sexta-feira, 16 de março de 2012

Restauração da Paternidade Já!


O retorno do Pai


A autoridade paterna depois da ideologia de 68 e a proposta da Igreja

Em sessenta e oito houve um movimento juvenil de contestação global e de oposição radical à sociedade burguesa e capitalista, no qual foram negados o sistema de valores, os estilos de vida e a figura do pai, entendida como principal referência, real e simbólica, da autoridade. Este movimento provocou uma revolução cultural, cujos efeitos são sentidos na sociedade atual, na qual se difundiu, em grande parte da população, uma visão atéia e materialista da vida.

Nos anos setenta, movimentos estudantis surgiram quase que contemporaneamente, na Itália, nos Estados Unidos, na Alemanha, na França, mas, enquanto nos outros países a revolução durou pouco, na Itália demorou décadas e seus efeitos perduram ainda hoje. O centro das contestações era a Universidade e os protestos procuravam minar um elemento basilar da relação educacional: a autoridade.

A crítica ao conceito de autoridade atingiu não somente as Universidades na figura do docente, mas também e sobretudo, a família, que era considerada uma instituição funcional para o desenvolvimento do sistema capitalista e para a exploração da classe operária por parte dos “patrões”.

Esta era considerada uma “válvula de escape” na qual podiam acalmar as tensões de caráter psicológico-existencial, que, em vez poderiam ter sido canalizadas para a luta revolucionária.

A autoridade na família era representada pelo pai, símbolo da lei e da proibição e, enquanto tal, contestável, pois, como dizia um slogan do momento, no qual uma inteira geração de jovens se reconhece: “é proibido proibir”.

As proibições eram consideradas um impedimento ao exercício da liberdade e com esta, a expressão das necessidades mais profundas do individuo, reprimidas pela sociedade burguesa, considerada repressiva.

Também no confronto da Igreja a contestação voltou-se para a autoridade, ou seja, para os bispos e principalmente para o Papa, vigário geral de Cristo.

Os efeitos da ideologia de sessenta e oito são fortemente sentidos ainda hoje no que diz respeito à demolição progressiva do conceito de autoridade, principalmente a paterna.

Para certa cultura dentro da família o pai não representa mais a autoridade e muitas vezes, delega à mãe competências que são suas: como consequência os filhos não a vivem como uma presença competente que possa “fazê-los crescer” como pessoas maduras e responsáveis.

Na verdade, o termo “autoridade” deriva do latim auctoritas, que vem, por sua vez de auctor, derivado de augere, que significa “fazer crescer”.

O educador é, essencialmente, o auctoritas que faz o jovem crescer favorecendo a sua formação intelectual e moral e, se no pai tal autoridade não é reconhecida, é impedida a sua atividade de educador e o processo de maturação dos filhos é prejudicado, que necessitam de personalidade com autoridade com quem confrontar (e mesmo desencontrar), para desenvolver o pensamento crítico e realizar escolhas responsáveis.

A crise da figura paterna comporta, necessariamente, a crise da família enquanto tal.

É possível sair desta situação escutando os ensinamentos da Igreja, que apresenta como modelo de pai, São José e, como modelo de família, a família de Nazaré, que viveu plenamente a Palavra de Deus (cfr.Ef 5, 21-32): Maria acolhe, escuta, consola e São José é a autoridade, que guia com amor a família.


O Papa recentemente valorizou o papel do pai, apresentando a si mesmo como um pai de família. Dirigindo-se aos paroquianos de São João de La Salle, o Pontífice disse: “antes de tudo gostaria de dizer, com todo o meu coração, obrigado por esse acolhimento cordial, caloroso. Obrigado ao bom Pároco por suas belas palavras, obrigado por este espírito de família que encontro. Somos realmente a família de Deus e o fato de verem também o papai, è para mim uma coisa muito bela que me encoraja!” (Bento XVI, Visita Pastoral a Paróquia romana de São João Batista de La Salle em Torino, 4 março 2012).

por Maurizio Moscone

Fonte: http://www.misericordia.org.br/

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Infelizmente, devido ao alto grau de estupidez, hostilidade e de ignorância de tantos "comentaristas" (e nossa falta de tempo para refutar tantas imbecilidades), os comentários estão temporariamente suspensos.

Contribuições positivas com boas informações via formulário serão benvindas!

Regras para postagem de comentários:
-
1) Comentários com conteúdo e linguagem ofensivos não serão postados.
-
2) Polêmicas desnecessárias, soberba desmedida e extremos de ignorância serão solenemente ignorados.
-
3) Ataque a mensagem, não o mensageiro - utilize argumentos lógicos (observe o item 1 acima).
-
4) Aguarde a moderação quando houver (pode demorar dias ou semanas). Não espere uma resposta imediata.
-
5) Seu comentário pode ser apagado discricionariamente a qualquer momento.
-
6) Lembre-se da Caridade ao postar comentários.
-
7) Grato por sua visita!

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Pesquisar: