelo ser [1].



· O Ambiente Externo no qual o homem nasceu e cresceu exercita por sua vez um certo influxo sobre o seu caráter, acrescentando e sobrepondo-se ao já recebido dos genitores. O clima, a terra na qual se nasceu e cresceu incidem, mas não determinam o caráter humano, assim como a alimentação e a higiene. É óbvio que um clima são, uma boa higiene, uma nutrição completa assegura uma tendência positiva ao bom caráter humano; enquanto um ambiente mal, insalubre, uma nutrição deficiente, uma habitação suja não ajuda a positividade do caráter, antes favorece, mas não determinam uma tendência negativa.



· A Educação Boa ou Escassa que se recebe com o crescimento, o ambiente familiar sereno ou não, no qual se vive as amizades virtuosas ou viciosas que também influem sobre o caráter.



Todavia uma boa vontade, uma sã educação intelectual, moral e, sobretudo espiritual são capazes de colmatar as lacunas hereditárias e ambientais que foram recebidas. Basta querer eficazmente, corrigir-se dos próprios defeitos e se obterá grandes melhoramentos. Mas isto requer a boa e séria vontade, não basta a veleidade sentimentalista e sincera. Porém a vontade humana, especialmente depois do pecado original, não é onipotente e nem menos tem um “poder despótico”, mas apenas “diplomático” sobre a sensibilidade, as paixões e os instintos que pertencem ao corpo. Então, além da boa vontade se requer a Graça sobrenatural e a vida espiritual para melhorar o caráter humano e torná-lo o menos deficiente possível.



O elemento psicológico e moral do bom caráter

· Psicologicamente o caráter bom é o equilibrado, que é composto de todos os elementos essenciais da natureza humana: a inteligência profunda, a vontade forte e também a sensibilidade bem ordenada. Na verdade o intelecto é servido pela memória e pela fantasia, que são duas faculdades do conhecimento sensível interno (“nihil in intelecto quod prius non fuerit in sensu”). A vontade deve ser iluminada pela inteligência (“nihil volitum, nisi praecognitum”) e a sua volta deve dirigir o intelecto para o verdadeiro (“voluntas ex se sola flectit intellectus quo vult”) e não para o capricho humano (“doctus cum pietate et pius cum doctrina”). Enfim a sensibilidade, que é comum ao homem e ao animal, não pode nem deve ser destruída ou reprimida no homem, o qual deve fazer as contas também com o corpo que é co-princípio substancial da natureza humana composta de alguma e corpo, onde ele não pode fazer menos do seu corpo de outra forma seria um fantasma, mas a sensibilidade deve ser educada e submissa a inteligência e a vontade, na realidade “o homem é animal racional” (Aristóteles) e não puramente instintivo, passional e sensível (“um leitão do rebanho de Epicuro”), nem puro espírito, nem besta, nem anjo, mas um misto misterioso de dois elementos, que devem ser colocados em união de colaboração subordinada (“quem quer se fazer anjo se faz uma besta”). Assim se haverá um homem de intelecto profundo, de vontade forte e constante e de sensibilidade ordenada e subordinada a parte nobre do animo humano: intelecto e vontade livre e enfim sublimada ou finalizada por Deus.



· Moralmente o bom caráter deve ser alimentado por uma consciência reta a qual é a voz interna que aprova as boas ações e condena as más. Essa nos ajuda a cumprir o nosso dever (“fazer o bem, evita o mal: isto é todo o homem”), nos torna livres do respeito humano ou vão temor do juízo dos homens mundanos e nos preserva do farisaísmo de uma dupla vida. Depois a força de vontade que nos torna donos de nós mesmos; de fato apenas a inteligência não nos dá este controle sobre nossas ações morais. Finalmente, a bondade de coração para harmonizar a consciência com a vontade e evitar que a primeira torne um implacável juiz dos outros e também de si mesmo e a segunda a teimosia obstinada e fria. É graças a bondade de coração ou benignidade que o caráter será positivamente e retamente humano: inteligente/livre/sensível, mas não implacável, teimoso, frio ou “desumano” (S. Th., II-II, q. 114, a. 2). É necessário saber evitar os dois erros por excesso (frieza desumana/ obstinação cega) e por defeito (sentimentalismo desordenado e não educado ou subordinado/insensibilidade extrema).



A formação do caráter

É a fadiga e o trabalho difícil de toda a vida, na luta contra o próprio “eu” ferido pelo pecado original e tendente ao egoísmo ou amor próprio: ao orgulho intelectual ou a ignorância bruta; a fraqueza de vontade ou a obstinação cega; a excessiva sensibilidade ou a dureza de coração. É necessário então conhecer a nós mesmos até o fundo não se recusando ver também as rugas e as feridas mais recônditas da nossa personalidade, para lhe poder premunir contra os males e educar positivamente.

O TEMPERAMENTO



Natureza do temperamento

O temperamento é o conjunto das tendências e inclinações que fluem a partir da constituição fisiológica do homem. No estudo do temperamento prevalece à parte corpórea do homem sem negar a racional ou espiritual, como no caráter prevalece o elemento racional ou espiritual da alma humana, sem negar o sensível e corpóreo. O temperamento é a índole natural e inata do homem.

Os quatro temperamentos fundamentais

Nenhum temperamento existe no estado puro, mas coexiste com os outros ainda que predomine sobre os outros. A classificação clássica, que remonta a Hipócrates, é – segundo os mestres de espiritualidade – aquela que mais corresponde à realidade, essa enumera quatro temperamentos fundamentais: o sanguíneo, o nervoso, o colérico e o fleumático. Vejamos-lhes juntos.

· O Temperamento Sanguíneo é aquele que predomina no excitar-se facilmente e fortemente, reagir imediatamente e bruscamente, mas a impressão ou a excitação não é durável e é logo esquecida.



a) Qualidade: o sanguíneo é afável, alegre, aberto, entusiasta, simpático, compassivo com o necessitado e submisso diante dos superiores, é também espontâneo e franco (até a inconveniência). Se for injuriado responde injuriando, mas imediatamente esquece e não guarda rancor. Ele é fundamentalmente otimista, não se desencoraja facilmente diante das dificuldades e espera sempre um bom êxito. Aceita piadas e brincadeiras não maldosas, tem o espírito de humor. É levado a amizade e a relações sociais, tem uma inteligência viva, brilhante, mas não muito profunda. Também é levado para atividades práticas mais que para aquelas especulativas, não tem a condição do “sapiente”, mas tem boa memória, fantasia e oratória. Os defeitos que precisam ser corrigidos com a boa educação são a superficialidade e o descuido os quais devem ser corrigidos com a profundidade e a sutileza.



b) Defeitos: a superficialidade, a inconstância e certa tendência a sensualidade e a preguiça. De fato, desde que é muito rápido e brilhante, lhe parece ter entendido imediatamente tudo, quando ao invés aprendeu apenas a ponta do iceberg. Daqui deriva a inexatidão, a emissão de juízos apressados, inexatos e incompletos, ainda que não totalmente privados de fundamento. Além disso, porque as suas impressões não duram muito, é levado também a inconstância no bem e no esforço. Ele não ama a abnegação, o sacrifício e o esforço. Pode sofrer de mudanças de humor, pode cair facilmente diante das tentações, mas se arrepende imediatamente (por exemplo, São Pedro Apóstolo), porém, o mesmo facilmente poderia recair por fragilidade não por malícia consumada. Enfim, dado que tem uma natureza ardente ou fogosa, é levado a paixão ou a sensualidade.



c) Educação: normalmente a boa educação ou correção se baseia sobre a diminuição dos defeitos e o incremento de qualidades. Então o sanguíneo deve dar a sua índole tendencialmente exuberante e volitiva um fim nobre. Mais que reprimir ocorre sublimar ou enobrecer as tendências que se encontram na natureza humana. Principalmente sublimação e secundariamente mortificações, as quais, no entanto, nunca devem ser excluídas ainda que não devam ocupar o primeiro lugar: as águas impetuosas arrastam todas as represas, se antes não é corretamente direcionada e encanada.



· O Temperamento Nervoso no começo não se esquenta facilmente, mas depois é levado a recordar a longo as injustiças cometidas contra ele, é assaz profundo ainda se não vistoso ou brilhante.



a) Qualidade: o nervoso é menos vivo e brilhante, mas mais profundo e constante. Ele é inclinado naturalmente a reflexão, a solidão, a quietude, a vida interior e contemplativa (por exemplo São João Apóstolo). Normalmente é sóbrio e dono de si, não é muito atraído pelas paixões.



b) Defeitos: tendência exagerada a tristeza e a sensibilidade extrema, ao pessimismo, a timidez, a desconfiança e ao desprezo.



c) Educação: ocorre aperfeiçoar a profundidade do nervoso, a sua concentração intelectual e voltá-la para Deus distraindo-a de si mesma. Infundir-lhe confiança, esperança em Deus e em si mesmo. Ocorre fazer-lhe evitar a suscetibilidade, a desconfiança corrigida por um otimismo corajoso e realístico.



· O Temperamento Colérico se inflama imediatamente e com violência, mas diferente do sanguíneo não esquece facilmente.



a) Qualidade: a atividade constante e intensa, o intelecto agudo, a vontade forte, a magnanimidade e bondade. A inteligência profunda do colérico é tendencialmente voltada a ação prática e rápida. Isto a torna um bom superior ou chefe e apóstolo (por exemplo, Santo Inácio de Loyola).



b) Defeitos: a tenacidade ou força de caráter o expõe a certa dureza nos modos, a obstinação, a insensibilidade e a irascibilidade. Pode ser vítima do desejo de vingança, da crueldade, do desejo de comandar e prevalecer, da heresia e da ação.



c) Educação: o colérico precisa tornar dono de si mesmo, sobretudo não deve agir precipitadamente, mas voltar, refletir e agir com calma. Além disso, deve se comportar o colérico de modo a suportar os débeis e molestos, a não humilhar ninguém, a não exercitar a autoridade tiranicamente, mas dócil e educadamente.



· O Temperamento Fleumático ou Apático não se excita facilmente e se o faz é de forma débil e plácida. Esquece imediatamente as impressões recebidas.



a) Qualidade: o fleumático trabalha lentamente, mas constantemente. Não deve ser submetido a um esforço muito grande. Se ofendido não se ressente, permanece tranquilo e judicioso. Não é sujeito a fortes paixões ou tentações. Tem a paciência do cartuxo, mas lhe faltam a criatividade do gênio ou do artista e o entusiasmo. Todavia se é bem determinado, devagar chega invariavelmente e com otimismo aos resultados do seu escopo (por exemplo, S. Tomás de Aquino, o “boi mudo”).



b) Defeitos: a lentidão excessiva, a tendência ao egoísmo e a falta de ideais.



c) Educação: se si inculcar ao apático profundas convicções e se o estimula a ação constante, metódica e não violenta ou rápida, pouco a pouco chegará ao topo.

Conclusão

A realidade é sempre mais complexa que os esquemas especulativos. Em um individuo se encontram misturados vários elementos de todos os quatro temperamentos. Todavia se tem um que é predominante, ele que nos permite “catalogá-lo” ou melhor, individuá-lo sem arquivá-lo definitivamente.

O temperamento ideal é aquele que une os dotes do sanguíneo (simpatia/vivacidade/altruísmo), do nervoso (profundidade/sensibilidade), do colérico (atividade inexaurível/tenacidade e força de vontade) e do fleumático (domínio de si mesmo/prudência/perseverança).

Fácil falar, difícil mas não impossível de fazer, com a ajuda de Deus.

“Omnia possum in Eo qui me confortat” (San Paolo).

d. Curzio Nitoglia

21 de maio de 2011



Link para esta pagina em italiano:

http://www.doncurzionitoglia.com/miglioramento_carattere_temperam.htm



Notas:



[1] Cfr. J. De Guibert, O caráter, Torino, Marietti, 1945; A. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, Roma-Bruxelles, Desclée, 1928; A. Royo Marìn, Teologia da perfeição cristã, Roma, Paoline, 1960.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Inquisição espanhola x bicicletas infantis: quem matou mais?






Inquisição Espanhola foi catorze vezes menos letal que bicicletas infantis

"À luz de sua reputação atormentadora, certamente surpreenderá aqueles que acreditam que milhões de pessoas morreram na Inquisição Espanhola aprender que durante os séculos 16 e 17 menos de três pessoas por ano foram sentenciadas à morte pela Inquisição em todo o Império Espanhol, que ia da Espanha à Sicília e Peru [1]. [...] O que significa que através dos seus infames 345 anos [considerando três breves suspensões], a terrível Inquisição Espanhola foi, numa base anual, cerca de catorze vezes menos letal que bicicletas infantis [2]".



Theodore Beale, The Irrational Atheist, pág. 219 (Kindle):
[1] Henry Kamen, The Spanish Inquisition: A Historical Revision. New Haven: Yale University Press, 1997, pág. 203;
[2] Facts About Injuries To Children Riding Bicycles. Safe Kids Worldwide.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

COMUNHÃO ESPIRITUAL.

A Comunhão Espiritual,segundo os exemplos dos Santos.


Nota: recomendada para os que estiverem impossibilitados de fazerem a comunhão sacramental, por exemplo, quem não puder estar presente na igreja durante a Missa, pessoas em segunda união matrimonial civil (mas não religiosa), pessoas enfermas que não possam engolir a hóstia, pessoas fora do estado de graça e ainda sem confissão sacramental, etc.

A Comunhão Espiritual é a reserva de vida e de Amor Eucarístico sempre ao alcance da mão para os enamorados de Jesus Hóstia. Por meio da Comunhão Espiritual, de fato, ficam satisfeitos os desejos de amor da alma que quer unir-se a Jesus seu Amado Esposo. A Comunhão Espiritual é união de amor entre a alma e Jesus Hóstia. União toda Espiritual, mas real, até mais real do que a própria união em nós da alma com o corpo, “porque a alma vive mais onde ama, do que onde vive”, diz São João da Cruz.

Fé, amor, desejo.

A Comunhão Espiritual supõe, é evidente, a fé na Presença Real de Jesus nos Sacrários. Ela compreende o desejo da Comunhão Sacramental e exige a Ação de Graças pelo Dom recebido de Jesus. Tudo isso está expresso com simplicidade na fórmula de Santo Afonso de Ligório: “Meu Jesus, eu creio que vós estais no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo sobre todas as coisas. Eu vos desejo em minha alma. E, já que agora não posso receber-Vos Sacramentalmente, vinde pelo menos espiritualmente ao meu coração. (pausa) Como já tendo vindo, eu Vos abraço e me uno a Vós. Não permitais que eu me separe mais de vós.”.

A Comunhão Espiritual produz os mesmos efeitos que a Comunhão Sacramental, conforme as disposições de quem a faz, conforme maior ou menor carga de afeto com que se deseja receber a Jesus e o amor mais ou menos intenso com que se recebe Jesus e com que nos entretemos com Ele.

Privilégio exclusivo da Comunhão Espiritual é o de poder ser feita quantas vezes quisermos (e até mesmo centenas de vezes por dia), quando quisermos (mesmo em plena noite), onde quisermos (até num deserto... ou num avião em pleno vôo). É conveniente fazer a Comunhão espiritualmente quando se assiste a Santa Missa e não se pode fazer a Comunhão Sacramental no momento em que o sacerdote comunga.

A alma comunga também, chamando a Jesus em seu coração. Desse modo, toda Missa que se tiver ouvido estará completa: Oferta, Imolação e Comunhão. Seria deveras uma Graça Suprema, a ser invocada com todas as forças, se na Igreja se chegasse a realizar logo aquele voto do Concílio de Trento, “que todos os cristãos comunguem em todas as Missas que ouvem”: desse modo, quem puder participar de mais Missas cada dia, poderá também fazer comunhões Sacramentais cada dia.

Os dois Cálices

Quão preciosa seja a Comunhão Espiritual, Jesus o disse a Santa Catarina de Sena em uma visão. A Santa temia que a Comunhão Espiritual não tivesse nenhum valor, se comparada com a Comunhão Sacramental. Jesus lhe apareceu em visão, com dois Cálices na mão, e lhe disse: “Neste Cálice de ouro ponho as tuas Comunhões Sacramentais e neste Cálice de prata ponho as tuas Comunhões Espirituais. Estes dois Cálices Me são muito agradáveis.”

E à Santa Margarida Maria Alacoque, que com muita diligência costumava enviar os seus inflamados desejos, clamando por Jesus no Sacrário, uma vez Jesus disse: “Para Mim é de tal modo querido o desejo que uma alma tem de Me receber, que Eu Me precipito nela, cada vez que ela Me chama com os seus desejos.”

Quanto tenha sido amada pelos Santos a Comunhão Espiritual, não nos é difícil entrever. A Comunhão Espiritual satisfaz, pelo menos em parte, àquela ânsia ardente de ser sempre: “um” com quem ama. O próprio Jesus disse: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei em vós”(Jo. 15,4).

E a Comunhão Espiritual ajuda-nos a ficarmos unidos a Jesus, ainda que estejamos longe de Sua Morada. Outro meio não há para aplacar os anelos de amor que consomem os corações dos Santos. “Como a corça anela pelos cursos da águas, assim minha alma anela por ti, ó Deus”(Sl. 41,2). E assim é o gemido dos Santos: “Ó meu esposo querido – exclama a Santa Catarina de Gênova – eu desejo de tal modo a alegria de estar contigo, que me parece, que se eu estivesse morta, ressuscitaria para receber-Te na Comunhão.”

E a Beata Ágata da Cruz sentia tão agudo o desejo de viver sempre unida a Jesus Eucarístico, que chegou a dizer: “Se o Confessor não me tivesse ensinado a fazer a Comunhão Espiritual, eu não teria podido viver.”

Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era, igualmente, a Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente quando não lhe era permitido fazer a Comunhão Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando para a Igreja, suspirava entre lágrimas: “Felizes aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus! Felizes os Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo Jesus!” E assim só a Comunhão Espiritual podia tranqüilizá-la um pouco.

Durante o dia

Eis aqui um dos conselhos que o beato Pe. Pio de Pietrelcina dava a uma sua filha espiritual: “Durante o dia, quando não podes fazer alguma outra coisa, chama por Jesus, mesmo até no meio de todas as outras ocupações, com um gemido resignado da alma, e Ele virá e ficará sempre unido com tua alma por meio de sua Graça e do Seu Santo Amor. Voa com o teu espírito para diante do Sacrário, quando lá não podes ir com teu corpo, e lá desafoga os teus ardentes desejos e abraça o Amado das Almas, melhor ainda do que se tivesses podido recebê-Lo sacramentalmente!”

Aproveitemos, nós também, deste grande Dom. Especialmente nos momentos de provação ou de abandono, que pode haver de mais precioso do que a união com Jesus Hóstia, por meio da Comunhão Espiritual? Este Santo exercício pode encher os nossos dias de amor e de encanto, pode fazer-nos viver com Jesus em um amplexo de amor, e só depende de nós que o renovemos freqüentemente e que não interrompamos quase nunca.

Santa Ângela Merici tinha uma especial predileção pela Comunhão Espiritual. Não somente a fazia muitas vezes e exortava os outros a fazê-la, mas chegou a deixá-la como “herança” às suas filhas, a fim de que a praticassem sempre.

A vida de São Francisco de Sales não deve ter sido talvez toda ela uma corrente de Comunhões Espirituais? Era propósito de o Santo fazer uma Comunhão Espiritual pelo menos cada quarto de hora. Este mesmo propósito foi o que tinha tomado São Maximiliano Maria Kolbe, desde jovem.

E o servo de Deus André Beltrami deixou-nos uma breve página de seu diário íntimo que é um pequeno programa de uma vida vivida em uma Comunhão Espiritual contínua com Jesus Eucarístico. Estas são as suas palavras: “Onde quer que eu me ache, pensarei amiúde em Jesus Sacramento. Fixarei meu pensamento no Santo Sacrário, até mesmo quando eu acordar de noite, adorando-O de onde eu estiver, chamando por Jesus no Sacramento, oferecendo-Lhe o trabalho que eu estiver fazendo. Vou instalar um fio telegráfico da sala de estudo até a Igreja, um outro a partir do meu quarto e um terceiro do refeitório. Depois, vou enviar despachos, no maior número possível, a Jesus no Sacramento.” Que contínua corrente de amor Divino não deve ter passado por aqueles queridos... fios telegráficos!

Até durante a noite

Destas e de outras semelhantes santas indústrias os Santos têm sido muito prontos a servir-se para desabafarem seus corações que nunca se saciavam de amar. “Quanto mais eu Te amo, parece-me que menos Te amo – exclama Santa Francisca Xavier Cabrini – porque eu quereria mais. Mas não posso mais... dilata, dilata o meu coração...”

Nos períodos em que não acordava de noite, Santa Bernadette chegou a pedir a uma sua coirmã que a despertasse. E para quê? “Porque eu gostaria de fazer a Comunhão Espiritual!”

Quando São Roque de Montpellier passou cinco anos encarcerado, por ter sido considerado um vagabundo perigoso, no cárcere ficava sempre com os olhos fitos na janelinha, rezando. O carcereiro lhe perguntou: Que é que ficas daí olhando? “Fico olhando para a torre dos sinos da Paróquia.” Era a necessidade que o Santo sentia de uma Igreja, de um Sacrário, de Jesus Eucarístico, seu grande amor.

Também o Santo Cura d’Ars dizia aos fiéis: “À vista de um campanário, podeis dizer: Lá está Jesus, porque lá um Sacerdote celebrou a Missa.”

E o Beato Luiz Guanella, quando ia de trem acompanhar os peregrinos até os Santuários, recomendava sempre a eles que volvessem seus pensamentos e corações para Jesus cada vez que, das janelas do trem, vissem algum campanário. “Cada campanário – dizia ele – nos faz pensar numa Igreja, na qual existe um Sacrário, na qual se celebra a Missa e onde está Jesus.” Aprendamos com os Santos, nós também. Que eles queiram comunicar-mos um pouco do incêndio de amor que consumia os seus corações.

E, então, também em nós bem cedo se levantará um incêndio de amor, pois é muito consolador o que nos assegura São Leonardo de Porto Maurício: “Se praticardes muitas vezes por dia o Santo Exercício da Comunhão Espiritual, eu vos dou um mês de tempo para terdes o vosso coração completamente mudado.” Só um mês: Vocês entenderam?

Dicionário católico: Igreja e Civilização do Amor.

Igreja

Para os modernistas, o termo "Igreja" se aplica a qualquer seita herética. Há a "Igreja", Metodista, Presbiteriana, "Igreja" Batista, "Igreja", etc. No mundo real, essas comunidades religiosas são apenas isso - as comunidades de fé - e não são "igrejas" porque há uma só Igreja e que é a Igreja Católica, que consiste de Igrejas até com rituais diferentes (as de rito oriental, por exemplo), nenhuma dos quais inclui as comunidades de fé fora da sua comunhão. Na mesma linha, não é preciso, para se referir à Igreja Católica, como uma "denominação".

Para resumir, a Igreja é a congregação de todos os batizados unidos na mesma fé verdadeira, o mesmo sacrifício, e os mesmos sacramentos, sob a autoridade do Sumo Pontífice. Ela (e não "ele") é a única Arca da Salvação, a Barca de Pedro - a noiva imaculada de Cristo feita uma só carne com ele no casamento e, portanto, o Corpo Místico de Cristo.

Civilização do Amor

Este é o objetivo novo e melhorado da Igreja, e se refere a uma civilização da Tolerância e falta de boa vontade para pregar o Evangelho para não ofender as pessoas. Embora a tolerância daqueles que praticam outras religiões seja razoável, a suposição de que erro tem direitos, que não pode haver amor sem verdade, e que o reconhecimento da realeza de Cristo é evitado à luz de recadinhos carinhosos do homem para outros homens - essas coisas são mentiras.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Cristãos crucificados pela irmandade muçulmana no Egito!

Tradução de computador do original em inglês em: http://www.wnd.com/2012/08/arab-spring-run-amok-brotherhood-starts-crucifixions/

A aquisição da Primavera Árabe do Egipto pela Irmandade Muçulmana correr solto, com relatos de várias agências de diferentes meios de comunicação que os muçulmanos radicais começaram crucificando opositores do recém-instalado presidente Mohammed Morsi.

Mídia do Oriente Médio confirmar que durante uma recente Rampage, agentes da Irmandade Muçulmana "crucificado os opositores do presidente egípcio Muhammad Morsi nu em árvores em frente ao palácio presidencial enquanto abusar dos outros."

Raymond Ibrahim, um companheiro com o Fórum Oriente Médio e do Projeto de Investigação sobre o Terrorismo, disse que as crucificações são o produto de que os meios de comunicação do Oriente Médio chamam de "partidários".

"Mídia árabe chamá-los de" apoiantes "," seguidores "e" partidários "da Irmandade Muçulmana", disse Ibrahim.

Ibrahim também diz que as vítimas podem ser qualquer um, incluindo os cristãos egípcios.

"É quem está resistindo ao novo governo", disse Ibrahim. "Neste caso particular, as pessoas atacadas e crucificado eram manifestantes seculares chateado por causa da campanha hostil Morsi contra os meios de comunicação, especialmente de Tawfik Okasha, que estava constantemente expondo-o em sua estação, até Morsi pará-lo."

Ibrahim disse adicional brutalidade é reservado para os cristãos, mas as crucificações são por causa de doutrina islâmica e são necessários pelo Alcorão. O tempo e outros detalhes sobre as crucificações não estavam disponíveis.

"Beast Médio Oriente: O Caso bíblica para um islâmicos Anticristo" classifica o que este choque de civilizações é tudo sobre

Centro para Política de Segurança Sênior Fellow Clare Lopez citado capítulo e versículo do Alcorão para explicar que crucificações não são simplesmente normal para o Islã, eles exigiam.

"A crucificação é um hadd punição, estipulada no Alcorão, Sura 5:33, e, portanto, uma parte obrigatória da Shariah ", disse Lopez. "Tem sido uma punição tradicional dentro do Islã desde o início, apesar de que não é exclusivamente islâmico. Os romanos utilizaram-lo também.

"Então, o egípcio Irmandade Muçulmana não tem a opção de não incluir dentro de sua crucificação código legal. É obrigatória a cumprir com a sharia. E sim, é para choque valor também para ter certeza ", disse Lopez.

Lopez inclui um aviso para os cristãos do Egito e compara o tratamento que vem dos cristãos aos judeus na Alemanha.

"Os coptas deve sair do Egito o mais rápido possível - para os muitos milhões que não serão capazes de sair, eu espero que as coisas vão continuar a deteriorar-se - assim como eles fizeram para a Alemanha e os judeus da Europa a partir dos anos 1930," Lopez disse.

"Os avisos estavam lá muito antes dos guetos e mesas-ups e viagens de ida de trem para os campos de concentração começou na década de 1940", disse ela.

Se você acha que isso é apenas um problema egípcio, você está errado. Completamente errado. Leia "máfia muçulmana: Dentro do submundo secreto que está conspirando para islamizar a América"

Autor Pamela Geller de Atlas Shrugs , analista do Oriente Médio e islamismo, concorda plenamente e também cita o Alcorão.

"Os cristãos estão com sérios problemas, porque o Alcorão na Sura 9:29 comandos muçulmanos para uma guerra contra eles e subjugá-los, e eles também são identificados com o Ocidente odiado e os EUA", disse Geller.

Geller também se voltou para Sura 5:33.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Feministas e seu ódio à família.

Ódio à família.





"De modo a que se possam educar as crianças com igualdade, temos que tirá-las para longe das famílias e educá-las comunalmente." (Dr. Mary Jo Bane, professora assistente de Educação na Wellesley College e directora do Centro para as Pesquisas Femininas)

"O fim da instituição do casamento é condição necessária para a libertação da mulher. Como tal, é importante para nós encorajarmos as mulheres a deixar os maridos e deixar de viver individualmente com homens." - ("The Declaration of Feminism," November 1971)

"Uma vez que o casamento é escravatura para as mulheres, é óbvio que o movimento das mulheres tem que se concentrar em atacar esta instituição [família]. Para a mulher, a liberdade não pode ser ganha sem a abolição do casamento." - (Radical feminist leader Sheila Cronan)

"A realidade dos factos é que toda a mulher tem que estar disposta a ser identificada como uma lésbica de modo a ser uma feminista plena." - (Sheila Cronan, National NOW Times, Jan.1988)

"Não vamos conseguir destruir as iniquidades entre os homens e as mulheres enquanto não destruirmos o casamento." - (Sisterhood Is Powerful, Robin Morgan (ed), 1970, p.537)

"Todo a intimidade sexual, mesmo o consensual, entre um casal, é um acto de violência perpetrado contra as mulheres." - (Catherine MacKinnon - Feminista das Universidades de Michigan e Yale)

domingo, 12 de agosto de 2012

Fioretti de São Francisco de Assis: capítulos 7, 8, 9, 10.

Capítulo 7
Como S. Francisco fez uma Quaresma em uma ilha do lago de Perusa,
onde jejuou quarenta dias e quarenta noites e nada comeu além de meio pão


Por ter sido o verídico servo de Cristo, monsior S. Francisco, em certas coisas, quase um outro Cristo dado ao mundo para a salvação dos homens, Deus Pai o quis fazer em muitas ações conforme e semelhante a seu filho Jesus Cristo; como no-lo demonstrou no venerável colégio dos doze companheiros, e no admirável mistério dos sagrados estigmas e no prolongado jejum da santa Quaresma, que fez deste modo.

Indo por uma feita S. Francisco, em dia de carnaval, ao lago de Perusa, à casa de um seu devoto, onde passou a noite, foi inspirado por Deus para observar aquela Quaresma em uma ilha do dito lago.

Pelo que S. Francisco pediu àquele devoto, pelo amor de Cristo, o levasse em sua barquinha a uma ilha do lago, onde não habitasse ninguém, e isto fizesse na noite de Quarta-feira de Cinzas sem que nenhuma pessoa o percebesse; e ele, pelo amor da grande devoção que tinha a S. Francisco, solicitamente atendeu-lhe ao pedi-lo e o transportou à dita ilha: e S. Francisco só levou consigo dois pãezinhos.

E, chegando à ilha e o amigo partindo para voltar a casa, S. Francisco lhe rogou por favor que não revelasse a quem quer que fosse a sua permanência na ilha e só o fosse procurar na Quinta-feira Santa; e assim o outro se foi. E S. Francisco ficou sozinho: e ali não havendo habitação em que ficasse, entrou num bosque muito copado, no qual muitos espinheiros e arbustos se reuniam a modo de uma cabana ou de uma cova, e naquele lugar se pôs em oração e a contemplar as coisas celestiais.

E ali passou toda a Quaresma sem comer nem beber, além da metade de um daqueles pãezinhos, conforme o que encontrou o seu devoto na Quinta-feira Santa, quando o foi procurar: o qual achou dois pãezinhos, um inteiro e outro pela metade.

E a outra metade acredita-se S. Francisco ter comido em reverência ao jejum do Cristo bendito, que jejuou quarenta dias e quarenta noites sem tomar nenhum alimento material.

E assim, com aquele meio pão, expulsou de si o demônio da vanglória e, a exemplo de Cristo, jejuou quarenta dias e quarenta noites. E depois, naquele lugar, onde S. Francisco fizera tão maravilhosa abstinência, realizou Deus muitos milagres pelos méritos dele; pela qual coisa começaram os homens a edificar casas e habitá-las; e em pouco tempo construiu-se um bom e grande castelo e houve um convento de frades, o qual se chama o convento da Ilha; e ainda os homens e mulheres daquela aldeia têm grande reverência por aquele lugar, onde S. Francisco passou a dita Quaresma.

Em louvor de Cristo. Amém.

Capítulo 8
Como a caminhar expôs S. Francisco a Frei Leão as coisas que constituem a perfeita alegria

Vindo uma vez S. Francisco de Perusa para S. Maria dos Anjos com Frei leão em tempo de inverno, e como o grandíssimo frio fortemente o atormentasse, chamou Frei Leão, o qual ia mais à frente, e disse assim: "Irmão Leão, ainda que o frade menor desse na terra inteira grande exemplo de santidade e de boa edificação, escreve todavia, e nota diligentemente que nisso não está a perfeita alegria".

E andando um pouco mais, chama pela segunda vez: "`S irmão Leão, ainda que o frade menor desse vista aos cegos, curasse os paralíticos, expulsasse os demônios, fizesse surdos ouvirem e andarem coxos, falarem mudos, e mais ainda, ressuscitasse mortos de quatro dias, escreve que nisso não está a perfeita alegria". E andando um pouco, S. Francisco gritou com força: "Ó irmão Leão, se o frade menor soubesse todas as línguas e todas as ciências e todas as escrituras e se soubesse profetizar e revelar não só as coisas futuras, mas até mesmo os segredos das consciências e dos espíritos, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

Andando um pouco além, S. Francisco chama ainda com força: "Õ irmão Leão, ovelhinha de Deus, ainda que o frade menor falasse com língua de anjo e soubesse o curso das estrelas e as virtudes das ervas; e lhe fossem revelados todos os tesouros da terra e conhecesse as virtudes dos pássaros e dos peixes e de todos os animais e dos homens e das árvores e das pedras e das raízes e das águas, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

E caminhando um pouco, S. Francisco chamou em alta voz: "Ô irmão Leão, ainda que o frade menor soubesse pregar tão bem que convertesse todos os infiéis à fé cristã, escreve que não está nisso a perfeita alegria".

E durando este modo de falar pelo espaço de duas milhas, Frei Leão, com grande admiração, perguntou-lhe e disse: "Pai, peço-te, da parte de Deus, que me digas onde está a perfeita alegria". E S. Francisco assim lhe respondeu: "Quando chegarmos a S. Maria dos Anjos, inteiramente molhados pela chuva e transidos de frio, cheios de lama e aflitos de fome, e batermos à porta do convento' e o porteiro chegar irritado e disser: 'Quem são vocês?'; e nós dissermos: "'Somos dois dos vossos irmãos', e ele disser: 'Não dizem a verdade; são dois vagabundos que andam enganando o mundo e roubando as esmolas dos pobres; fora daqui'; e não nos abrir e deixar-nos estar ao tempo, à neve e à chuva com frio e fome até à noite: então, se suportarmos tal injúria e tal crueldade, tantos maus tratos, prazenteiramente, sem nos perturbarmos e sem murmurarmos contra ele e pensarmos humildemente e caritativamente que o porteiro verdadeiramente nos tinha reconhecido e que Deus o fez falar contra nós: ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria.

E se perseverarmos a bater, e ele sair furioso e como a importunos malandros nos expulsar com vilanias e bofetadas dizendo: 'Fora daqui, ladrõezinhos vis, vão para o hospital, porque aqui ninguém lhes dará comida nem cama'; se suportarmos isso pacientemente e com alegria e de bom coração, ó irmão Leão, escreve que nisso está a perfeita alegria. E se ainda, constrangidos pela fome e pelo frio e pela noite, batermos mais e chamarmos e pedirmos pelo amor de Deus com muitas lágrimas que nos abra a porta e nos deixe entrar, e se ele mais escandalizado disser: 'Vagabundos importunos, pagar-lhes-ei como merecem': e sair com um bastão nodoso e nos agarrar pelo capuz e nos atirar ao chão e nos arrastar pela neve e nos bater com o pau de nó em nó: se nós suportarmos todas estas coisas pacientemente e com alegria, pensando nos sofrimentos de Cristo bendito, as quais devemos suportar por seu amor; ó irmão Leão, escreve que aí e nisso está a perfeita alegria, e ouve, pois, a conclusão, irmão Leão.

Acima de todas as graças e de todos os dons do Espírito Santo, os quais Cristo concede aos amigos, está o de vencer-se a si mesmo, e voluntariamente pelo amor suportar trabalhos, injúrias, opróbrios e desprezos, porque de todos os outros dons de Deus não nos podemos gloriar por não serem nossos, mas de Deus, do que diz o Apóstolo: 'Que tens tu que o não hajas recebido de Deus? E se dele o recebeste, por que te gloriares como se o tivesses de ti?' Mas na cruz da tribulação de cada aflição nós nos podemos gloriar, porque isso é nosso e assim diz o Apóstolo: "Não me quero gloriar, senão na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo"'.

Ao qual sejam dadas honra e glória in secula seculorum.
Amém.

Capítulo 9
Como S. Francisco ensinava Frei leão a responder,
e este só pode dizer o contrário do que S. Francisco queria

Estando uma vez S. Francisco, no princípio da Ordem, com Frei Leão em um convento, onde não havia livro para rezar o ofício divino, ao chegar a hora de Matinas, disse S. Francisco a Frei Leão: "Caríssimo, não temos breviário, com que possamos rezar Matinas: mas, a fim de passarmos o tempo louvando a Deus, eu direi e tu me responderás como te ensinar; e toma cuidado, não digas as palavras de modo diverso do que te ensinar.

Direi assim: 'Õ irmão Francisco, praticaste tanto mal, tais pecados no século que és digno do inferno'; e tu, irmão Leão, responderás: 'Verdadeira coisa é que mereces o inferno profundíssimo"'- E Frei Leão, com simplicidade columbina, respondeu: "Estou pronto, pai, começa em nome de Deus".

Então S. Francisco começou a dizer: "Ó irmão Francisco, praticaste tantos males e tantos pecados no século, que és digno do inferno". E Frei Leão respondeu: "Deus fará por ti tantos bens, que irás ao paraíso". Disse S. Francisco: "Não digas assim, irmão Leão; mas quando eu disser: 'Irmão Francisco, praticaste tanta coisa iníqua contra Deus, que és digno de ser maldito por Deus', responderás: 'Em verdade és digno de ficar mesmo entre os malditos"'.

E Frei Leão respondeu: "De boa mente, pai".

Então S. Francisco, entre muitas lágrimas e suspiros e a bater no peito, disse em altas vozes: "Ó meu Senhor do céu e da terra; cometi contra ti tantas iniqüidades e tantos pecados que por isso sou digno de ser amaldiçoado por ti".

E Frei Leão respondeu: "Ó irmão Francisco, Deus te fará tal, que entre os benditos serás singularmente bendito". E S. Francisco, maravilhando-se de Frei Leão responder sempre o contrário do que ele havia ordenado, repreendeu-o, dizendo: "Por que não respondes como te ensino? Ordeno-te, pela santa obediência, que respondas como te ensinar.

Direi assim: '(' irmão Francisco miserável, pensas tu que Deus há de ter misericórdia de ti; não é tão certo que tens cometido tantos pecados contra o Pai da misericórdia e o Deus de toda consolação, de modo que não és digno de encontrar misericórdia?' E tu, irmão Leão, ovelhinha, responderás: 'De nenhum modo és digno de alcançar misericórdia"'. Mas depois, quando S. Francisco disse: "O irmão Francisco miserável", etc., então Frei Leão respondeu: "Deus Pai, cuja misericórdia é infinita mais do que o teu pecado, fará em ti grande misericórdia e te encherá de muitas graças".

A esta resposta S. Francisco docemente irritado e pacientemente perturbado disse a Frei leão: "Por que tiveste a presunção de ir contra a obediência, e por tantas vezes respondeste o contrário do que te impus?" Respondeu Frei Leão muito humilde e reverentemente: "Deus o sabe, pai meu, que cada vez tive vontade de responder como me ordenaste: mas Deus me fez falar como quis e não como eu queria".

Do que S. Francisco se maravilhou e disse a Frei Leão: "Peço-te afetuosamente que desta vez me respondas como te disser".

Respondeu Frei Leão: "Dize em nome de Deus, que por certo responderei desta vez como queres". E S. Francisco, entre lágrimas, disse: "Ó irmão Francisco miserável, pensas que Deus terá misericórdia de ti?" Responde Frei Leão: "Antes grandes graças receberás de Deus e serás exaltado e glorificado na eternidade, porque quem se humilha será exaltado: e eu não posso dizer de outro modo, porque Deus fala pela minha boca".

E assim nesta humilde contenda, com muitas lágrimas e muita consolação espiritual, velaram até ao amanhecer.

Em louvor de Cristo. Amém.

Capítulo 10
Como Frei Masseo, quase gracejando, disse a S. Francisco que todo o mundo andava atrás dele,
e ele respondeu que era para confusão do mundo e graça de Deus

Estava uma vez S. Francisco no convento da Porciúncula com Frei Masseo de Marignano, homem de grande santidade, discrição e graça em falar de Deus; pela qual coisa S. Francisco o amava muito; um dia, voltando S. Francisco de orar no bosque, e ao sair do bosque, o dito Frei Masseo quis experimentar-lhe a humildade; foi-lhe ao encontro e, a modo de gracejo, disse: "Por que a ti? Por que a ti? Por que a ti?" S. Francisco respondeu: "Que queres dizer?" Disse Frei Masseo: "Por que todo o mundo anda atrás de ti e toda a gente parece que deseja ver-te e ouvir-te e obedecer-te? Não és homem belo de corpo, não és de grande ciência, não és nobre: donde vem, pois, que todo o mundo anda atrás de ti?" Ouvindo isto, S. Francisco, todo jubiloso em espírito, levantando a face para o céu por grande espaço de tempo, esteve com a mente enlevada em Deus; e depois, voltando a si, ajoelhou-se e louvou e deu graças a Deus; e depois, com grande fervor de espírito, voltouse para Frei Masseo e disse: "Queres saber por que a mim? Queres saber por que a mim? Queres saber por que todo o mundo anda atrás de mim? Isto recebi dos olhos de Deus altíssimo, os quais em cada lugar contemplam os bons e os maus: porque aqueles olhos santíssimos não encontraram entre os pecadores nenhum mais vil nem mais insuficiente nem maior pecador do que eu; e assim, para realizar esta operação maravilhosa, a qual entendeu de fazer, não achou outra criatura mais vil sobre a terra; e por isso me escolheu para confundir a nobreza, e a grandeza e a força e a beleza e a sabedoria do mundo; para que se reconheça que toda a virtude, e todo o bem é dele e não da criatura, e para que ninguém se possa gloriar na presença dele; mas quem se gloriar se glorie no Senhor, a quem pertence toda a honra e glória na eternidade".

Então Frei Masseo, ouvindo tão humilde resposta, dada com tanto fervor, se espantou e conheceu certamente que S. Francisco estava fundado na verdadeira humildade.

Em louvor de Cristo. Amém.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Imitação de Cristo.

Imitação de Cristo, livro 3, capítulos 56,57,58,59.



Que devemos renunciar a nós mesmos e seguir a Cristo pela cruz



1. Jesus: Quanto mais saíres de ti mesmo, tanto mais poderás chegar-te a mim. Assim como o não desejar coisa alguma exterior produz paz interior, assim o desprendimento interior de si mesmo causa a união com Deus. Quero que aprendas a perfeita abnegação de ti mesmo, submetendo-te, sem resistência e sem queixa, à minha vontade. Segue-me, eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Sem caminho não se anda, sem verdade não se conhece, sem vida não se vive. Eu sou o caminho que deves seguir, a verdade que deves crer, a vida que deves esperar. Eu sou o caminho seguro, a verdade infalível, a vida interminável. Eu sou o caminho direito, a verdade suprema, a vida verdadeira, a vida ditosa, a vida incriada. Se perseverares no meu caminho, conhecerás a verdade, e a verdade te livrará (Jo 8,32), e alcançarás a vida eterna.



2. Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos (Mt 19,17). Se queres conhecer a verdade, crê em mim. Se queres ser perfeito, vende tudo (Mt 19,21). Se queres ser meu discípulo, renuncia a ti mesmo. Se queres possuir a vida bem aventurada, despreza a presente. Se queres ser exaltado no céu, humilha-te na terra. Se queres reinar comigo, carrega comigo a cruz, porque só os servos da cruz acham o caminho da bem-aventurança e da luz verdadeira.



3. A alma: Senhor, Jesus Cristo! Porque vossa vida foi tão oprimida e desprezada no mundo, concedei-me o imitar-vos com o desprezo do mundo. Pois o servo não é maior que seu senhor, nem o discípulo mais do que o mestre (Mt 10,24). Trabalhe vosso servo por conformar-me à vossa vida, porque nela está a minha salvação e a verdadeira santidade. Tudo quanto fora dela leio ou ouço não me pode recrear ou deleitar plenamente.



4. Jesus: Filho, pois que sabes e lês todas estas coisas, bem-aventurado serás se as puseres em prática. Quem conhece os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; também eu o amarei e me manifestarei a ele (Jo 14,21), e o farei assentar comigo no reino de meu Pai.



A alma: Senhor Jesus! Faça-se em mim segundo vossa palavra e promessa, e seja-me dado merecê-lo. Recebi a cruz, da vossa mão a recebi; hei de carregá-la, carregar até à morte, como vós ma impusestes. Na verdade, a vida do bom religioso é uma cruz, mas o conduz ao Paraíso. O começo está feito; não posso voltar atrás sem desistir.



5. Eia, irmãos! Marchemos unidos, Jesus está conosco, por Jesus abraçamos a cruz, por Jesus queremos nela perseverar. Ele, que é nosso chefe e guia, será também nosso auxílio. Eis o nosso Rei, que marcha à nossa frente, Ele por nós combaterá. Varonilmente queremos segui-lo, ninguém se espante; estejamos prontos para morrer, com denodo, no combate, e não manchemos nossa glória, desertando da cruz.


Que o homem não se desanime em demasia, quando cai em algumas faltas


1. Jesus: Filho, mais me agradam a paciência e humildade nos reveses que a muita consolação e fervor nas prosperidades. Por que te entristece uma coisinha que contra ti disseram? Ainda que fosse maior, não te devias ter perturbado. Deixa passar isso agora, não é novidade; não é a primeira vez, nem será a última, se muito tempo viveres. Mas valoroso és, enquanto te não sucede alguma adversidade. Sabes até dar bons conselhos e acalentar os outros com tuas palavras; mas quando bate, de improviso, à tua porta a tribulação, logo te falta conselho e fortaleza. Considera tua grande fraqueza, que tantas vezes experimentas nas pequenas coisas; todavia, é para tua salvação que isso e semelhantes coisas acontecem.



2. Procura esquecer isso como melhor souberes, e, se te impressionou, não te abale nem te perturbe muito tempo. Sofre ao menos com paciência o que não podes sofrer com alegria. Ainda que te custe ouvir esta ou aquela palavra e te sintas indignado, modera-te, e não deixes escapar da tua boca alguma expressão despropositada, com que os pequenos se poderiam escandalizar. Logo se acalmará a tempestade em teu coração, e a dor se converterá em doçura, com a volta da graça. Eu ainda vivo, diz o Senhor, pronto para te ajudar e consolar, mais do que nunca, se em mim confiares e me invocares com fervor.



3. Sê mais corajoso, e prepara-te para suportar coisas maiores. Nem tudo está perdido por te sentires a miúdo tribulado e gravemente tentado. Homem és e não Deus; carne és e não anjo. Como poderás tu perseverar sempre no mesmo estado de virtude, se tal não pôde o anjo no céu, nem o primeiro homem no paraíso? Eu sou que levanto os aflitos e os salvo, elevo à minha divindade os que conhecem as suas fraquezas.



4. A alma: Senhor, bendita seja a vossa palavra, mais doce na minha boca que um favo de mel (Sl 18,11; Sl 118,103). Que seria de mim em tantas tribulações e angústias, se vós me não confortásseis com vossas santas palavras? Contanto que chegue afinal ao porto de salvação, que importa o que e quanto tiver sofrido? Concedei-me bom fim, ditoso trânsito deste mundo. Lembrai-vos de mim, meu Deus, e conduzi-me pelo caminho reto ao vosso reino! Amém.


Que não devemos escrutar as coisas mais altas e os ocultos juízos de Deus



1. Jesus: Filho, guarda-te de disputar sobre assuntos altos e os ocultos juízos de Deus; não queiras investigar por que este é deixado em tal estado, aquele elevado a tanta graça, este tão oprimido, aquele tão exaltado. Isso excede o alcance humano, e não há raciocínio nem discussão que possam escrutar os desígnios de Deus. Quando, pois, o inimigo te sugere tais pensamentos, ou os curiosos questionarem sobre eles, responde com o profeta: Justo sois, Senhor, e justo é o vosso juízo (Sl 118,37), ou, também: Os juízos do Senhor são verdadeiros e justificados em si mesmos (Sl 19, 10). Meus juízos devem se temer, e não discutir, porque são incompreensíveis ao entendimento humano.



2. Não queiras também inquirir ou disputar sobre os méritos dos santos, qual seja o mais santo ou o maior no reino dos céus. Daí nascem muitas controvérsias e contendas inúteis, que nutrem a soberba e a vanglória, donde procedem invejas e discórdias, porque este prefere soberbamente um santo, aquele quer dar a preeminência a outro. Querer saber e investigar tais coisas não traz proveito algum, antes desagrada aos santos, porque "eu não sou Deus de discórdia e sim da paz" (1Cor 14,33), e esta paz consiste antes na verdadeira humildade que na própria exaltação.



3. Alguns, por um zelo de predileção, se afeiçoam mais a este ou àquele santo, mas este afeto é antes humano que divino. Sou eu que fiz todos os santos; eu lhes dei a graça, eu lhes outorguei a glória. Eu sei os merecimentos de cada um, eu os preveni com as bênçãos da minha doçura (Sl 20,4). Eu conheci os meus amados antes dos séculos, eu os escolhi do mundo, e não eles a mim. Eu os chamei por minha graça e os atraí por minha misericórdia: eu os fiz passar por várias provações. Eu os inundei de maravilhosas consolações, dei-lhes a perseverança e coroei a sua paciência.



4. Eu conheço o primeiro e o último e abraço a todos com inestimável amor. Eu devo ser louvado em todos os meus santos, bendito sobre todas as coisas e honrado em cada um deles, que eu tão gloriosamente exaltei e predestinei, sem prévio merecimento algum de sua parte. Quem desprezar, pois, um dos menores dos meus deixa também de honrar o maior, porque fui eu que fiz o pequeno e o grande. E quem menospreza a todos os mais que estão no reino dos céus. Porquanto todos são um belo veículo da caridade; todos têm o mesmo parecer, o mesmo querer, e se amam mutuamente com o mesmo amor.



5. Além disso, - o que é mais sublime ainda - eles me amam mais a mim que a si e seus merecimentos. Porque, arrebatados acima de si mesmos e desprendidos de todo amor-próprio, se transformaram inteiramente no meu amor, no qual descansam com sumo gozo. Nada há que os possa desviar ou deprimir, porque, repletos da eterna verdade, ardem no fogo inestinguível da caridade. Calem-se, pois, os homens carnais e sensuais, e não discutam sobre o estado dos santos, porque não sabem amar senão seus próprios gozos. Eles diminuem ou acrescentam conforme a sua inclinação, e não como agrada à eterna Verdade.



6. Em muitos é isso ignorância, mormente naqueles que, pouco iluminados, raramente sabem amar um santo com amor puramente espiritual. Leva-os ainda muito a natural afeição e a amizade humana, que os inclina a este ou àquela, e, como se portam nas coisas terrenas, assim se lhes afiguram também as celestiais. Há, porém, incomparável distância entre o que pensam os imperfeitos e o que alcançam os homens espirituais pela revelação superior.



7. Guarda-te, pois, filho, de discorrer curiosamente sobre coisas que excedem teu entendimento; cuida antes e trata de seres ainda o ínfimo no reino de Deus. E dado que alguém soubesse quem seja deles o mais santo ou o maior no reino dos céus, que lhe aproveitaria esse conhecimento, se dele não tomasse motivo de humilhar-se diante de mim e louvar mais fervorosamente o meu nome? Muito mais agrada a Deus quem cuida na grandeza dos seus pecados, na escassez das virtudes e na grande distância que o separa da perfeição dos santos, do que aquele que disputa sobre a maior ou menor glória deles. Melhor é implorar os santos com devotas orações e lágrimas, suplicar-lhes com humildade de coração sua gloriosa intercessão, que perscrutar, com vã curiosidade, seus segredos.



8. Os santos estão bem contentes e satisfeitos; oxalá também os homens soubessem estar contentes e refrear suas vãs palavras. Não se gloriam dos próprios merecimentos, pois nenhum bem atribuem a si mesmos, mas tudo referem a mim que lhes dei tudo por infinita caridade. Tão cheios estão do amor da divindade e de abundantíssima alegria, que nada falta à sua glória, nem pode faltar à sua bem-aventurança. Quanto mais elevados estão os santos na glória, tanto mais humildes são em si mesmos e mais perto de mim e de mim amados. Por isso lês na Escritura que depunham suas coroas diante de Deus e se prostavam diante do Cordeiro e adoravam aquele que vive nos séculos dos séculos (Ap 4,10).



9. Muitos perguntam qual seja o maior no reino de Deus e não sabem se serão dignos de ser contados entre os menores. Grande coisa é ser ainda o menor no céu, onde todos são grandes, porque serão chamados filhos de Deus, e, na verdade, o são. O menor valerá por mil, e o pecador de cem anos morrerá (Is 60,22; Is 65,20). Pois, quando os discípulos perguntaram quem era o maior no reino dos céus, receberam esta resposta: Se vos não converterdes e vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus (Mt 18,3-4).



10. Ai daqueles que recusam humilhar-se espontaneamente com os pequenos; porque é baixa a porta do reino celeste e não lhes dará entrada. Ai também dos ricos, que têm neste mundo suas consolações, porque, quando os pobres entrarem no reino de Deus, eles ficarão de fora, chorando. Regozijai-vos, humildes, e "exultai, pobres, porque vosso é o reino de Deus" (Lc 6,20) contanto que andeis no caminho da verdade.


Que só em Deus devemos firmar toda esperança e confiança



1. A alma: Senhor, que confiança posso eu ter nesta vida ou qual é minha maior consolação de tudo quanto existe debaixo do sol? Não o sois vós, Senhor, Deus meu, cuja misericórdia é infinita? Onde me achei bem sem vós, ou quando passei mal, estando vós presente? Antes quero ser pobre por vós, que rico sem vós. Prefiro peregrinar convosco na terra, que sem vós possuir o céu. Onde vós estais, aí está o céu; e lá existe a morte e o inferno, onde vós não estais. Vós sois o alvo de meus desejos, por isso por vós devo gemer, clamar e orar.



Em ninguém, finalmente, posso plenamente confiar que me dê auxílio oportuno em minhas necessidades, senão em vós só, meu Deus. Vós sois minha esperança, vós minha confiança, vós meu consolador fidelíssimo em todas as coisas. Todos buscam os seus interesses; vós, porém, só tendes em vista minha salvação e aproveitamento, e tudo converteis em bem para mim. Ainda quando me sujeitais a várias tentações e adversidades, tudo isso ordenais para meu proveito, pois de mil modos costumais provar os vossos amigos. E nessas provações não menos vos devo amar e louvar, como se me enchêsseis de celestiais consolações.



2. Em vós, portanto, Senhor meu Deus, é que ponho toda a minha esperança e refúgio; a vós entrego todas as minhas tribulações e angústias; porque tudo quanto vejo fora de vós acho fraco e inconstante. Nada me aproveitam os muitos amigos, nem me poderão ajudar os homens, nem os prudentes conselheiros me darão conselho útil, nem os livros dos sábios me poderão consolar, nem qualquer tesouro precioso me poderá salvar, nem algum retiro delicioso me proteger, se vós mesmo não me assistis, ajudais, confortais, consolais, instruís e defendeis.



3. Pois tudo que parece próprio para alcançar a paz e a felicidade nada é sem vós, nem pode trazer-nos a verdadeira felicidade. Vós sois, pois, o remate de todos os bens, a plenitude da vida, o abismo da ciência; esperar em vós acima de tudo é a maior das consolações dos vossos servos. A ti, Senhor, levanto os meus olhos, em vós confio, Deus meu, Pai de misericórdia! Abençoai e santificai minha alma com a bênção celestial para que seja vossa santa morada, o trono de vossa eterna glória, e nada se encontre nesse tempo da vossa divindade que possa ofender os olhos de vossa majestade. Olhai para mim segundo a grandeza de vossa bondade e a multidão de vossas misericórdias e ouvi a oração do vosso pobre servo desterrado tão longe, na sombria região da morte. Protegei e conservai a alma do vosso mísero servo entre os muitos perigos desta vida corruptível, e com a assistência de vossa graça guiai-o pelo caminho da paz à pátria da perpétua claridade. Amém.



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Dicionário: a lógica pós-conciliar x realidade.





"A não é A"
e
"2 +2 = 5"

O tipo de lógica liberal ou neo-conservadora que é preciso para conciliar, por ex: Animos Mortalium (condenação do ecumenismo) com os Eventos de Assis; Mediator Dei com a Missa Novus Ordo; Mirari Vos com o "espírito do Vaticano II"; Testem benevolentiæ Nostra e Quas Primas. com a visão pós-conciliar típica do governo (um tipo de parlamentarismo em que o rei reina mas não governa); Sanctam Unam com o ecumenismo pós-conciliar típico falso, e assim por diante.

Participação Ativa

Muitas vezes envolvendo dança, canto, palmas, balançando os braços ao redor, sendo perturbador, pegando instrumentos musicais e colocando em um show para todos, "participação activa", como os modernistas vêem, é a agitação de se engajar em comportamentos que são "divertidos", não enraizadas em nossos propósitos e do património litúrgicos, e, especialmente, que usurpam o papel do sacerdote e diminuem o Mistério da fé. É o que se passa na liturgia para a geração MTV com a sua atenção de 5 segundos de duração.

Participação ativa verdadeira é a compreensão da Missa - sua realidade sobrenatural e propósito - e rezar junto com os anjos e santos no céu. É oferecer-nos a Cristo, unindo as nossas alegrias e sofrimentos com a Sua como Ele derrama Sua vida por nós e torna-se realmente presente na Eucaristia.

Se você não obtém uma "elevação emocional" disso na Missa tradicional (que não é o propósito da Missa, de qualquer maneira!), O problema é você, não a Missa!

sábado, 4 de agosto de 2012

Bento XVI: conservador ou traidor?

Excelente síntese do “pontificado ecumênico” da igreja conciliar


Exemplos recentes da adesão continuada de Bento XVI - objetivamente- a doutrinas condenadas pela Igreja Romana. Aqui estão documentos na íntegra em que se compromete a verdade católica e romana (a Sé de Roma não começou em 1962...), há vários outros exemplos (coloco uma frase emblemática de cada documento):

UM CATECISMO INDIGNO DE FÉ: CHEIO DE HERESIAS MUNDANAS DO VATICANO II (A DESPEITO DO QUE DIGA O PAPA, SEM CARÁTER DE INFALIBILIDADE).

1) http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/motu_proprio/documents/hf_ben-xvi_motu-proprio_20111011_porta-fidei_po.html (Comemoração do 50nário de Vaticano II)

"5. Sob alguns aspectos, o meu venerado Predecessor viu este Ano como uma «consequência e exigência pós-conciliar»[8], bem ciente das graves dificuldades daquele tempo sobretudo no que se referia à profissão da verdadeira fé e da sua recta interpretação. Pareceu-me que fazer coincidir o início do Ano da Fé com o cinquentenário da abertura do Concílio Vaticano II poderia ser uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, «não perdem o seu valor nem a sua beleza. É necessário fazê-los ler de forma tal que possam ser conhecidos e assimilados como textos qualificados e normativos do Magistério, no âmbito da Tradição da Igreja. Sinto hoje ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça de que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa».[9] Quero aqui repetir com veemência as palavras que disse a propósito do Concílio poucos meses depois da minha eleição para Sucessor de Pedro: «Se o lermos e recebermos guiados por uma justa hermenêutica, o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».[10]"

"11. Para chegar a um conhecimento sistemático da fé, todos podem encontrar um subsídio precioso e indispensável no Catecismo da Igreja Católica. Este constitui um dos frutos mais importantes do Concílio Vaticano II. Na Constituição apostólica Fidei depositum – não sem razão assinada na passagem do trigésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – o Beato João Paulo II escrevia: «Este catecismo dará um contributo muito importante à obra de renovação de toda a vida eclesial (...). Declaro-o norma segura para o ensino da fé e, por isso, instrumento válido e legítimo ao serviço da comunhão eclesial».[21] É precisamente nesta linha que o Ano da Fé deverá exprimir um esforço generalizado em prol da redescoberta e do estudo dos conteúdos fundamentais da fé, que têm no Catecismo da Igreja Católica a sua síntese sistemática e orgânica. Nele, de facto, sobressai a riqueza de doutrina que a Igreja acolheu, guardou e ofereceu durante os seus dois mil anos de história. Desde a Sagrada Escritura aos Padres da Igreja, desde os Mestres de teologia aos Santos que atravessaram os séculos, o Catecismo oferece uma memória permanente dos inúmeros modos em que a Igreja meditou sobre a fé e progrediu na doutrina para dar certeza aos crentes na sua vida de fé.Na sua própria estrutura, o Catecismo da Igreja Católica apresenta o desenvolvimento da fé até chegar aos grandes temas da vida diária. Repassando as páginas, descobre-se que o que ali se apresenta não é uma teoria, mas o encontro com uma Pessoa que vive na Igreja. Na verdade, a seguir à profissão de fé, vem a explicação da vida sacramental, na qual Cristo está presente e operante, continuando a construir a sua Igreja. Sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz, porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos. Na mesma linha, a doutrina do Catecismo sobre a vida moral adquire todo o seu significado, se for colocada em relação com a fé, a liturgia e a oração".

BARRABÁS É INOCENTADO, APESAR DAS CONDENAÇÕES AO PROTESTANTISMO.

2) http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2011/september/documents/hf_ben-xvi_spe_20110923_evangelical-church-erfurt_po.html (Vesperas ecumênicas na Alemanha)

"Depois é importante também isto: Deus, o único Deus, o Criador do céu e da terra, é algo de diverso duma hipótese filosófica sobre a origem do universo. Este Deus tem um rosto e falou-nos. No homem Jesus Cristo, Ele tornou-Se um de nós: verdadeiro Deus e, simultaneamente, verdadeiro homem. O pensamento de Lutero, a sua espiritualidade inteira era totalmente cristocêntrica. Para Lutero, o critério hermenêutico decisivo na interpretação da Sagrada Escritura era «aquilo que promove Cristo». Mas isto pressupõe que Cristo seja o centro da nossa espiritualidade e que o amor por Ele, o viver juntamente com Ele, oriente a nossa vida.Ora poder-se-ia talvez dizer: Está bem, mas o que é que tudo isto tem a ver com a nossa situação ecuménica? Porventura não será tudo isto apenas uma tentativa de iludir, com uma inundação de palavras, os problemas urgentes onde se esperam progressos práticos, resultados concretos? A respeito disto, respondo: a coisa mais necessária para o ecumenismo é primariamente que, sob a pressão da secularização, não percamos, quase sem dar por isso, as grandes coisas que temos em comum, que por si mesmas nos tornam cristãos e que nos ficaram como dom e tarefa. O erro do período confessional foi ter visto, na maior parte das coisas, apenas aquilo que separa, e não ter percebido de modo existencial o que temos em comum nas grandes directrizes da Sagrada Escritura e nas profissões de fé do cristianismo antigo. Para mim, isto constitui o grande progresso ecuménico dos últimos decénios: termo-nos dado conta desta comunhão e, no rezar e cantar juntos, no compromisso comum em prol da ética cristã face ao mundo, no testemunho comum do Deus de Jesus Cristo neste mundo, reconhecermos tal comunhão como o nosso comum e imorredouro alicerce".

TEOLOGIA HIPPIE E NOVA ERA: SINAL VERDE PARA A HERESIA DE TEILHARD DE CHARDIN.

3) http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2009/documents/hf_ben-xvi_hom_20090724_vespri-aosta_po.html (elogio a Teilhard de Chardin)

"Precisamente este é o conteúdo da primeira parte da oração que se segue: "Fazei com que a vossa Igreja se ofereça a Vós como sacrifício vivo e santo". Este pedido, feito a Deus, é dirigido também a nós mesmos. É uma referência a dois textos da Carta aos Romanos. Nós mesmos, com todo o nosso ser, temos que ser adoração e sacrifício, restituir o nosso mundo a Deus e assim transformar o mundo. A função do sacerdócio é consagrar o mundo a fim de que se torne hóstia viva, para que o mundo se torne liturgia: que a liturgia não seja algo ao lado da realidade do mundo, mas que o próprio mundo se torne hóstia viva, se torne liturgia. É a grande visão que depois teve também Teilhard de Chardin: no final teremos uma verdadeira liturgia cósmica, onde o cosmos se torne hóstia viva. E peçamos ao Senhor que nos ajude a ser sacerdotes neste sentido, para ajudar na transformação do mundo, em adoração a Deus, a começar por nós mesmos. Que a nossa vida fale de Deus, que a nossa vida seja realmente liturgia, anúncio de Deus, porta na qual o Deus distante se torna o Deus próximo, e realmente dom de nós mesmos a Deus".

CONDENAÇÃO DA FÉ ANTE-CONCILIAR: O CLERO CONCILIAR E PÓS-CONCILIAR PREGA A HERESIA.

4) http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/peace/documents/hf_ben-xvi_mes_20101208_xliv-world-day-peace_po.html (Elogio da Liberdade religiosa - isto aqui é a condenação da fé pré-conciliar de forma muito clara. Solar ao meio-dia !!!!)

"5. Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a recta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública.[7] Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.A liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos».[8] Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões.[9]

ACABARAM-SE AS MISSÕES CATÓLICAS: IDE E NÃO ENSINAI O QUE VOS ENSINEI?

5) Anúncio de sabor maçônico do Encontro de Assis III http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/angelus/2011/documents/hf_ben-xvi_ang_20110101_world-day-peace_po.html



" Queridos irmãos e irmãs, na Mensagem para o hodierno Dia da Paz tive a possibilidade de sublinhar como as grandes religiões podem constituir um importante factor de unidade e de paz para a família humana e lembrei, a tal propósito, que neste ano de 2011 se celebrará o 25º aniversário do Dia Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável João Paulo II convocou em Assis em 1986. Portanto, no próximo mês de Outubro, irei como peregrino à cidade de são Francisco, convidando os irmãos cristãos das diferentes confissões, os expoentes das tradições religiosas do mundo e, idealmente, todos os homens de boa vontade, a unir-se neste caminho com o objectivo de recordar aquele gesto histórico desejado pelo meu Predecessor e de renovar solenemente o empenho dos crentes de cada religião a viver a própria fé religiosa como serviço para a causa da paz. Quem está a caminho rumo a Deus não pode deixar de transmitir paz; quem constrói a paz não pode deixar de se aproximar de Deus. Convido-vos a acompanhar desde já esta iniciativa com a vossa oração (...)".

A VERDADE CATÓLICA NÃO É ESTÁVEL E ETERNA COMO AS LEIS DIVINAS?

6) Evolucionismo doutrinal. Discurso da Hermenêutica da Reforma na continuidade da Igreja http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2005/december/documents/hf_ben_xvi_spe_20051222_roman-curia_po.html

"Quarenta anos depois do Concílio podemos realçar que o positivo é muito maior e mais vivo do que não podia parecer na agitação por volta do ano de 1968. Hoje vemos que a boa semente, mesmo desenvolvendo-se lentamente, cresce todavia, e cresce também assim a nossa profunda gratidão pela obra realizada pelo Concílio (...)"

"o Concílio devia determinar de modo novo a relação entre a Igreja e a era moderna (...)"

"Em segundo lugar, era preciso definir de modo novo a relação entre a Igreja e o Estado moderno, que abria espaço aos cidadãos de várias religiões e ideologias, comportando-se em relação a estas religiões de modo imparcial e assumindo simplesmente a responsabilidade por uma convivência ordenada e tolerante entre os cidadãos e pela sua liberdade de exercer a própria religião. A isto, em terceiro lugar, estava ligado de modo geral o problema da tolerância religiosa uma questão que exigia uma nova definição sobre a relação entre a fé cristã e as religiões do mundo(...)"



"Em particular, diante dos recentes crimes do regime nacional-socialista e, em geral, num olhar retrospectivo a uma longa e difícil história, era preciso avaliar e definir de modo novo a relação entre a Igreja e a fé de Israel (...)"



"É exactamente neste conjunto de continuidade e descontinuidade a diversos níveis que consiste a natureza da verdadeira reforma (...)"



"O Concílio Vaticano II, com o Decreto sobre a liberdade religiosa, reconhecendo e fazendo seu um princípio essencial do Estado moderno, recuperou novamente o património mais profundo da Igreja(...)" (Estava perdido por 1962 anos ?!)



"O Concílio Vaticano II, com a nova definição da relação entre a fé da Igreja e determinados elementos essenciais do pensamento moderno, reviu ou melhor corrigiu algumas decisões históricas, mas nesta aparente descontinuidade, manteve e aprofundou a sua íntima natureza e a sua verdadeira identidade(...)" (comment: haja contradição e dissonância cognitiva... Se corrigiu, era erro. E era real, tanto quanto a correção, não aparente)

BEATIFICANDO UM PROMOTOR DE HERESIAS E DE DEMOLIÇÃO DA FÉ CATÓLICA.

7) Homilia da "beatificação" de João Paulo II http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2011/documents/hf_ben-xvi_hom_20110501_beatificazione-gpii_po.html



"João Paulo II é Beato pela sua forte e generosa fé apostólica" (suponho que a fé de Bento XVI seja a mesma heterodoxia que ele elogia no predecessor)



"(...)No seu Testamento, o novo Beato deixou escrito: «Quando, no dia 16 de Outubro de 1978, o conclave dos cardeais escolheu João Paulo II, o Card. Stefan Wyszyński, Primaz da Polónia, disse-me: “A missão do novo Papa será a de introduzir a Igreja no Terceiro Milénio”». E acrescenta: «Desejo mais uma vez agradecer ao Espírito Santo pelo grande dom do Concílio Vaticano II, do qual me sinto devedor, juntamente com toda a Igreja e sobretudo o episcopado. Estou convencido de que será concedido ainda por muito tempo, às sucessivas gerações, haurir das riquezas que este Concílio do século XX nos prodigalizou. Como Bispo que participou no evento conciliar, desde o primeiro ao último dia, desejo confiar este grande património a todos aqueles que são, e serão, chamados a realizá-lo. Pela minha parte, agradeço ao Pastor eterno que me permitiu servir esta grandíssima causa ao longo de todos os anos do meu pontificado». E qual é esta causa? (...)"



" Por fim, quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II. Se antes já tinha tido possibilidades de o conhecer e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa. O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições.(...)"

NIVELANDO A FÉ CATÓLICA COM AS CULTURAS INFERIORES PAGÃS.

8) Discurso de Bento XVI às delegações no III Encontro Ecumênico de Assis http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2011/october/documents/hf_ben-xvi_spe_20111028_religious-delegations_po.html

"(...)Olhando para atrás, podemos apreciar a clarividência do saudoso Papa João Paulo II na proclamação do primeiro encontro de Assis, e a necessidade constante de que homens e mulheres de diferentes religiões possam dar o testemunho conjunto de que a viagem do espírito é sempre um percurso de paz.

Encontros deste tipo são necessariamente extraordinários e raros, e no entanto constituem uma expressão viva de que todos os dias, de lés a lés do nosso mundo, pessoas de diferentes tradições religiosas vivem e trabalham juntas em harmonia. É certamente significativo para a causa da paz que tantos homens e mulheres, inspirados pelas suas mais profundas convicções, estejam comprometidos em trabalhar pelo bem da família humana.

Por isso, estou persuadido de que o encontro realizado ontem nos conferiu um sentido da genuinidade do nosso desejo de contribuir para o bem de todos os nossos semelhantes e de tudo o que devemos partilhar uns com os outros. Ao percorrer os nossos caminhos diversos, revigoremo-nos com esta experiência e, onde quer que nos encontremos, prossigamos fortalecidos a viagem que leva à verdade, a peregrinação que conduz à paz. Agradeço-vos a todos de coração!"

OS CATÓLICOS NÃO PROMOVERAM REVOLUÇÕES SANGRENTAS (LIBERAIS, ANARQUISTAS OU MARXISTAS), NEM GUERRAS CIVIS, NEM GUERRAS MUNDIAIS, NEM CRIMES. POR QUE NÃO CONDENAM OS CULPADOS (MAÇONS, ISLÂMICOS, ETC)? INOCENTANDO BARRABÁS E CONDENANDO CRISTO...DE NOVO!

9) Discurso de Bento XVI na cerimônia religiosa de Assis III

http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2011/october/documents/hf_ben-xvi_spe_20111027_assisi_po.html

Queridos irmãos e irmãs,
distintos Chefes e representantes das Igrejas
e Comunidades eclesiais e das religiões do mundo,
queridos amigos,

Passaram-se vinte e cinco anos desde quando pela primeira vez o beato Papa João Paulo II convidou representantes das religiões do mundo para uma oração pela paz em Assis. O que aconteceu desde então? Como se encontra hoje a causa da paz? (...)

(...) E é necessário acrescentar que, embora neste contexto não se tratasse somente, nem talvez primariamente, da liberdade de crer, também se tratava dela. Por isso, podemos de certo modo unir tudo isto também com a oração pela paz (...).

A crítica da religião, a partir do Iluminismo, alegou repetidamente que a religião seria causa de violência e assim fomentou a hostilidade contra as religiões. (...) Contra isso, objecta-se: Mas donde deduzis qual seja a verdadeira natureza da religião? A vossa pretensão por acaso não deriva do facto que se apagou entre vós a força da religião? E outros objectarão: Mas existe verdadeiramente uma natureza comum da religião, que se exprima em todas as religiões e, por conseguinte, seja válida para todas? Devemos enfrentar estas questões, se quisermos contrastar de modo realista e credível o recurso à violência por motivos religiosos. Aqui situa-se uma tarefa fundamental do diálogo inter-religioso, uma tarefa que deve ser novamente sublinhada por este encontro. Como cristão, quero dizer, neste momento: É verdade, na história, também se recorreu à violência em nome da fé cristã. Reconhecemo-lo, cheios de vergonha. Mas, sem sombra de dúvida, tratou-se de um uso abusivo da fé cristã, em contraste evidente com a sua verdadeira natureza. (...) É tarefa de todos aqueles que possuem alguma responsabilidade pela fé cristã, purificar continuamente a religião dos cristãos a partir do seu centro interior, para que – apesar da fraqueza do homem – seja verdadeiramente instrumento da paz de Deus no mundo.

"(...)A ausência de Deus leva à decadência do homem e do humanismo. Mas, onde está Deus? Temos nós possibilidades de O conhecer e mostrar novamente à humanidade, para fundar uma verdadeira paz? Antes de mais nada, sintetizemos brevemente as nossas reflexões feitas até agora. Disse que existe uma concepção e um uso da religião através dos quais esta se torna fonte de violência, enquanto que a orientação do homem para Deus, vivida rectamente, é uma força de paz. Neste contexto, recordei a necessidade de diálogo e falei da purificação, sempre necessária, da vivência da religião. Por outro lado, afirmei que a negação de Deus corrompe o homem, priva-o de medidas e leva-o à violência".

(...) Mas, tais pessoas chamam em causa também os membros das religiões, para que não considerem Deus como uma propriedade que de tal modo lhes pertence que se sintam autorizados à violência contra os demais. Estas pessoas procuram a verdade, procuram o verdadeiro Deus, cuja imagem não raramente fica escondida nas religiões, devido ao modo como eventualmente são praticadas. Que os agnósticos não consigam encontrar a Deus depende também dos que crêem, com a sua imagem diminuída ou mesmo deturpada de Deus. Assim, a sua luta interior e o seu interrogar-se constituem para os que crêem também um apelo a purificarem a sua fé, para que Deus – o verdadeiro Deus – se torne acessível. Por isto mesmo, convidei representantes deste terceiro grupo [agnósticos] para o nosso Encontro em Assis, que não reúne somente representantes de instituições religiosas. Trata-se de nos sentirmos juntos neste caminhar para a verdade [ comm: a Igreja precisa caminhar até ela ? Não a possui ?], de nos comprometermos decisivamente pela dignidade do homem e de assumirmos juntos a causa da paz contra toda a espécie de violência que destrói o direito. Concluindo, queria assegura-vos de que a Igreja Católica não desistirá da luta contra a violência, do seu compromisso pela paz no mundo. Vivemos animados pelo desejo comum de ser «peregrinos da verdade, peregrinos da paz».

Pesquisar: