sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A mulher na idade média não era oprimida.


O papel da mulher na Idade Média



Há quem pense que na Idade Média o papel da mulher era o de submissão total e completo ostracismo.

Há quem cogite que se pensava que a alma da mulher não era imortal ‒ afirmação gratuitamente preconceituosa e contraditória (se a alma é espiritual e imortal, como a alma feminina não seria? Seria uma alma mortal?).

Como a Igreja seria hostil a esses seres sem alma, mas durante séculos batizou, confessou e ministrou a Eucaristia a essas criaturas?

Não é estranho que os primeiros mártires cristãos tenham sido mulheres (Santas Agnes, Cecília, Ágata etc)? 

Como venerar a Virgem Maria como cheia de graça e considerá-la desalmada? A historiografia contemporânea simplesmente apagou a mulher medieval.
Por exemplo, no plano social. Dentro dessa perspectiva desapareceram da história personagens como Hilda de Whitby, que no século VII fundou sete mosteiros e conventos, ou quem sabe a religiosa alemã Hroswitha de Gandersheim, autora de dezenas de peças de teatro.

Em Bizâncio, numerosas eram as mulheres na universidade. Anna Comnena fundou em 1083 uma nova escola de medicina onde lecionou por vários anos.

Eleonora da Aquitânia, enquanto rainha, desempenhou um importante papel político na Inglaterra e fundou instituições religiosas e educadoras.

Nos tempos feudais a rainha era coroada como o rei, geralmente em Rheims ou, por vezes, em outras catedrais.

A coroação da rainha era tão prestigiada quanto a do Rei. A última rainha a ser coroada foi Maria de Medicis em 1610, na cidade de Paris.

Algumas rainhas medievais desempenharam amplas funções, dominando a sua época; tais foram Eleonora de Aquitânia (+1204) e Branca de Castela (+1252); no caso de ausência, da doença ou da morte do rei, exerciam poder incontestado, tendo a sua chancelaria, as suas armas e o seu campo de atividade pessoal.

Verdade é que a jovem era dada em casamento pelos pais sem que tivesse livre escolha do seu futuro consorte.

Todavia observe-se que também o rapaz era assim tratado; por conseguinte, homens e mulheres eram sujeitos ao mesmo regime.
(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).

A mulher comum na Idade Média



Faltaria falar das mulheres comuns, camponesas ou citadinas, mães de família ou trabalhadoras.

A questão é muito extensa, e os exemplos podem chegar através de diversas fontes como documentos ou mil outros detalhes colhidos ao acaso e que mostram homens e mulheres através dos menores atos de suas existências.

Através de documentos, pôde-se constatar a existência de cabeleireiras, salineiras (comércio do sal), moleiras, castelãs, mulheres de cruzados, viúvas de agricultores, etc.

É por documentos deste gênero que se pode, peça por peça, reconstituir, como em um mosaico, a história real ‒ muito diferente dos romances de cavalaria ou de fontes literárias que apresentam a mulher como um ser frágil, ideal e quase angélico ou diabólico ‒ mas que não tinha voz nem vez.

Mondsee Folk Festival, Tirol

Existem documentos demonstrando como em muitos locais, mulheres e homens votavam em assembléias urbanas ou comunas rurais.

Ouve um caso curioso: Gaillardine de Fréchou foi uma mulher e a única pessoa que, diante da proposta de um arrendamento aos habitantes de Cauterets, nos Pirineus, pela Abadia de Saint Savin, votou pelo Não, quando a cidade inteira votou pelo Sim.

Museu da Idade Média, Dinamarca

Nas atas dos notários é muito freqüente ver uma mulher casada agir por si mesma, abrir, por exemplo, uma loja ou uma venda, e isto sem ser obrigada a apresentar uma autorização do marido.

Enfim, os registros de impostos, desde que foram conservados, como é o caso de Paris, no fim do século XIII, mostram multidão de mulheres exercendo funções: professora, médica, boticária, estucadora, tintureira, copista, miniaturista, encadernadora, etc.
(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).


Mosteiro de Santa María la Real de las Huelgas, Burgos
Para completar, a primeira abadessa que presidiu os destinos da Ordem de Fontevrault, Petronila de Chemillé, tinha 22 anos.

(Um parêntesis: nos dias de hoje alguém imaginaria um acontecimento destes sequer ser considerado? Pois ele aconteceu na época em que os ignorantes costumam taxar como “Idade das trevas”).

No período feudal o lugar da mulher na Igreja apresentou algumas diferenças daquele ocupado pelo homem, mas este foi um lugar iminente, que simboliza, por outro lado, perfeitamente o culto, insigne também, prestado à Virgem Maria entre os santos.

E não é curioso como a época termine por uma figura de mulher ‒ Joana D'Arc, que seja dito de passagem, não poderia, jamais, nos séculos seguintes obter a audiência do rei, sendo ela mulher, plebéia e ignorante, conseguindo mesmo assim suscitar a confiança que conseguiu, afinal.

Pobre Joana D'Arc!

Luc Besson fez um filme de Santa Joana D'Arc digna dos melhores hospícios, completamente esquizofrênica e que confundia sua vingança pessoal com o que seria a voz de Deus. Sem comentários.

(Autor: Régine Pernoud, “Idade Média ‒ o que não nos ensinaram”).
 FONTE: BLOG GLÓRIA DA IDADE MÉDIA.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Sola Scriptura: a Bíblia mal utilizada.

A Bíblia mal utilizada

Conseqüências de um princípio funesto: a Sola Scriptura


"Então o Diabo lhe disse: 'Se és o filho de Deus, atira-te para baixo, porque está escrito..." (Mateus 4,5).

A Sagrada Escritura é uma lâmpada que ilumina o nosso caminho para a Casa do Pai (Salmo 119,105), porém, quando mal utilizada, pode nos levar a danos físicos e morais e até mesmo à perdição eterna. O próprio Diabo se valeu desta técnica para inutilmente tentar derrubar Jesus.

O profeta Amós anunciou (8,11): "Chegará o dia em que Deus mandará fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir a Palavra de YHWH" . Como esta fome de ouvir a Palavra de Deus é inerente à natureza humana, que deseja conhecer o seu Criador, devemos, nesta busca, estar atentos às infinidades de doutrinas errôneas inventadas pelo homem, que tenta baseá-las na Bíblia mal-interpretada. Já o apóstolo Pedro advertia em 2Pedro 3,16, que haveria quem viesse a torcer o seu ensino para sua própria perdição.

Alguém disse: "Da Bíblia mal-intepretada pode se extrair até petróleo"...

Joseph Smith, fundador dos mórmons, baseando-se na ordem divina de Gênese 1,22 e 35,11 ("crescei e multiplicai-vos"), aprovou a poligamia.

Joseph F. Rutherford, 2º líder mundial dos Testemunhas de Jeová, apoiou a já conhecida recusa às transfusões de sangue, que tantas mortes causou entre eles, a partir do texto de Atos 15,20, quando a Igreja proclamou uma ordem transitória e circunstancial de vir a abster-se do sangue.

Os líderes dos Adventistas do 7º Dia, utilizando Êxodo-20,8 ("recorda-te do dia de sábado para santificá-lo"), obrigam os seus adeptos a observá-lo como faziam os judeus do Antigo Testamento e rejeitam o domingo, o "Dia do Senhor", próprio dos cristãos.

Os cristãos fundamentalistas (Igreja da Fé em Cristo Jesus e outras da mesma linha doutrinária), lendo Atos 8,16 ("unicamente tendo sido batizados em nome do Senhor Jesus"), dizem que os cristãos devem ser batizados apenas em nome de Jesus e não no nome das Três Pessoas da Santíssima Trindade, muito embora esta seja a ordem expressa de Cristo em Mateus 28,19.

A grande maioria das Igrejas Cristãs Evangélicas, citando Romanos 3,28 ("concluímos que o homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei"), proclama que a justificação (salvação) é obtida somente pela fé sem obras, em oposição ao que diz Tiago 2,26.

Entre os pentecostais, têm surgido casos de pessoas virem à falecer - principalmente crianças - em razão de seus pais não recorrerem ao médico para tratar das suas doenças, já que crêem que, segundo Lucas 8,48, tudo pode ser curado apenas pela fé e as orações. No entanto, os judeus - o povo da Bíblia - recorriam aos médicos (Eclesiástico 39); e entre os apóstolos, havia um médico eminente: São Lucas (Colossenses 4,14).

Em San Luis Potosi, numa comunidade de pessoas que seguia esta linha doutrinária, algumas morreram ao inalar gas butano. O pastor lhes dizia que se tratava da ação do Espírito Santo (Heraldo de Chih, 1° de janeiro de 1992).

Os seguidores da urinoterapia (=beber da própria urina), justificam esta prática no texto de Provérbios 5,15 ("toma a água da tua própria fonte")!

As práticas mais absurdas podem ter apoio na Bíblia mal-interpretada; citar todas seria interminável. Para evitarmos ser vítimas destes e de outros danos tão terríveis, leiamos a Sagrada Escritura sempre seguindo a interpretação do Magistério da Igreja Católica, a quem Jesus conferiu esse ministério (Lucas 10,16) e não o que é proclamado à margem deste.


Autor: José L. Fierro Cordova (México)
Fonte: http://www.apologetica.org
Tradução: Carlos Martins Nabeto

Motivos da Reforma Luterana

Motivos da Reforma Luterana



Quais os motivos que levaram Lutero a querer reformar a Igreja? Quais eram as indulgências contra as quais reagiu?



Para entender o gesto de Lutero (1483-1546), torna-se imprescindível reconstituir tanto o cenário histórico em que viveu, como o problema próprio que atormentou o dito «Reformador».



1. O cenário histórico



Os séculos XIV c XV foram períodos de grandes provações, de transformações sociais, assim como de declínio no setor da cultura em geral.



a) Em política, manifestavam-se tendências particularistas, nacionalistas (na França, com Filipe IV o Belo; na Alemanha, com Luís IV da Baviera; na Espanha, na Inglaterra, nas cidades da península itálica), que contradiziam à unidade do Sacro Império e acarretavam detrimento para os interesses comuns dos povos.



b) Na vida social, os camponeses e os cavaleiros, que haviam sustentado os grandes feitos da história medieval, eram ridicularizados por uma classe ascendente : a dos habitantes das cidades, os burgueses. Propalavam-se novas teorias e reivindicações sociais (por vezes, um certo socialismo ou comunismo) contrárias às instituições vigentes.



c) A Filosofia e a mentalidade dos homens também passavam por crise. Parece que os doutos se haviam cansado de fazer uso da razão e seguir as normas da lógica ou do intelecto; davam primado cada vez mais acentuado à vontade (voluntarismo), ensinando não haver verdade nem bem absolutos; se Deus o quisesse, os mais hediondos vícios, ato mesmo o ódio ao Criador, poderiam ser atos meritórios Esse voluntarismo acarretava consequências funestas:

- relativismo, indiferentismo, frente à verdade;

- excessiva estima das representações da fantasia, consequente ao descrédito em que caíra o raciocínio;

- cultivava-se a dialética vazia, a ginástica da mente para provar as teses que menos prováveis parecessem (assim Guilherme de Occam, +1349, abusando dos termos e quase zombando da lógica, queria demonstrar proposições como: «A cabeça de Cristo é o pé de Cristo»; «O olho de Cristo é a mão de Cristo»).



d) Mesmo os que estudavam as ciências positivas, envolviam-nas em um sistema pouco racional, de sabedoria oculta. Certo Agripa de Nettesheim (+1535), seguindo tendências anteriores, fundou em Paris uma fraternidade secreta que, cultivando a Alquimia, se propunha descobrir a pedra filosofal, a qual operaria a transmutação dos metais em ouro; João Reuchlin (+1552), bom conhecedor do hebraico e do grego, continuando a cabala, ensinava que cada letra do alfabeto hebraico encerra um poder próprio de ação...



e) Em tal ambiente, o autêntico senso religioso dos cristãos não podia deixar de se ressentir. Não há dúvida, existia fervor notável no séc. XV. Contudo essa piedade era pouco esclarecida, tendendo, por isto, a cair no sentimentalismo superficial, no subjetivismo. Eis, por exemplo, como pregava Geyler von Kayserberg, famoso orador do séc. XV:



“Cristo é o nosso pão-de-ló, o qual consta da farinha de lentilhas da Divindade, da velha farinha de centeio do corpo e da farinha de trigo da alma. Acompanha-O o mel da misericórdia».



Crenças mais ou menos supersticiosas se mesclavam a certas afirmações religiosas do povo; assim se multiplicavam as histórias de bruxas, ou seja, de mulheres que tinham pacto ou comércio carnal com os demônios; dava-se voga à astrologia, como se o curso da história dependesse dos anjos que dirigem os planetas no firmamento. Com ou sem propósito, os homens falavam de monstros, cometas e outros sinais exóticos!



Da parte dos homens da Igreja (alto e baixo clero), vários senões eram ocasião de mau exemplo e descontentamento público: o chamado «exílio dos Papas em Avinhão», de 1309 a 1376, e o grande cisma do Ocidente (1378-1417), durante o qual dois e mesmo três cabeças visíveis (um Papa legitimo e dois antipapas) eram propostos à cristandade, acarretaram notável detrimento para a vida cristã.



f) As calamidades (peste e fome) decorrentes das guerras e das desordens sociais despertavam nas massas um sentimento de medo; muitos julgavam que o Anticristo e o fim do mundo estavam próximos. Queriam premunir-se contra os castigos, multiplicando as peregrinações, o culto das relíquias, as devoções aos santos, dos quais esperavam milagres, aparições, etc. Certos grupos de penitentes, chamados «Flagelantes», percorriam a Europa, professando ideias religiosas fanáticas, revolucionárias. A autoridade da Igreja não deixava de reprimir as aberrações, mas com exíguo resultado (notável, por exemplo, é a bula de Inocêncio VIII «Summis desiderantes», de 5 de dezembro de 1484).



Estes poucos traços já dão a ver que a mentalidade do séc. XV era assaz irrequieta; pairava no ar a expectativa de uma novidade, a qual jorrava da consciência de que era preciso reformar o estado de coisas vigente, reformar até mesmo certos costumes da vida cristã. A insatisfação geral facilmente explodiria, bastando para isto uma centelhazinha, um brado forte que soubesse interpretar e explorar o sentimento das massas.



Não se poderia deixar de mencionar ainda o movimento renascentista ou humanista, que muito marcou a segunda metade do séc. XV c o inicio do séc. XVI. A Renascença já era de certo modo uma resposta ao desejo comum de renovação, resposta, porém, que, junto com grandes méritos, teve o demérito de muitas vezes acentuar o individualismo, o relativismo já vigentes; vários humanistas queriam até certo grau experimentar e viver a mentalidade dos antigos pagãos; tentavam combinar a ideologia cristã com os modos de falar e pensar dos clássicos greco-romanos. Tais autores (dos quais o principal foi Erasmo de Rotterdam, +1536) contribuíam para diluir elegante e sorrateiramente o vigor da fé cristã, assim como a integridade do dogma.



2. O problema pessoal de Lutero



Foi dentro de tal quadro histórico que viveu Martinho Lutero (1483-1546).



Educado em ambiente de família assaz severo, Lutero em 1505 resolveu entrar para o convento dos Agostinianos de Erfurt (Alemanha); dava este passo, movido não propriamente pelo amor de Deus (ele o tinha, não há dúvida) e o ideal da vida claustral, mas principalmente pela impressão de temor que experimentara quinze dias antes, ao ser colhido por uma tempestade em viagem: «Sant'Ana, exclamara então, vinde em meu auxílio, e tornar-me-ei monge!».



No convento, Lutero procurou ser fiel à sua Regra, mas ressentiu-se continuamente de angústia e tristeza; além de não ter genuína vocação, era, por seu temperamento melancólico, levado a pensar obsessivamente no juízo de Deus e na predestinação, o que lhe causava apreensões, não compensadas por filial abandono à Providência Divina: «Estás louco, dizia-lhe o seu confessor, caracterizando o seu estado de alma; não é Deus que está irado contra ti, mas és tu que te achas encolerizado contra Ele» (Tischreden t. II n. 122).



Aos poucos, Lutero foi concebendo a «solução» para o seu caso; julgando-se impotente para vencer a natureza desregrada, resolveu desistir do combate angustioso; a fim de se emancipar da inquietude que o atormentava, propôs-se a questão: quem sabe se a fé em Cristo por si só não basta para a salvação eterna, independentemente de quaisquer boas obras? Para afirmar isto, Lutero teria que reformar toda a Teologia cristã; várias proposições dogmáticas seriam entendidas de novo modo ou simplesmente rejeitadas. Não hesitou, porém. Veio a ensinar que, desde que alguém tenha confiança nos méritos do Salvador, estes lhe são imputados, sem que a concupiscência e o pecado sejam extirpados; a justificação ou santificação é meramente jurídica, ela não reforma o íntimo do cristão. Por conseguinte, embora o pecado permaneça no indivíduo, este não se deve perturbar, pois a natureza humana foi irremediavelmente viciada pela culpa de Adão; que o crente confie ainda mais fortemente em Jesus, e Este o recobrirá, dando-lhe uma filiação divina nominal, não real nem ontológica (a graça á mero título). Impulsivo como era, Lutero julgava que nenhum homem possui liberdade de arbítrio para resistir às paixões e praticar o bem. — Estas são as proposições centrais do luteranismo, das quais outras decorrem logicamente (a rejeição do santo Sacrifício da Missa, do sacerdócio hierárquico, do purgatório, das indulgências, das obras de penitência, etc.).



A explosão do drama íntimo de Lutero se deu em 1517. Naquela época, pregadores percorriam a Alemanha incitando os fiéis a contribuir com esmolas indulgenciadas para a reconstrução da basílica de São Pedro em Roma; o modo exagerado como o faziam (tornou-se famoso neste particular João Tetzel) deu ocasião a que o frade agostiniano lançasse o seu brado de protesto; segundo ele, a vida cristã devia ser reformada, e ele a reformaria de acordo com a sua compreensão pessoal, emancipado de qualquer escola ou tradição. A “solução luminosa” que ele concebera para o seu problema pessoal, ele a formulou nos termos teológicos acima enunciados e a propôs ao mundo como novo modo de entender o Cristianismo; Lutero assim projetou a sua individualidade, fazendo do seu «caso» pessoal um «caso» comum, ao qual «em nome de Deus» ele quis dar a sua solução subjetiva.



Não é necessário descrever o andamento da revolução luterana. O fato é que ela encontrou o terreno preparado, dado o descontentamento religioso e social vigente na Europa.



Eis agora, em síntese, os fatores que explicam o surto e o progresso do luteranismo :



1) O subjetivismo, o individualismo, que se alastravam nos diversos setores do pensamento e da atividade dos homens desde o séc. XIV. «Eu e a minha Bíblia, que julgo ser a Palavra de Deus», eis a posição que Lutero toma para reformar a Religião. E qual o critério para interpretar essa Palavra de Deus? Não é um magistério extrínseco ao indivíduo, mas a experiência subjetiva, o sentimento (ou o sentimentalismo) do crente.



Lutero se atribuía (com que direito objetivo?) uma missão recebida de Deus para reformar a Igreja («Deus me revelou esta doutrina», eis uma afirmação frequente em seus escritos). Ora, bem poderia dizer qualquer discípulo do Reformador: se admito como válida a posição de Lutero, não vejo porque não possa também eu ser um Iluminado, que Deus chama a «redescobrir» o Evangelho. Foi isto o que de fato pensaram centenas de «reformadores» subsequentes a Lutero, os quais, tomando a Bíblia em mãos, passaram a interpretá-la do seu modo, fundando novas e novas seitas protestantes, fazendo as reformas da reforma... Porque acreditariam mais em Lutero do que no seu próprio sentimento de piedade? Donde se vê o dilema: ou aceitar os ensinamentos da tradição que sempre iluminaram a Bíblia no decorrer dos séculos, ou simplesmente abrir mão de toda norma de fé, renunciar à própria Bíblia.



2) A Filosofia decadente do séc. XV. O Nominalismo tendia a negar conteúdo ontológico aos nomes; os títulos (justificação, graça) seriam meras fórmulas, que nada supõem no sujeito. A demasiada estima atribuída à vontade (o voluntarismo), em detrimento da lógica, dava a Lutero a impressão de estar diante de um Deus caprichoso, «voluntarista», que ele, apesar de todo o seu esforço ascético, jamais podia ter certeza de haver contentado.



3) A mentalidade humanista, que, em alguns de seus expoentes, era paganizante; diluía o significado de certas verdades cristãs.



4) Os costumes abusivos vigentes na sociedade, sem exceção do clero; luxo, tendências mundanas haviam penetrado no espírito dos mais altos dignitários da Igreja. A piedade do povo, em consequência, era superficial, necessitando de ser reestruturada no dogma e na Sagrada Escritura. Entre outros males, deve-se reconhecer a leviandade com que se tratavam as indulgências, dando a impressão de mercantilismo religioso.



5) A isso tudo sobreveio a personalidade de Lutero, Tribuno, escritor popular, que se deixara levar pela paixão mais do que pelo raciocínio objetivo e sóbrio (gostava do bom vinho e da boa mesa), Lutero apresentou-se ao povo alemão como «o homem do momento»; soube explorar não somente os queixumes religiosos contra a suprema autoridade da Igreja, mas também uma inveterada animosidade política que distanciava de Roma e da Itália a população da Alemanha; fazia questão de se dizer o Enviado de Deus à nação (haja vista o seu livrinho intitulado «À nobreza cristã da nação alemã»).



Em conclusão, dever-se-á reconhecer que Lutero tinha uma alma profundamente religiosa, capaz de intuições e gestos notáveis. Foi, porém, vitima da mentalidade de seu tempo, à qual deu expressão muito concreta no seu cisma religioso. Lutero quis reformar a Igreja e a tradição, arvorando o próprio Eu como árbitro posto acima de qualquer outro critério. Isto equivalia a negar o caráter transcendente da Religião e cair no antropocentrismo ou no egocentrismo. Na verdade, não era a Igreja, em seu dogma e em sua estrutura essencial, que necessitava de reforma, mas eram os homens (clérigos e leigos) que faziam parte da Igreja; esta (como está dito na resposta 8 deste fascículo - A Riqueza da Igreja -) não se identifica plenamente com nenhum de seus membros, mas transcende a todos, porque, na qualidade de Esposa de Cristo, é indefectível; mesmo quando os cristãos pecam, a Igreja não peca, mas é a primeira a denunciar as falhas e também a lhes propor o remédio salutar. Por isto nunca se poderá falar de necessidade de reforma da Igreja, mas, sim, de necessidade de reforma na Igreja. Oxalá o Reformador tivesse compreendido isto!



Sendo assim, o prestígio que Lutero obteve no setor religioso foi decaindo; no decorrer dos tempos apareceram «reformadores da reforma luterana». A outro título, porém, Lutero é profundamente estimado pelos nossos contemporâneos: quando nos anos de 1917/1919 se celebrou em Worms o quarto centenário da Reforma, o que se exaltou não foi tanto o seu papel de mestre religioso, mas o de herói nacional, benemérito pela sua monumental tradução alemã da Bíblia e principalmente pelo seu ardoroso patriotismo. Como religião, o luteranismo é a expressão de uma época e de sua mentalidade depauperada.





D. Estevão Bettencourt O. S. B.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Católico, orgulha-te da tua Igreja! Nunca terás outra Mãe como esta!

UM SANTO ORGULHO
Dom Fernando Arêas Rifan*

Diante dos ataques contra a Igreja por causa da fraqueza humana e queda de seus membros, especialmente nos EE UU, cito trechos do discurso de Samuel H. Miller, grande empresário judeu de Cleveland, Ohio, proferido no City Club dessa cidade. “Talvez seja mais fácil para mim dizê-lo, porque não sou católico!”, disse, indignado por essa sede de vingança e preconceito contra “uma das mais importantes instituições da Humanidade, a Igreja Católica”.

“Poucos conhecem e menos ainda se divulga, que só nos Estados Unidos, a Igreja Católica educa 2.6 milhões de estudantes, o que lhe custa mais de dez milhões de dólares por ano, soma que o Estado economiza. Na Espanha, 5.141 centros católicos de ensino formam cerca de um milhão de alunos, aforrando ao Estado mais de três milhões de euros por ano!”

“A lista dos 100 hospitais mais cotados dos Estados Unidos não só é encabeçada pelo Saint Joseph’s Hospital and Medical Center de Phoenix, Arizona, entidade que tem prestado os seus serviços por mais de 115 anos contínuos, como 28 dos outros hospitais selecionados são também operados pela Igreja Católica. Nos Estados Unidos há mais de 260 centros médicos católicos, na Espanha 107 hospitais católicos, além dos 1.004 centros, entre ambulatórios, dispensários, asilos, centros de inválidos, de passantes e de doentes terminais de AIDS, com mais de 51.300 leitos. Há 365 centros de reeducação permanente para marginais sociais, ex-prostitutas, ex-presidiários e ex-toxicômanos, umas 53.100 pessoas. Isso, sem falar dos 937 orfanatos espanhóis que albergam 10.835 crianças abandonadas. No total, a Igreja Católica administra e serve 26 por cento dos centros hospitalares e de ajuda sanitária que existem em todo o mundo! E quase todos os que trabalham ou colaboram com as obras de caridade católicas, trabalham pelos outros sem pedir nada para si. Além disso, quanto custa manter para a Humanidade tantas e tão monumentais obras históricas e artísticas da cristandade?”

“Enquanto 1,7% do clero católico foi encontrado culpado de pedofilia, 10% dos ministros protestantes foram assinalados pela mesma conduta. Não é que o mal dos outros seja um consolo ou uma desculpa, mas este NÃO é um problema exclusivo dos católicos. A agonia que os católicos sentiram e sofreram não é necessariamente culpa da Igreja como um todo. Vós fostes atingidos por um muito pequeno número de sacerdotes desviados, que numa boa parte foram já suspensos e outros o serão a seguir. Um estudo acerca dos sacerdotes americanos mostrou que a maioria se encontra feliz no seu sacerdócio; e a maioria, se lhes apresentassem uma alternativa, voltaria a escolher o sacerdócio apesar dos ataques que a Igreja tem recebido”.

“A vossa religião ofereceu consolo e fortaleza a milhares de milhões de pessoas em todo o planeta, dando-lhes assim uma razão para seguir em frente quando já tudo parecia perdido”.

“Caminhem, pois, com os ombros erguidos e a vossa cabeça levantada. Defendam a vossa FÉ com orgulho e reverência, e dimensionem muito o que a vossa religião fez e continua a fazer por todas as outras religiões do mundo! Sintam-se orgulhosos de ser Católicos”.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

Flores da Eucaristia, por S. Julião Eymard.

FLORES DA EUCARISTIA (Escritos de São Pedro Julião Eymard) - 19 DE FEVEREIRO

A alma, no santo abandono, semelhante a uma criancinha nas mãos de Deus, entrega-Lhe o espírito para que Ele seja a sua luz, e como Lhe aprouver: clara ou velada, de fé ou de manifestação. Somente quer saber o que Deus quer que ela saiba; é a ceguinha de Deus, que lhe abre ou fecha os olhos como quer; e se ela pudesse fazer escolhas haveria de preferir ser pobre e humilde de espírito.

A alma, no santo abandono, dá o coração a Deus, com toda a simplicidade, para O amar em tudo e somente a Ele, em todas as coisas e em qualquer estado. Sentir-se-á feliz se Ele quiser abrasá-la no seu amor, e receberá com reconhecimento uma graça de consolação, se Ele a quiser conceder-lhe. Mas se Nosso Senhor lhe fizer beber alguma gota de seu cálice de fel ou partilhar de seus desamparos, de seus abandonos, de suas desolações, de sua tristeza, a alma, em santo abandono, sorverá com amor este cálice, participará da agonia de Jesus, e ser-Lhe-á fiel na provação.


FLORES DA EUCARISTIA (Escritos de São Pedro Julião Eymard) - 20 DE FEVEREIRO

A alma que vive em santo abandono entrega inteiramente a Deus a própria vontade, para que Ele a governe e a mova como quiser.

Doravante, apenas há de considerar como bem, alegria, felicidade, virtude, zelo, perfeição, o que trouxer o selo divino da vontade de Deus.

Que deseja Deus? Qual a sua vontade? O que Lhe agrada mais? Eis, em síntese, a lei, a escolha, toda a vida enfim da alma em santo abandono.

E ela se entrega ao serviço de Deus sem outro ponto de vista, sem outro amor que não seja o que Deus lhe determina a cada hora, e como Ele quer.

A alma, no santo abandono, serva a Deus segundo os meios de que dispõe no momento. Não se apega ao seu estado, nem aos meios, nem às graças, mas repousa unicamente na santa Vontade de Deus!

Nosso Senhor é e deve ser para vós o sol de cada dia; todas as manhãs ele se levanta em vossa vida, mas não da mesma maneira. É mister que ameis sempre este divino sol de justiça e de amor, seja que ele vos apareça radioso, seja que se mostre velado em meio aos ardores do estio, ou sob os gelos do inverno; é sempre o mesmo sol.

Alá : um dos ídolos árabes (um demônio) não é o Deus verdadeiro. Mais um caso de falsa religião?

5 Evidências de que Alá não é o Deus da Bíblia

Apesar de nós, Cristãos, podermos ver através da charada uma vez que temos "denunciante" (a Autoritária, Inerrante e Inspirada Palavra de Deus), um terço da população mundial foi totalmente enganada pelo maometanismo (islão). Eles foram ensinados falsidades em torno da Santidade de Deus, da natureza do homem. do pecado, do Senhor Jesus Cristo, e assim por diante. Obviamente que eles dirão o mesmo em relação a nós Cristãos, portanto, urge perguntar: qual é a diferença? Porque é que devemos acreditar no conceito Cristão de Deus e não no islâmico? Eu acho que há pelo menos cinco razões para vermos que Alá não é o Deus Verdadeiro.

1 – Misericórdia e Justiça

Os maometanos concordam que Deus é Justo e Misericordioso, mas o problema é que na teologia islâmica, estas duas características contradizem-se. Imaginemos que Deus tem um pecador culpado perante Ele, e perdoa-lhe os pecados (tem misericórdia dele). Isto faria de Deus algo parecido a um juiz corrupto. Mas imaginemos que Deus dá a esta pessoa o castigo adequado (é Justo), desta forma Deus não seria Misericordioso. Ao afirmar que Deus é Misericordioso, Ele é, desde logo, Injusto. Ao afirmar que Ele é Justo com os pecadores, Ele não é Misericordioso. Mas Ele não pode ser ambos, apesar do Alcorão ensinar isso mesmo.

A Palavra de Deus - A Bíblia - ensina que Deus é ao mesmo tempo Justo e Misericordioso visto que na Cruz do Senhor Jesus Cristo, a justiça e a misericórdia uniram-se. Quando Deus descarregou a sua raiva sobre o Seu Filho, Ele foi Justo - visto que o Senhor Jesus Cristo absorveu o castigo que nós merecíamos - e Misericordioso - porque, agora, os pecadores culpados podem ver os seus pecados perdoados mal eles se comprometam a seguir a Cristo todos os minutos da sua vida, até ao final da sua vida.

Com isto em mente, podemos dizer que a concepção Cristã de Deus não se depara com este enigma, tal como acontece com a concepção (errada) de Deus que o Alcorão "revela". Na teologia islâmica, Deus ou é sem misericórdia ou injusto. Mas Ele não pode ser ao mesmo tempo ambas (Justo e Misericordioso). Logo, o "Deus" revelado no Alcorão não é ser mais perfeito que se pode conceber. Logo, o Deus revelado no Alcorão não existe.

2 – Amor

O Senhor Jesus disse, "Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" (Mateus 5:43-44). De modo consistente, por todo o Alcorão é afirmando que Alá não alcança o padrão que o Senhor Jesus estabeleceu. Alá falha neste ponto e desde logo falha em ser o maior ser que se pode conceber (porque é melhor ser amoroso do que sem amor). Tal como afirmou o estudioso islâmico Darood Akbar, no seu livro "The God of Justice", "Amor Divino sem reservas pela humanidade é uma ideia completamente alienígena para o Alcorão. Em parte alguma encontramos a ideia de que Alá ama a humanidade. O amor de Alá é condicional."

Vez após vez, o Alcorão afirma que Alá não ama o pecador (2:99, 2:99,277 277; 3:33,58; 4:37; 5:88; 6:142; 8:59) e que o seu "amor" é parcial, condicional e tem que ser subornado. Só quando alguém expressa o seu amor por Alá é que ele o ama de volta. Logo, não parece que Alá ultrapasse a marca dos cobradores de impostos e dos pagãos que só saúdam os seus.

Imaginem o quão horrível seria um pai forçar a sua filha a conquistar o seu amor, em vez de a amar apenas e só pelo facto de ser sua filha. Algumas pessoas tiveram experiências com pais assim, e não é possível acreditar que esta é forma correcta de agir para o Altíssimo visto que se Ele fosse assim, Ele não seria o Altíssimo. Existem homens que amam os seus inimigos, até quando os seus inimigos os odeiam, e neste ponto, eles são mais morais que Alá, o deus do Alcorão.

3 – Alá não é o Deus da Bíblia Hebraica.

Alá disse que ele era o Deus de Israel, mas existem várias inconsistências entre Alá e o Santo de Israel. Na Bíblia Hebraica, por exemplo, Deus diz que tem Um Filho (Salmo 2.7), mas o Alcorão diz de forma inequívoca que Alá não tem filhos (Alcorão 10:68). Para além disso, e isto é algo importante, na Teologia Judaico-Cristã, o Filho de Deus é uma Figura Divina; Ele é a Versão Humana do Deus Invisível - Ele é o Próprio Deus. Logo, o Deus revelado na Bíblia Hebraica é TriUno (Trindade).

A Trindade encontra-se por toda a Bíblia Hebraica (embora os Judeus não a conhecessem devido ao facto deles não terem a ampla Revelação que nós hoje temos). Desde o início da criação que pronomes plurais e verbos são usados e aplicados a Deus (Génesis 1:27, 3:2, 11:7, Isaías 6:8). Até a própria palavra "Elohim" (traduzida para "Senhor" cerca de 4,000 vezes), é a forma plural da palavra "Senhor". indicando mais do que Uma Pessoa. Logo, o Deus assim revelado pela Bíblia Hebraica é Uma Trindade, e Alá não é uma trindade. Logo, o Deus da Bíblia Hebraica não é o Alá do Alcorão.

[ed: Embora o conceito da Trindade não estivesse tão entendido na altura, os Judeus já tinham uma ideia da Pluralidade Pessoal dentro da Essência Divina:

"O Ancião dos Dias tem três cabeças. Ele revela-Se através de três arquétipos, todos eles formando Um só. Ele é, portanto, simbolizado pelo número Três. Eles revelam-Se Um no Outro. [Estes são] primeiro, a "Sabedoria", secreta, oculta. Acima vem o Santo Ancião; acima Dele, o Incognoscível. Ninguém sabe o que Ele contém; Ele está acima de todas as concepções." (Zohar, iii. 288b).]

Para além disso, o Santo de Israel revelou-Se a Moisés sob o Nome de YAHWEH, e este é o Nome pelo Qual Ele será conhecido pelas gerações (Êxodo 3:14-15). Mas o nome pessoal do deus do Alcorão não é YAHWEH mas Alá. (...) Logo, Alá não é o Santo de Israel, tal como afirma o Alcorão, e consequentemente, o Alcorão não foi revelado pelo Deus que Revelou a Bíblia Hebraica.

4 – Alá deriva da mitologia pagá.

Alá era a divindade principal das 360 divindades adoradas pelos árabes pagãos antes do advento do islamismo. Ele era também adorado na área onde viviam os pais de Maomé. De facto, o nome literal de Maomé em arábico era "Abd Allah" [escravo/servo de Alá]. O nome do seu tio era "Obred Allah". A influência pagã dentro da família de Maomé fazia-se sentir não só no nome da divindade, mas também em muitas tradições islâmicas que são, literalmente, cópias das tradições pagãs!

A família de Maomé, tal como a maior parte da Arábia pré-islâmica, curvava-se em direcção a Meca cinco vezes por dia. Isto era feito em sinal de reverência ao deus lunar adorada na Kaaba. Eles também jejuavam, iniciando na lua crescente e durante um mês, práctica literalmente indistinguível da tradição conhecida como Ramadão. Até o símbolo islâmico colocado no topo de todas as mesquitas e em todas as bandeiras - a lua crescente - deriva directamente do símbolo que o ramo de paganismo existente na Arábia usava. Isto é uma evidencia muito forte de que esta práctica mais não é do que uma práctica pagá reciclada.

É por isso que o deus que os maometanos adoram e seguem chama-se Alá (o deus maior da tribo de Maomé), e é também por isso que a maior parte da tradições muçulmanas são tradições practicadas pela tribo de Maomé. Estas prácticas islâmicas são evoluções culturais, mas qualquer significado mais profundo tem que ser atribuído aos aderentes originais do sistema, nomeadamente, os pagãos.

5 – Alá não pode ser Deus porque o Senhor Jesus é Deus.


Durante as últimas décadas os historiadores têm tentado desenvolver um retrato histórico acertado à cerca de Jesus de Nazaré. Na sua tentativa de o fazer, eles confirmaram muitas alegações Bíblicas. Os historiadores chegaram a um consenso em torno destas 5 alegações Bíblicas:
A crucificação
O túmulo de José de Arimateia
A descrição Bíblica do túmulo vazio.
A experiência de vários grupos de que Ele os apareceu com vida depois da Sua morte
Os discípulos acreditavam fortemente na Sua ressurreição e estavam dispostos a morrer por esta crença.
Alguns destes factos, tais como a narrativa da crucificação, contradizem de forma clara os ensinamentos do Alcorão, mas a explicação mais lógica é a de que Deus ressuscitou o Senhor Jesus dos mortos, confirmando a Mensagem Cristã.

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Foi Maomé um endemoninhado?

Foi Maomé possuído por demónios?

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema." Gálatas 1:8

Por Frontline Apologetics


Os maometanos alegam que o anjo "Gabriel" revelou o Alcorão a Maomé através de visitações angelicais. No entanto, se formos a ler o próprio material islâmicos, algumas questões invariavelmente surgem:

1. Durante estas visitas alegadamente "angélicas", porque é que Maomé pensava que ele estava possuído, chegando ao ponto de tentar por diversas vezes o suicídio como forma de se aliviar?

2. Porque é que Maomé exibiu os sinais clássicos de possessão demoníaca em oposição às "normais" visitas angélicas tal como descritas no Noto Testamento, também supostamente revelado por Alá (Sura 5:47)?

Estes sinais e traços demoníacos são normalmente mencionados na Bíblia bem como em outros textos ocultistas e textos da Nova Era. O Apóstolo Paulo escreve em Gálatas 1:8 "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema."

Qualquer pessoa que alegasse ter recebido revelação Divina ou angelical que contradiz o Evangelho de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, segundo a Bíblia, essa pessoa é falsa e está sob uma maldição. Para além disso, eis o que a Bíblia diz da fonte dos falsos ensinamentos e das falsas revelações, "dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demónios" (1 Timóteo 4:1). E diz ainda:

Ele [Satanás] foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. - João 8:44

Características da possessão demoníaca na Bíblia comparada com o comportamento de Maomé

Na Bíblia, sempre que há uma revelação angelical dada ao homem, não há uma única instância onde o anjo invade ou possui o individuo, colocando o homem sob o controle total do anjo. Há várias ocasiões onde os homens recebem a visitação duma anjo (Lucas 2:9-20, Mateus 28:1-7, Actos 10:1-7, Daniel 10:4-21) ou a visitação de Deus (Isaías 6, Actos 9:3-9, Actos 9:10-16, Actos 10:9-16) mas nenhum dos indivíduos é tomado fisicamente, e controlado de forma a que ele fique incapacitado de agir segundo a sua vontade.

Certamente que não há qualquer parte da Bíblia onde Deus possui uma pessoa de modo a que ela 1) caia num transe ou em coma, 2) fique incapacitada de se comunicar, 3) seja fisicamente prejudicada, 4) espume da boca 5) faça grunhidos e sons de forma descontrolada, 6) fique com tendências suicidas.

Existem, por outro lado, várias descrições de actividade demoníaca, onde um espírito imundo entre dentro dum indivíduo causando a que ele exiba certas características notavelmente semelhantes com as que Maomé exibia sempre que ele estava sob a influência de "Gabriel".

[Nas passagens que se seguem, a verde estão as fontes islâmicas e a azul a Palavra de Deus.]

Habitação ou Possessão [demoníaca].

“E de facto e olhei para ele enquanto a revelação descia sobre ele num dia extraordinariamente frio; e depois ele deixou-o enquanto a sua sobrancelha estava coberta de suor.” (Mishkat IV, page 360)

“Mas Paulo, perturbado, voltou-se, e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.” Actos 16:18

Espumando da Boca. "

Depois dum ataque de tremores e depois de ter fechado os seus olhos, abatia-se sobre ele [Maomé] algo parecido com um desmaio, e a sua cara espumava e ele rugia como um pequeno camelo." (mizanul MizanuŸl Haqq, page 345)

"E trouxeram-lho; e, quando e O viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, escumando." Marcos 9:20

Gritando ou Gemendo.

"...abatia-se sobre ele . . . e ele rugia como um pequeno camelo." (mizanul MizanuŸl Haqq, page 345)
"Eis que um espírito o toma, e de repente clama, e o despedaça até escumar" Lucas 9:39

Causando danos físicos.

"O anjo agarrou-me (à força) e pressionou-me com tanta força que eu já não conseguia aguentar. Ele libertou-me e disse-me outra vez para ler, ao que eu disse "Eu não sei como ler". Ele voltou a pegar em mim e pressionou-me uma segunda vez até eu não poder mais. Ele libertou-me e disse-me outra vez para ler, ao que eu voltei a responder, "Eu não sei ler" "ou o que é que eu tenho que ler?" Ele agarrou-me pela terceira vez e voltou a pressionar-me. Depois libertou-me." (Sahih Bukhari 1,1,3)

"E, quando vinha chegando, o demónio o derrubou e convulsionou; porém Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou a seu pai." Lucas 9:42

"E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo . . . E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras. . . . Porque lhe [o Senhor Jesus] dizia: Sai deste homem, espírito imundo." Marcos 5:2,5,8

A Bíblia também não tem incidente algum onde um homem visitado por um anjo de Deus o confunde com um anjo demoníaco. Desde o seu primeiro encontro com "Gabriel" que Maomé sentiu que estava possuído por um demónio. Para além disso, ele reconheceu e entendeu os seus sintomas como sendo de origem demoníaca visto que ele estava preocupado que alguém visse o seu comportamento e chegasse à mesma conclusão. (Ele temia se acusado de estar possuído e de seguir demónios).

"Temo começar a ser um mágico, antes que alguém proclame que eu sou um seguidor do Jinn (espírito)" e outra vez "Temo que haja loucura" (ou possessão demoníaca) "em mim" (mizanul MizanuŸl Haqq, page 345)

Obviamente que ele estava assustado, e chegou a confessar à sua esposa Khadija o medo que tinha dele poder até estar possuído por um espírito maligno. . . . Acometido de pânico, Maomé levantou-se e perguntou-se a ele mesmo, "O que foi que eu vi? Será que a possessão demoníaca que eu tanto temia finalmente aconteceu?" . . . . Quando ele ficou mais calmo, olhou para Khadija como alguém que precisava de ser salvo e disse, "Oh, Khadija, o que aconteceu comigo?" Ele contou à sua esposa que temia que a sua mente o tivesse traído por fim, e que ele se havia tornado num vidente ou num homem possuído. (Haykal, The Life of Muhammad, p.73-75)

"Cobre-me cobre-me!" Eles cobriram-no até que o seu medo acabasse; depois dele ter dito tudo o que lhe tinha acontecido, ele disse, "Temo que algo tenha acontecido comigo" Sahih Bukhari 1,1,3

Maomé estava com tanto medo que foram precisas outras pessoas para lhe dizerem que o que ele tinha visto não era um demónio. É interessante notar a diferença entre as visitações angélicas relatadas na Bíblia e as visitações que ocorreram ao "profeta" do islão: Maomé rapidamente notou que ele estava ou tinha estado possuído enquanto que as visitações Bíblicas deixaram os visitados com um enorme sentido de santidade, temor, e terror devido à sua natureza pecadora na presença de tal ser (Lucas 2:9-20, Mateus 28:1-7, Revelação 19:10, Revelação 22:8-9).

Maomé foi agredido de forma violenta, ficou a temer pela sua vida, e colocou a hipótese de estar possuído depois de ter tido um encontro com "Gabriel".

A Natureza das "revelações" de "Gabriel" a Maomé

Há muitas situações onde o Alcorão afirma que os Evangelhos revelados previamente foram dados por Alá. Para além disso, o Alcorão diz aos Cristãos para fazer julgamentos com base no que Alá "lhes revelou"

"Ó vocês que acreditam! Acreditarão em Alá e nos seu mensageiro, e nas escrituras que ele revelou ao seu mensageiro, e na escritura que ele revelou antes desta última” Sura 4:136
E depois deles (profetas), enviamos Jesus, filho de Maria, corroborando a Tora que o precedeu; e lhe concedemos o Evangelho, que encerra orientação e luz, corroborante do que foi revelado na Tora e exortação para os tementes. Sura 5:46

Que os adeptos do Evangelho julguem segundo o que Deus nele revelou, porque aqueles que não julgarem conforme o que Deus revelou serão depravados. Sura 5:47

Dize: Ó adeptos do Livro, em nada vos fundamentareis, enquanto não observardes os ensinamentos da Tora, do Evangelho e do que foi revelado por vosso Senhor! Porém, o que te foi revelado por teu Senhor, exacerbará a transgressão e a incredulidade de muitos deles. Que não te penalizem os incrédulos. Sura 5:68

Os Evangelhos e todas as Escrituras do Novo Testamento têm a Revelação da verdadeira Natureza e carácter de Deus, a Boa Nova do Senhor Jesus como Deus que tomou a carne Humana, vivendo uma vida que todos nós deveríamos viver, dando a Sua vida como sacrifício para os pecados do Seu povo, ressuscitando dos mortos triunfante sobre a morte, e ascendendo ao céu onde está à Direita do Pai, de onde Ele intercede por nós.

Se Maomé iria receber revelação angelical que alegaria que o que havia sido revelado previamente era da parte de Alá, e prosseguisse instruindo os Cristãos para manter os Evangelhos e julgar de acordo com eles, seria de pensar que a revelação Alcorânica que Maomé recebeu por parte de "Gabriel" estivesse de acordo com as verdades listadas nos Evangelhos. Mas não está. De facto, as revelações de "Gabriel" contradizem e debilitam os Evangelhos de todas as formas possíveis e imaginárias. As alegadas revelações de Maomé

1. Negam a Natureza Triuna de Deus (sura 4:171), enquanto que a Natureza Triuna de Deus está bem patente nos Evangelhos (Mateus 3:16-17)

2. Nega que Alá seja pai de alguém (4:171) enquanto que a Paternidade de Deus está bem visível nos Evangelhos (Mateus 3:17, João 2:22-23)

3. Negam que o Senhor Jesus tenha sido Crucificado (4:157-158), enquanto que YHWH deixa bem claro que Ele enviou o Senhor Jesus para que Ele fosse sacrificado como parte do expiação (Marcos 15:21-41)

Porque é que "Gabriel" iria dar revelações contraditórias a Maomé se supostamente Alá havia revelado previamente tais verdades imutáveis? Nenhum dos 3 pontos listados em cima podem ser reconciliados visto que eles contém alegações contraditórias sobre a Natureza e o plano de Deus. Para além disso, o Próprio Senhor Jesus declarou o caminho para a Salvação em João 14:6:

Disse-lhes Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por Mim.

Pode Deus ter uma Natureza contraditória? Pode Ele ser Triuno em Natureza mas depois negar isso mesmo mais tarde? Pode Ele alegar ser o Pai, mas negar isso mesmo mais tarde? Pode Deus alegar ficar satisfeito em oferecer o Seu Filho para remissão dos pecados do Seu povo, mas negar isso mesmo mais tarde? Só se Ele for um mentiroso e um enganador. Isto não é possível com o Deus Verdadeiro, mas faz parte da natureza de Satanás enganar as pessoas desta forma:

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa: porventura diria ele, e não o faria? ou falaria, e não o confirmaria? - Números 23:19
Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. João 8:44

À luz destes pontos mencionados em cima, é quase certo que Maomé foi na verdade, possuído por um demónio por várias vezes, e recebeu um falso evangelho e ensinamentos falsos. Para além disso, ele exibiu muitos traços clássicos de possessão e a revelação que ele recebeu contradiz e contém alegações de verdade inconciliáveis em relação à Natureza de Deus. (...)

AMADOS, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há-de vir, e eis que está já no mundo. 1 João 4:1-3.

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Comentário nosso: é essa a "religião que adora o mesmo Deus único", conforme o Catecismo da Igreja Católica, do Papa João Paulo II, e os desatinos do clero pós-conciliar?

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Nu artístico.

A Arte e o Pudor



AMIGO DA ARTE (Rio de Janeiro) pergunta:

“Que pensar do chamado nu artístico ? Que é o pudor ?”

A questão está relacionada com o apreço que, da parte do homem, merece o corpo humano.



1) Em primeiro lugar, portanto, pergunta-se : como avaliar a este ?



A concepção autenticamente cristã do mundo é otimista no tocante ao corpo. Longe de coincidir com o espiritualismo exagerado (que despreza a matéria) e com o materialismo (que a destitui de todo significado transcendente), o Cristianismo ensina que a matéria é criatura de Deus, vestígio da sabedoria de seu Autor. Mais ainda : o espírito do homem é de tal natureza que só atinge a sua perfeição mediante a matéria; é considerando os dados colhidos pelos sentidos que a inteligência adquire suas noções e se eleva às realidades supremas ou até Deus.



Contudo o Cristianismo sabe outrossim que a matéria foi violentada pelo primeiro homem, Adão, que inverteu a hierarquia dos valores : serviu-se do mundo visível e do seu corpo (não se poderia afirmar em nome da Bíblia que Adão tenha pecado por haver comido uma fruta) em oposição ao Supremo Bem, que é Deus; desde então o corpo humano e os elementos materiais que o cercam, acarretam perigo para o espírito ou a alma do homem : em vez de o elevar a Deus, muitas vezes o excitam contra o Criador, induzindo-o ao abuso ou ao pecado. Por isto é que a Moral impõe restrições ao gozo dos sentidos e dos valores materiais em geral. Entre outras coisas, exige o uso de vestes para o corpo; estas têm o papel de diminuir a excitação dos sentidos e preservar o individuo de desmandos.



2) É à luz destes princípios que se deve julgar o nu artístico.



Justifica-se a representação iconográfica ou plástica do corpo humano como tal ou desnudo, caso se torne educativa para o espírito, elevando-o a Deus; o corpo pode, sim, elevar ao Senhor, pois é artefato do Supremo Artista. Contudo note-se bem que a confecção e a contemplação de uma obra de arte não são valores absolutos : estão subordinados a Deus e à adesão do espírito humano a Este.



Disto se segue importante conclusão : a Moral, que visa aperfeiçoar o homem em relação ao seu Último Fim ou de maneira total, paira acima da Arte, que visa a perfeição do homem em relação a um fim subordinado ou inferior (o esteta ou artista perfeito não é ainda homem perfeito enquanto homem; pode ser um indigno no plano da consciência ou no plano humano propriamente dito). O artista que cultivasse as formas estéticas independentemente de Deus ou contra Deus, faria da arte o seu Deus, estaria produzindo ídolos...



São estas ideias que levam a Moral cristã a condenar certas liberdades na representação do Belo artístico. Tenham-se em vista os dizeres de São Tomaz na Suma Teológica, assim como o seguinte testemunho de Beaudelaire (que foi, sem dúvida, um grande amigo das belas formas):



“O gosto imoderado da forma leva a desordens monstruosas e inauditas. Absorvidas pela paixão única do belo, do engraçado, do interessante, da aparência... as noções de justiça e verdade se esvanecem. A paixão frenética da arte é um cancro que devora tudo. E, já que a carência de justiça na arte equivale à carência de arte, o homem inteiro se esvanece; a especialização excessiva de uma faculdade leva ao aniquilamento” (L'art romantique).



Dir-se-á, pois, que o Cristianismo não se opõe em princípio à representação do corpo humano desnudado; sabe, porém, que tal objeto é mais do que qualquer outro, sedutor em mau sentido; a contemplação demorada e deleitosa do corpo e de suas imagens pode facilmente excitar a concupiscência e levar a um ato contrário à lei da natureza, que é a Lei de Deus.



Por conseguinte, para que algum pintor ou escultor possa licitamente executar o nu, deve possuir sólida estrutura moral e clara intuição dos valores que estão em jogo, de sorte a poder confeccionar um artefato que realmente eduque o espírito, fazendo indiretamente ver e amar a Deus. Isto não é impossível; a experiência, porém, ensina que, quando os estetas entram na representação do nu artístico, por vezes caem no aviltamento, na exploração, aberta ou dissimulada, das tendências inferiores da carne. Mesmo quando executam uma obra apta a construir e elevar, acontece não raro que esse objeto exposto ao público vai provocar desordem nos espectadores. Será sempre mister, portanto, que o artista bem intencionado zele para que seus artefatos não sejam entregues a um público incapacitado de os interpretar devidamente (adultos mal formados ou adolescentes).



Representar o nu artístico vivo e em movimento, como acontece em bailados, é obra muito mais excitante e perigosa do que a representação inanimada. Para que tais exibições sejam isentas de culpa moral, requer-se mais rigorosamente ainda a pureza de intenção ou o desejo sincero de cultivar o Belo educativo no sentido cristão.



Servir de modelo para a confecção de um quadro de nu artístico pode ser lícito dentro das normas acima. Use-se então de toda a prudência para que não haja desvirtuamento de intenção nem abuso das circunstâncias. Quanto às representações artísticas de crianças despidas, podem ser julgadas com largueza, visto que tais cenas pouco (ou de modo nenhum) excitam ao mal.



Como se vê, mesmo em se tratando de arte, impõe-se o pudor, isto é, o recato necessário no uso do corpo humano, a fim de que a concupiscência desregrada não seja indevidamente excitada e não se viole a hierarquia dos valores, em cujo ápice está Deus.


Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Indulgências

As Indulgências



“Queira explicar a origem das Indulgências e a que equivalem os cem dias, os trezentos o sessenta e cinco dias, os sete anos.. . das fórmulas de indulgências”.



O fundamento da praxe das indulgências é a distinção entre a culpa e a pena acarretadas por um pecado (cf. «Pergunte e Responderemos» 1957 fasc. 8, questão. 3). A culpa é como que a nódoa que a ação pecaminosa, enquanto tal, imprime à alma do réu. A pena é a expiação que o pecador deve prestar ao Criador e às criaturas mesmas por haver violado a hierarquia dos.valores; é como que uma retratação especial que a Justiça Divina e a harmonia do universo exigem da parte do pecador.



Passemos agora ao plano da história.



Nos primeiros séculos da Igreja, os pecadores não eram absolvidos senão após ter prestado a satisfação que, segundo a apreciação do bispo ou do sacerdote, correspondia às culpas acusadas; por conseguinte, após a confissão de suas faltas, passavam um período mais ou menos longo (uma quaresma, cem dias, um ano...) agregados à classe dos penitentes e entregues a severos exercícios de expiação. Destarte procurava-se fazer que, quando os pecadores (geralmente na quinta-feira santa) recebessem a absolvição sacramental, lhes fosse cancelada não somente a culpa, mas também todo o débito de expiação decorrente do pecado (cf. «Pergunte e Responderemos» 1957 fasc. 8, qu. 4).



Tal rigor penitencial, porém, trazia o inconveniente de afugentar do sacramento muitos fiéis de saúde ou de ânimo fracos. As autoridades da Igreja, por conseguinte, viram-se obrigadas a mitigá-lo.



Um dos primeiros passos dados neste sentido foi a antecipação da absolvição sacramental. Esta, no séc. VI, começou a ser dada logo após a confissão das faltas; apagava imediatamente a culpa do pecado, mas deixava subsistir a exigência de satisfação, que, imposta pelo confessor, devia ser prestada após a absolvição. O rigor com que se determinava a satisfação, ainda era notório nos séc. VII/IX; estavam em uso Livros penitenciais ou tabelas em que se achava estipulada a penitência correspondente às faltas mais comuns : reclusão em um mosteiro por todo o resto da vida ou durante dez anos, sete anos, três anos... jejuns mais ou menos prolongados ou repetidos durante quarentenas ou anos..., orações, flagelações, esmolas, etc.



Contudo também esta praxe foi mitigada. A Santa Igreja, depositária dos méritos de Cristo, que frutificaram nos méritos da Bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, formando o tesouro da Igreja, houve por bem aplicar esses méritos em favor dos penitentes, levando assim em conta os graves incômodos e a fraqueza física de seus filhos. As severas obras penitenciais foram sendo comutadas por outras mais brandas indulgenciadas, isto é, enriquecidas da remissão da pena temporal devida a pecados já perdoados; tais obras mais suaves que os bispos começaram a indulgenciar eram, por exemplo, orações em lugar de jejuns, o pernoitar em um santuário em vez de longa peregrinação, a doação de uma esmola em vez de flagelações, etc. A Sagrada Escritura, no Antigo Testamento, fornecia o fundamento autêntico para essa nova praxe, considerando casos em que as obrigações dos fiéis eram legitimamente comutadas e mitigadas, desde que se tornassem demasiado onerosas (cf. Lev 5,7.11).



Nos séculos IX e X a prática das comutações ou «redenções» de penitências se foi tornando cada vez mais usual e branda. No séc. XI os bispos começaram a conceder indulgências gerais, isto é, indulgências oferecidas a todos os fiéis, sem que o sacerdote tivesse que intervir determinando as condições particulares do resgate da pena; bastaria que os fiéis prestassem a obra indulgenciada, animados de sincero espírito de penitência, tendo em vista de maneira geral a expiação dos seus pecados (praxe ainda hoje vigente). Com isto, as autoridades eclesiásticas visavam estimular as obras boas e, em particular, a colaboração dos fiéis em algum empreendimento de interesse comum (construção de uma igreja, de um hospital, de uma escola, de uma ponte, sustento de um santuário, as cruzadas no Oriente, na Espanha ou no Sul da França). Cem dias, um ano ou sete anos de indulgências, nesses casos, significavam a remissão da pena que alguém deveria expiar fazendo cem dias, um ano ou sete anos de penitência rigorosa, avaliada segundo a praxe da Igreja antiga (ainda hoje, quando se fala de «tantos dias ou anos de indulgência», supõem-se a terminologia e o costume dos primeiros tempos; no purgatório não há dias nem meses nem anos); indulgência plenária veio a ser o perdão de toda e qualquer pena satisfatória. — Não há dúvida, porém, de que tais indulgências não podiam (nem podem) ser lucradas sem que os fiéis houvessem previamente confessado as suas faltas (as obras indulgenciadas não obtêm o perdão do pecado como tal) e sem que excitassem em si o espírito de contrição que os teria levado a prestar a rigorosa penitência de cem dias, um ou mais anos da antiga Igreja; sem este- ânimo interior, nada se poderia (nem se pode) adquirir. Donde se vê que a praxe das indulgências está longe de reduzir a religião a formalismo ou mercantilismo. Em virtude destes pressupostos, deve-se dizer que na verdade é muito difícil ganhar uma indulgência; quem, ao recitar uma breve prece indulgenciada, pode ter certeza de estar repudiando os pecados como os generosos penitentes da Igreja antiga, postados sobre cinzas e cilício durante semanas ou meses?



Em 1457 o Papa Calisto III, pela primeira vez na história, concedeu indulgências que os fiéis poderiam aplicar às almas do purgatório. Tal aplicação, porém, se faz a título de sufrágio, não de absolvição; o que quer dizer: a Igreja na terra, não tendo poder de jurisdição (absolvição) sobre as almas dos defuntos, apenas pode rogar por elas e apresentar ao Senhor méritos que redundariam em proveito dos vivos, pedindo se tornem profícuos para os defuntos. A eficácia desses sufrágios escapa à nossa apreciação: Deus distribui os frutos dos mesmos de maneira que nos fica oculta. Está claro que os sufrágios assim feitos não derrogam à obra redentora de Cristo, pois os merecimentos apresentados não são mais do que o prolongamento e os frutos dos méritos do Salvador.



No séc. XV, quando a piedade dos fiéis se tornava mais e mais exuberante, a praxe das indulgências gozava de grande estima; uma das obras mais frequentemente indulgenciadas era a esmola. Em consequência, acontecia que o anúncio de esmolas indulgenciadas, tal como era feito por certos pregadores, tomava vulto extraordinário, ficando sujeito a desvirtuamento; visando mover o povo, usavam de oratória que podia ser mal entendida; além disto, a autoridade civil tinha seus interesses na distribuição das esmolas indulgenciadas, requisitando uma parte das mesmas para o erário público. Daí os abusos que se tornaram famosos e concorreram para dar ocasião (mais do que motivo real) ao cisma de Lutero.



A reação contra esses males partiu do íntimo mesmo da Igreja. Em 1569, o Papa S. Pio V cancelou todas as esmolas indulgenciadas e proferiu a excomunhão sobre os que tentassem comerciar com as indulgências, pena esta que o Direito Canônico hoje vigente renovou (cf. cân. 2327). Não há dúvida, porém, de que os desvios verificados no fim da Idade Média não afetam a doutrina das indulgências como tal; esta por si é apta a estimular os fiéis a obras boas; os documentos oficiais da Santa Igreja (bulas dos Papas, decretos das Congregações Romanas) sempre a propuseram em termos puros e ortodoxos, tendo-se os abusos registrado no procedimento destes ou daqueles eclesiásticos em particular.



Em 1669 o Pontífice Clemente IX criou a Congregação das Indulgências e Relíquias, encarregada de conceder indulgências e controlar o seu uso; supressa essa Congregação, é hoje a Sagrada Penitenciaria que zela por tudo que diz respeito às indulgências (cf. Código de Direito Canônico, cân. 258 § 2).



Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

As Obras Proibidas no Domingo

As Obras Proibidas no Domingo


DONA DE CASA (Rio de Janeiro) :

“Parece-me haver certa confusão no que concerne às obras proibidas nos domingos e dias de preceito. Afinal será lícito ou não bordar, cuidar do pomar, tratar da correspondência comercial ?”


Sabemos que, após a ressurreição de Cristo, o povo de Deus passou a santificar o domingo, dia da nova criação, ao qual corresponde no Antigo Testamento o sábado, dia da antiga criação. Tendo caído em desuso a guarda do sábado, cessaram também as observâncias que a Lei de Moisés (pedagogo provisório; cf, Gál 3,24-26) a este associava; conforme a Torá, o trabalho no sábado era punido com a morte mesma (cf. Ex 31,15), de sorte que os israelitas nem ousavam preparar seus alimentos nesse dia.



Quais então foram os costumes pelos quais os cristãos começaram a santificar o domingo?

É mister distinguirmos entre a participação no culto sagrado e a cessação dos afazeres cotidianos?



1) O ato mais característico com que os apóstolos marcaram o dia do Senhor foi a celebração da S. Eucaristia (cf. At 20,7; 1 Cor 16,2). Esta, sendo a comemoração sacramental da Paixão e da Ressurreição do Senhor, constitui o ato por excelência da vida cristã, até hoje intima e impreterivelmente associado ao domingo.



Deve-se dizer, porém, que até o séc. IV nenhuma lei eclesiástica prescrevia a frequentação da S. Missa; esta se baseava num costume generalizado entre os fiéis. A primeira determinação neste terreno se deve ao concilio provincial de Elvira (Espanha), em 305, o qual infligia a excomunhão a quem por três vezes consecutivas faltasse às reuniões dominicais na igreja. Aos poucos a legislação se foi tornando mais pormenorizada: o. concílio de Agde (França) em 406 exigia a assistência à Missa inteira; o de Roma em 610 inculcou o dever de assistir à Missa mesmo aos pastores e agricultores. As leis civis deste ou daquele povo não raro corroboravam a determinação eclesiástica: por exemplo, o rei S. Estêvão da Hungria em 1016 mandou raspar os cabelos e infligir uma pena corporal àqueles que habitualmente faltassem à Missa. A legislação antiga foi de novo considerada no Código de Direito Canônico, que, promulgado em 917, prescreve a todos os cristãos a assistência à S. Missa dominical (cân. 1247).



2) Quanto à cessação dos trabalhos no domingo, deve-se distinguir entre a praxe dos seis primeiros séculos e a das épocas subsequentes.



a) Nos seis primeiros séculos deixava-se de trabalhar no domingo pelo motivo primário de que o culto sagrado o exigia; era preciso, sim, suspender, total ou parcialmente, os afazeres cotidianos para se poder celebrar com solenidade a Eucaristia, Além disto, motivos de piedade e veneração para com a Ressurreição do Senhor fomentavam nos cristãos o costume de não trabalhar no domingo após a celebração da Eucaristia. Contudo ate o séc. IV não havia lei da Igreja que prescrevesse estritamente o repouso dominical; o concilio de Laodicéia, posterior ao ano de 381, nos dá um dos primeiros testemunhos neste sentido : manda que, se possível, os fiéis se abstenham do trabalho no domingo (a cláusula explicita “se possível” indica uma legislação mais branda que a do Antigo Testamento). Acontecia mesmo que às vezes se recomendava aos cristãos o trabalho no domingo após haverem participado do culto sagrado, a fim de não ficarem sujeitos aos perigos que o ócio pode acarretar. É o que se lê, por exemplo, na “Didascalia Apostolorum”, coleção jurídica da segunda metade do séc. em, que, após prescrever a frequentação da Liturgia dominical, acrescenta :



“Vós todos, fiéis, sempre e em qualquer época, cada vez que não estiverdes na igreja, sede assíduos ao trabalho, durante toda a vossa vida... Sede atentos ao que é do vosso encargo, fazei vosso trabalho e jamais estejais ociosos... Trabalhai sempre, pois a preguiça é vício que não tem cura”.



O autor da “Didascalia”, portanto, não conhecia outro repouso no domingo se não o que fosse motivado pela celebração do culto.



Nos círculos de monges, que, sem dúvida, procuravam a perfeição, aparece o mesmo conceito largo de repouso dominical, É o que S. Jerônimo atesta, referindo-se a virgens e matronas que, sob a sua direção, praticavam a ascese em Belém da Palestina no séc. IV:



“Somente no domingo iam à igreja, ao lado da qual habitavam. ao voltarem, todas juntas aplicavam-se ao trabalho rigoroso, e confeccionavam vestes para si ou para outrem” (epist, 103, 20).



A Regra de São Bento (+547), por sua vez, permite o trabalho no domingo, desde que o ócio venha a ser nocivo para o monge:



“No domingo todos se apliquem à leitura, excetuados aqueles que tenham sido designados para os diversos encargos. Se, porém, alguém for tão negligente ou preguiçoso que não possa ou não queira meditar ou ler, de-se-lhe um trabalho, a fim de que não fique ocioso” (cap. 48).



Do seu lado, o Imperador Constantino (306-337), desejando favorecer a vida cristã, promulgou o seguinte edito:



“Todos, juízes, povo da cidade e artífices de todas as profissões, repousem no domingo. Contudo os agricultores poderão continuar o seu trabalho, pois acontece frequentemente que não há outro dia em que se possa semear em boas condições. Não venham a perder por uma questão de dia os frutos que a Providência celestial nos concede” (Cod. Justin. XIII 12,2).



Em suma, dir-se-á que nos seis primeiros séculos o domingo era primàriamente considerado como o dia da S. Eucaristia. Isto implicava naturalmente uma cessação do trabalho habitual ao menos durante algumas horas do dia. A devoção de muitos fiéis levava-os a dedicar as outras horas a práticas de piedade, o que por vezes fazia do domingo um dia em que não se trabalhava. Havia, porém, não poucos casos em que a devoção mesma ou a rudez de espírito induziam ao trabalho manual.



b) Do séc. VI em diante, a legislação eclesiástica se tornou mais rigorosa no assunto, baseando-se na distinção entre obras servis e obras liberais. Para se entender a evolução, tenha-se em vista o seguinte quadro histórico:



As invasões bárbaras na Europa acarretaram insegurança social e econômica para as populações dos territórios ocupados. Derrubado o Império Romano Ocidental (476), fazia-se sentir a falta de uma autoridade que garantisse os direitos dos cidadãos. Somente os grandes proprietários se podiam defender da vassalagem e do domínio alheio; os pequenos possuidores passaram então a confiar aos senhores mais poderosos seus bens e sua própria vida, em troca de proteção na insegurança geral. Teve assim início o regime senhorial e feudal da Idade Média: a maioria da população europeia foi reduzida à condição servil, tornando-se os homens vassalos ou servos da gleba.



Ora, sob o regime feudal, a maioria dos cristãos dedicava-se a trabalho braçal, nos campos ou nas oficinas, sem ser remunerada por salário. Por conseguinte, este trabalho braçal, “servib (dos servos da gleba), é que passou a constituir o eventual empecilho para que participassem do culto divino aos domingos. Donde se entende que concílios regionais e as leis dos reis cristãos, merovíngios e carolíngios, se tenham posto a condenar tal trabalho braçal no dia do Senhor. A obra assim proibida não podia ser definida pela circunstância de ser assalariada (pois não o era), nem pela intenção, lucrativa ou meramente recreativa, de quem a executava (pois era trabalho não- -livre, servil), mas só podia ser designada pela sua natureza intrínseca, isto é, pelo fato de ser o trabalho corporal ou mecânico que os servos da gleba executavam.



O espírito, porém, que animava as novas disposições, era o mesmo que outrora; não se condenava o trabalho braçal no domingo porque em si fosse mau, mas unicamente porque uma circunstância contingente, o regime social da época, o tornava empecilho eventual para a frequentação do culto divino. Deve-se mesmo dizer: se os servos da gleba fossem profissionais não da agricultura, mas de uma carreira liberal (medicina, pedagogia), não há dúvida de que também a medicina, a pedagogia (hoje consideradas lícitas no domingo) teriam sido proibidas no dia do Senhor, porque, à semelhança do trabalho manual, impediriam o culto divino.



Destarte é que se formou o conceito, ainda vigente, de “obras servis proibidas no domingo”. Sobre esse fundo de história, hoje em dia se costuma dizer: no domingo são vedadas as obras servis (trabalhos executados principalmente por atividade do corpo: lavrar, semear, ceifar, construir, costurar...) e permitidos os afazeres liberais (executados principalmente pelas faculdades do espírito: ler, escrever, desenhar, cantar, tocar órgão, dar aula, etc.).



Tal distinção, porém, não leva em conta a intenção de quem age: deseja ganhar dinheiro ou visa unicamente recrear-se? É, portanto, distinção demasiado artificial, que não corresponde ao espírito da lei do repouso dominical; esta foi concebida para libertar o homem da absorção que o ganha-pão cotidiano acarreta. Ora, se no domingo se permite um trabalho que vise o lucro (dar aula, por exemplo), atendendo-se tão somente ao fato de não ser trabalho braçal, não se atinge a finalidade da lei (permite-se que o homem seja “servilizado”); e, se se proíbe determinado afazer recreativo pelo simples fato de exigir atividade do corpo, de certo impede-se o descanso mental do individuo e a elevação do seu espírito a Deus (não se permite que o homem seja libertado).



Por isto os moralistas contemporâneos tendem mais e mais a se agrupar em torno da seguinte doutrina : o Direito Canônico prescreve, sim, a abstenção de obras servis no domingo (can. 1248); não indica, porém, o que torna tal obra “servil”. Ao estipular este critério, atenda, portanto, o moralista não tanto à participação do corpo e à do espírito que o trabalho exija, mas, primariamente, à intenção de quem age. Sobre esta base podem-se estabelecer as seguintes normas para a observância do domingo:



1. são certamente ilícitos os pesados trabalhos agrícolas e mecânicos. A tradição da Igreja sempre se lhes opôs porque inevitavelmente materializam o homem. Também ilícitos, por prescrição explícita do cân. 1639, são os atos judiciários (as sessões de tribunais, o pronunciamento de sentenças, etc.)*,

2. são certamente lícitos os trabalhos que pertencem ao ritmo normal da sociedade : a necessária limpeza doméstica, a cozinha, o tráfego, a venda de certos comestíveis, etc,;

3. podem-se tranquilamente considerar como lícitos certos trabalhos braçais não pesados (por exemplo, coser, tratar de aves, cuidar de plantas), realizados sem intenção lucrativa, mas unicamente a título de caridade ou recreio, ou seja, para se fazer coisa diferente do que se faz durante a semana. Para quem trabalha seis dias num escritório ou numa fábrica, tais obras são o meio adequado para distender os nervos e proporcionar ao cristão a libertação da mente visada pelo dia do Senhor;

4. quanto aos trabalhos preponderantemente intelectuais (tratar de contabilidade, escrever correspondência comerciai...) executados com fim lucrativo, a rigor não poderiam ser tachados de ilícitos no domingo, já que o trabalho lícito e o ilícito foram, durante séculos, classificados unicamente de acordo com a qualidade da obra, sem se ponderar a intenção do agente. Todavia justamente neste ponto é preciso que se excite a consciência dos fiéis, a fim de que, guardando a letra, não violem o espírito da lei do domingo; é preciso que neste dia os cristãos criem para si um ambiente e um horário diferentes daqueles que as jornadas de semana oferecem !





Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Falsidades Protestantes.

Cronologia Universal das Mentiras e Sabotagens Protestantes

Mais uma vez, um texto para reflexão, para ler com discernimento, tendo em vista que a boa vontade do autor navega no desconhecimento da crise na Igreja.



Por Fernando Nascimento

Uma vez protestante, ensinava Lutero: "Que mal pode causar se um homem diz uma boa e grossa mentira por uma causa meritória e para o bem da Igreja (luterana)." (Grisar, Hartmann, S.J., Martin Luther, His life & work, The Newman Press, 1960- pág 522).

O teólogo e humanista Erasmo de Rotterdam (1467-1536), amigo contemporâneo de Lutero, assim chegou a se expressar diante da vil conduta do pai do protestantismo: "Revelarei a todos que mestre insigne és em falsificar, exagerar, maldizer e caluniar. Mas já toda gente o sabe... Na tua astúcia sabes torcer a própria retidão, desde que o teu interesse o requeira. Conheces a arte de mudar o branco em preto e de fazer das trevas luz". (Grisar, Luther, II, 452 e ss, apud Franca, IRC: 200, nota 96)


Diante de tamanho testemunho que comprova a aversão de Lutero à verdade, vejamos então as maiores mentiras e sabotagens históricas protestantes, forjadas ao longo de 500 anos contra a Igreja Católica:

1520 – Inventam a primeira mentira contra o celibato: Lutero no final de 1520, fez uso de uma notória fábula para macular o bispo Ulrich, de Augsburg, publicando-a em Wittemberg com seu prefácio. Essa publicação pretendia ser uma efetiva arma contra o celibato dos padres e religiosos. Nessa carta o bispo Ulrich é representado narrando como cerca de 3000 (de acordo com outros, 6000) cabeças de crianças que teriam sido descobertas num reservatório de água do convento de freiras de São Gregório em Roma. (...) (Jerome) Emser desafiou Lutero a publicar essa questionável carta, e ele respondeu que não confiava muito nela. (sic!) Todavia, graças a seu patrocínio, a fábula pôde continuar sua destruidora carreira e foi zelosamente explorada. (Grisar, Hartmann, S.J., Martin Luther, His life & work, The Newman Press, 1960 pág. 177).

1525 – Adulteram a Bíblia colocando o termo “significa” onde Jesus diz que “É” seu corpo: o reformador suíço Zuinglio muda a Bíblia para acomodar sua heresia contra a presença real de Cristo na eucaristia: onde os Evangelhos e São Paulo dizem "isto é o meu corpo", o heresiarca traduz por "isto significa o meu corpo"! A respeito, comenta outro protestante: "Não é possível de modo algum excusar este crime de Zuinglio; a cousa é por demais manifesta;(...) ."(Conr. Schluesselburg, Theologia calvinista, Francofurte, a M. 1592, 1. 2, f. 43 b.), escreve ainda o mesmo autor:"Não o podeis negar nem ocultar porque andam pelas mãos de muitos os exemplares dedicados por Zuinglio a Francisco, rei de França, e impressos em Zurique no mês de março de 1525, in 8o. Na aldeia de Munder, na Saxônia, no ano 60 eu vi na casa do reitor do colégio, Humberto, não sem grande maravilha e perturbação, exemplares da Bíblia alemã, impressas em Zurique, onde verifiquei que as palavras do Filho de Deus haviam sido adulteradas no sentido dos sonhos de Zuinglio. Em todos os quatro lugares (Mt., 26; Mc., 14; Lc., 22; I cor., 11) em que se referem as palavras da instituição do Filho de Deus, o texto achava-se assim falseado: Das bedeutet meinen Leib, das bedeutet meinen Blut, isto significa o meu corpo, isto significa o meu sangue." (Conr. Schluesselburg, op. cit. f. 44 a.) (citações em padre Leonel Franca, op. cit., pág. 211).

As posteriores edições protestantes foram impressas corrigindo essa sabotagem de Zuinglio, que foi inclusive denunciado por Lutero, pois Lutero levantou-se contra o tal dizendo: ” ’é’ não pode ser traduzido por 'significa'”. (Uma Confissão a respeito da Ceia de Cristo - Von Abendmahl Christi, Bekenntnis WA 26, 261-509, LW 37. 151-372, PEC 287-296. - SASSE, H. Isto é o meu Corpo, p. 107).

Infelizmente, por causa do estrago causado pela falsificação de Zuinglio, a maioria dos protestantes continuam a ensinar erroneamente que o pão e o vinho consagrados, “significam” o corpo e sangue de Cristo. Sendo assim eles comem e bebem indignamente a própria condenação, como bem diz as Escrituras: “Examine-se, pois, a si mesmo o homem, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque aquele que o come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor." (1Cor 11, 28-29)
1540 – plantam a mentira que a Igreja é contra a ciência: um pastor protestante sabotou a obra do padre Copérnico sobre o heliocentrismo, em sua dedicatória ao Papa. Isso ajudou os protestantes mais tarde a propalarem falsamente que os papas eram contra o heliocentrismo. Naquele ano, o astrônomo Rheticus enviou para publicação o livro completo de Copérnico, De Revolutionibus ("As Revoluções"), cujo primeiro exemplar chegou às mãos de Copérnico em leito de morte, em 1543. Provavelmente não teve consciência de que o seu prefácio, dedicado ao Papa Paulo III, fora substituído por outro, anônimo, de Andreas Osiander (1498-1552), um pastor Luterano interessado em Astronomia, em que insistia sobre o caráter hipotético do novo sistema. Esse pastor também modificou o nome da obra para De Revolutionibus Orbium Coelestium ("As Revoluções do Orbe Celeste"). No livro, que tinha o texto já aprovado pelo Papa, Copérnico declarava e provava matematicamente que a Terra cumpria "uma revolução em torno do Sol, como qualquer outro planeta”. Fonte: http://www.euniverso.com.br/Cult/Mestres_e_artistas/Copernico.htm

Essa dedicatória omitida, acaba por colaborar com a falsidade que circula até hoje dizendo que os Papas eram contra a ciência. Não existiria essa falsidade se o prefácio da obra de Copérnico não tivesse sido criminosamente removido na gráfica por um pastor luterano.

Quem na verdade era contra Copérnico e a ciência, a qual chamava de “razão”, era Lutero, que assim se expressava:“O abade Copérnico surgiu, pretendendo que a terra girasse em torno do Sol.” - Lutero deu de ombros -“Lê-se na Bíblia que Josué deteve o Sol; não foi a Terra que ele deteve. Copérnico é um tolo.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 145).

Deste modo Lutero via a ciência: “A razão é a prostituta, sustentáculo do diabo, uma prostituta perversa, má, roída de sarna e de lepra, feia de rosto (sic), joguemos-lhe imundícies na face para torná-la mais feia ainda.” (Funck-Brentano, Martim Lutero, Casa Editora Vecchi, 1956, 2a. ed. Pág. 217).

Hoje o que vemos, são alguns protestantes e outros inimigos da Igreja, desonestamente querendo inverter os papéis, a caluniar que a Igreja é que é a “inimiga da ciência”. A história universal advoga contra estes.

1546 – Forjam a mentira da fixação das teses de Lutero: após a morte de Lutero, Melanchthon inventa a lenda em que Lutero teria fixado 95 teses contra a Igreja, no pórtico da igreja do castelo de Wittenberg. Os historiadores Gottfried Fitzer, Erwin Iserloh e Klemens Houselmann negam que isso tenha ocorrido. Do relato de Johannes Schneider, um criado de Lutero, é que se extraiu de maneira errada a notícia da afixação das teses. Não é encontrado, em seu manuscrito, nenhuma referência a este fato. Lê-se apenas: "No Ano de 1517, Lutero apresentou em Wittenberg-sobre¬ o Elba, segundo a antiga tradição da universidade, certas sentenças para discussão, porem modestamente e sem haver desejado insultar ou ofender alguém." Ou seja, aquilo não passava de reles tese estudantil que até defendia o Papa, mas com alguns erros teológicos cometidos pelo autor, que foi em pouco tempo corrigido. (FITZER, Gottfried. Was Luther wirklich sagte, Verlag Fritz Molden, Wien-Muchen-Zurique, 1968.)

1546 – Plantam a mentira “a Igreja vendia lugares no céu”: esse embuste acusava o Papa de estar vendendo indulgências para construir a Basílica de São Pedro. Tudo falsidade que se desfaz mediante simples leitura das teses de Lutero, especialmente a de nº 50, que diz: “Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.” As acusações de que o perdão dos pecados foi vendido por dinheiro, independentemente de contrição, ou que a absolvição de pecados a ser cometidos no futuro poderiam ser comprados são infundadas. (Paulus,"Johann Tetzel", 103). Tetzel ", 103).

O que aconteceu de fato em 1517, foi a desobediência de um monge isolado, numa distante cidade alemã, longe do conhecimento do Papa em Roma, que teria cobrado pelas indulgências que são dadas gratuitas pela Igreja. Este monge era o Johann Tetzel, o mesmo foi punido disciplinarmente e morreu de desgosto adiante, inclusive sendo consolado magnanimamente por Lutero que antes o havia injustamente acusado de ter dito que uma indulgência comprada perdoaria até quem “violasse a mãe de Deus.”

Uma outra falsa frase que ilustra ainda hoje panfletos difamatórios diz: "Tão logo o dinheiro no cofre tilintar, a alma do purgatório sairá voando". A Bula Papal de indulgência não deu qualquer sanção para essa proposição. Foi uma opinião escolar vaga, refutada em 1482, e novamente em 1518, e certamente não é uma doutrina da Igreja, que foi assim indevidamente apresentada por difamadores como “verdade dogmática”. (consulta: Ludwig von Pastor , A História dos Papas, a partir do final da Idade Média, Francisco Kerr Ralph, ed., 1908, B. Herder, St. Louis, Volume 7, pp 347-348.)

1553 – Inventam a mentira que a Igreja proibiu a Bíblia: essa mentira dá conta que, o Papa Júlio III teria convocado três bispos que teriam optado por proibir a leitura da Bíblia visando “manter” a autoridade da Igreja. O autor desta farsa foi Pier Paolo Vergério (1498-1565), um protestante, grande inimigo da Igreja. O falsário na época, deu um jeito de colocar tal falsidade escrita dentro da Biblioteca Nacional de Paris, para dar-lhe ares de veracidade.

Recentemente o apologista católico Oswaldo Garcia deu-se ao trabalho de verificar isso junto àquela biblioteca e recebeu a seguinte informação: "O texto que procurais é uma crítica em estilo satírico, dirigida ao Papado e publicada em 1553 com o título "Consilium quorumdam apiscoporum Bononiae Congregatorum quod de ratione stabiliendae Romanae Ecclesiae Iulio III P.M. datum est". O seu autor Pier Paolo Vergério (1498-1565) Bispo de Modruch, e, depois, de Capo d'Istria, aderiu posteriormente à reforma protestante em 1549 aproximadamente, põe em cena Bispos que prestam conselho ao Papa Júlio III sobre a maneira de restabelecer a autoridade pontifícia". Às pessoas que interpelam esta instituição a respeito da autenticidade do documento, a biblioteca tem respondido: "É impossível que tal documento seja obra de alguma autoridade da Igreja Católica." Por sugestão do Garcia, esta informação foi publicada na revista "Pergunte e Responderemos" de novembro/2006, n. 533.

Veja, agora, uma norma católica de 1480, anterior à Revolta protestante, que por si só, seria suficiente para encerrar essa lenda que apregoa que a Igreja seria contra a Bíblia:

"Todos os cristãos devem ler a Bíblia com piedade e reverência, rezando para que o Espírito Santo, que inspirou as Escrituras, capacite-os a entendê-las... Os que puderem devem fazer uso da versão latina de São Jerônimo; mas os que não puderem e as pessoas simples, leigos ou do clero ... devem ler a versão alemã de que agora se dispõe, e, assim, armarem-se contra o inimigo de nossa salvação" (The publisher of the Cologne Bible [1480] ).

Bibliografia:
- Adolphe-Charles Siegfried, La Via et le travaux de Pierre-Paul Vergerio. Thése presentée [...] pou obtenir le grade de bachelier en théologie à la Faculté de théologie protestante de Strasbourg, Strasbourg, imprimerie de Vve Berger-Levrault, 1857
- Ugo Rozzo (a cura di), Pier Paolo Vergerio Il Giovane, um polemista attaterso l'Europa del Cinquecento, Atti del Convegnho intternazionale di studi, Forum Edizioni,2000.

1563 – Inventam a mentira que a Igreja teria acrescentado sete livros à Bíblia: era o final do Concílio de Trento, essa mentira foi plantada para desacreditar a Igreja e aquele Concílio feito para enfrentar a rebelião protestante. Sobre a Bíblia, tudo que houve neste concílio foi a pura confirmação do cânon dos 73 livros reafirmados nos concílios anteriores. Para desmascarar os propagadores dessa mentira basta mostrar-lhes que Santo Agostinho, no ano 397, em sua obra “Sobre a Doutrina Cristã, livro 2, cap. 8, 13” já aparece citando o cânon Bíblico de 73 livros :"... O cânon inteiro da Bíblia é o seguinte: os cinco livros de Moisés, ou seja, Gênese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, ... Tobias, Éster e Judite, e os dois livros de Macabeus , ... , Sabedoria e Eclesiástico, ...Baruque, ..."

Na verdade os protestantes é que posteriormente arrancaram sete livros da Bíblia, as Bíblias dos reformadores continham os 73 livros, o próprio Lutero os traduziu na sua edição da Bíblia datada de 1534. Foi somente no século XIX que as Sociedades Bíblicas protestantes deixaram de incluir nos seus exemplares da Bíblia os sete livros deuterocanônicos.

Para confirmar de vez a mentira e a grave mutilação Bíblica feita pelos protestantes, basta conferir os livros da Bíblia de Gutemberg, impressa antes da reforma protestante e quase um século antes do Concílio de Trento, pois os livrosTobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque que eles arrancaram estão lá. Este é o link direto, onde você pode ver escaneados todos os livros da Bíblia de Gutenberg e seu catálogo:http://prodigi.bl.uk/treasures/gutenberg/search.asp

Você poderá também, visitar a Biblioteca Nacional – Sede: Av. Rio Branco, 319 – Rio de Janeiro – CEP 20040-009 – Tel.: 55 21 3095 3879.

1563 – Chamam “apócrifos” os livros sagrados que excluíram das bíblias protestantes: essa manobra foi feita para justificar a exclusão dos sete livros: Tobias, Judithe, Sabedoria, I Macabeus, II Macabeus, Eclesiástico e Baruque, que contrariavam a recém criada religião protestante. Esses livros faziam parte da Bíblia Septuaginta usada pelos apóstolos, e vários destes foram encontrados integrando os escritos cristãos primitivos achados em 1947 no Mar Morto. Ao contrário do que dizem os protestantes, “Apócrifo” sempre significou: escritos de assunto sagrado não incluídos pela Igreja no Cânon das Escrituras autênticas e divinamente inspiradas. (Dicionário Enciclopédia. Encarta 99). Ou seja, “apócrifos” são os livros que ficaram fora do Cânon da Igreja Católica no século 4. Fica evidente que os protestantes para mais uma vez caluniarem a Igreja Católica, simplesmente resolveram chamar de “apócrifos”, os Livros Sagrados que começaram a rejeitar no século 16.

1685 – Criam a lenda de que o protestantismo teria surgido no dia da falsa fixação das teses de Lutero: como seria possível isso se Lutero ainda era católico e defendia o Papa naquelas teses, dizendo entre muitos outros muitos elogios: “Por isso, o Espírito Santo nos beneficia através do papa quando este, em seus decretos, sempre exclui a circunstância da morte e da necessidade.”(Tese nº 9).

Na verdade, foi ao final do século XVII, contexto da expansão militar de Luís XIV (que revogou o Édito de Nantes em 1685), que se começou a celebrar nos meios protestantes o dia de lançamento das teses de Lutero como um “marco de ruptura” com Roma. (Alexander Martins Vianna, Professor do Departamento de História da FEUDUC-RJ).

1819 – Caluniam que um “padre” traduziu a bíblia protestante para o português: no maior “conto do vigário” da história, João Ferreira de Almeida, um protestante adolescente de 16 anos de idade, de origem portuguesa (que não era padre coisa nenhuma, mas usava esse título para ganhar credibilidade), afirmava ter feito a primeira tradução em língua portuguesa da Bíblia, diretamente dos originais em hebraico e grego, o que não é verdade.

Este, nunca teve a mão os originais da bíblia, mas, escritos do séc. XVI. Também valeu-se de traduções católicas em vários idiomas, como atesta a Enciclopédia Wikipédia: “João Ferreira de Almeida lançou-se num enorme projecto: a tradução do Novo Testamento para o português usando como base parte dos Evangelhos e das Cartas do Novo Testamento em espanhol da tradução de Reyna Valera, 1569. Almeida usou também como fontes nessa tradução, as versões: Latina (de Beza), Francesa [Genebra, 1588] e Italiana [Diodati 1641] - todas elas traduzidas do grego e do hebraico. O trabalho foi concluído em menos de um ano quando Almeida tinha apenas 16 anos de idade.”http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Ferreira_de_Almeida

A tradução do NT do adolescente João Ferreira tinha tanto erro, que os revisores passaram quatro anos tentando corrigir o que ele fez em menos de um. Ele morreu em 1691, sem completar o VT, e outro continuou a desastrada missão. Antes de morrer, João Ferreira publicou uma lista de mais de mil erros em seu Novo Testamento, e Ribeiro dos Santos afirma serem mais. (Ribeiro dos Santos foi um importante historiador do protestantismo brasileiro. Ele era pastor presbiteriano).

Só em 1819 a bíblia completa de João Ferreira de Almeida foi publicada em um só volume pela primeira vez, com o título: “A Bíblia Sagrada, contendo o Novo e o Velho Testamentos, traduzida em português pelo Padre João Ferreira de Almeida, ministro pregador do Santo Evangelho em Batávia.(...)” .

Note que 128 anos depois da morte de João Ferreira, o continuaram chamando de “padre” no prefácio para agregar credibilidade a tal bíblia errática. Esta edição foi mais tarde reimpressa com a ressalva: “EDIÇÃO REVISTA E CORRIGIDA”, e depois novamente com: “ALMEIDA CORRIGIDA E FIEL”. Tais avisos significam, em bom português, que as edições anteriores estão sempre erradas.

1836 – Inventam a “Noite de São Bartolomeu” contra a Igreja: o alemão Giacomo Meyerbeer (1791- 1864 ) forja em 1836, uma ópera intitulada “Les Huguenotes” onde numa farsa musical, atribui a morte de protestantes (chamados huguenotes), envolvidos em brigas políticas como os reis em 1572, à Igreja Católica. Deram a esse episódio político o nome de “Noite de São Bartolomeu”, para sutilmente o vincularem a Igreja. Porém, não foi a Igreja e nem o Papa, e nem o alto clero francês que determinaram aquele massacre. Seria preciso lembrar que, antes, os protestantes haviam feito outros massacres de católicos, assassinado o Duque Francisco de Guise, destruído igrejas e profanado muitas vezes hóstias consagradas e destruído imagens. Os huguenotes eram uma bem pequena fração dos franceses, mas nessa minoria ínfima, se contavam inúmeros príncipes e personagens muito importantes que armavam os protestantes. Nesta tardia ópera, forjada 264 anos após os fatos, Meyerbeer vergonhosamente colocava o cardeal de Lorena, que no momento do massacre estava em Roma, a abençoar em Paris os punhais destinados à matança. Se a Igreja Católica de fato tivesse tido parte nisto, em 1593, o líder protestante huguenote, Henrique IV, que escapou do citado massacre, não teria se convertido voluntariamente e definitivamente ao Catolicismo. Consultas: DEVIVIER, Pe. W., SJ. Curso de Apologética Christã, 3ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1925, pp. 426-429; Enciclopédia Microsoft Encarta 99.

1858 – Inventam a mentira que as doutrinas católicas têm origens pagãs: o ministro protestante escocês Alexander Hislop, publica o mentiroso livro "A Duas Babilônias", onde alega que a religião da antiga Babilônia, sob a liderança do Nimrod e sua esposa, recebeu mais tarde disfarces de sonoridade cristã, transformando-se na Igreja Católica Apostólica Romana. Com efeito, existiriam duas "Babilônias": uma antiga e outra moderna (a Igreja Católica). É deste livro que dimanam os insultos protestantes que caluniam que as doutrinas católicas são pagãs, desde a hóstia até a celebração do Natal. Ainda hoje os vemos com tal insulto na ponta da língua.

Recentemente, o pastor, Ralph Woodrow, escritor protestante, reconheceu as acusações infundadas e retirou das livrarias e substitui seu livro que se baseava nas mentiras de Alexander Hislop. Aponta Ralph Woodrow: "É impressionante como ensinamentos infundados como esses circulam e se tornam críveis. Qualquer pessoa pode ir a qualquer biblioteca e consultar qualquer livro sobre a história antiga da Babilônia: nenhuma destas coisas poderá ser encontrada. Essas afirmações não possuem fundamento histórico; ao contrário, são baseadas em um monte de peças de quebra-cabeças sobre mitologia juntadas arbitrariamente.” (Confira em:http://www.ukapologetics.net/1hislopbaby.html )
Para entender as doutrinas católicas, bastava estudarem a Bíblia e a Patrística.

1883 – Forjam um sanguinário juramento e os atribuem aos jesuítas, para posar de perseguidos ao mundo: o escritor francês Charles Didier (1805-1864), forja em seu livro “Rome Souterraine”, um sanguinário “juramento” atribuindo-o aos jesuítas. Esse falso juramento, ainda mais carregado de brutalidades, continua sendo amplamente usado pelos protestantes em apostilas e na internet. No ano de 1912 no estado da Pensilvânia-EUA, eles o utilizaram alterado para ganhar uma eleição estadual contra o democrata católico, Eugene C. Bonniwell. Para ver a investigação que desmascarou a farsa, acesse:
http://fimdafarsa.blogspot.com/2011/06/o-juramento-dos-jesuitas-refutado.html

1962 – Reúnem todas as calúnias e lançam o livro “Catolicismo Romano” repleto de falsidades: o protestante presbiteriano Loraine Boettner (1901-1990), lança o livro “Catolicismo Romano” que era conhecido como “A bíblia do Anti-catolicismo”. O livro continha quatrocentos e cinqüenta páginas com todos os tipos de distorções e mentiras sobre a Igreja Católica. Ainda hoje muitos protestantes fazem uso das falsidades constante naquele livro. O ministro protestante Scott Hahn distribuiu este embuste. Scott Hahn converteu-se ao catolicismo, provando ser o conteúdo do livro uma farsa. O cd do seu testemunho de conversão atingiu o maior número de cópias distribuídas em todos os tempos. O seu testemunho pode ser acessado aqui:
http://www.legiomariae.kit.net/Canais/Apologetica/Protestantismo/testemunhoscot.htm

1963 – Aliam-se aos comunistas para injuriosamente fazer da Igreja Católica cúmplice do nazismo: o protestante Rolf Hochhuth, para macular o Papa Pio XII escreve a peça “O Vigário” (1963), onde criminosamente põe o Papa como colaborador de Hitler. Essa farsa culminou mais tarde no livro de John Cornwell, "O Papa de Hitler" (1999). Foi tudo de cabo a rabo uma criação da KGB. A operação foi desencadeada em 1960 por ordem pessoal de Nikita Kruschev. Pacepa foi um de seus participantes diretos. Entre 1960 e 1962 ele enviou a Moscou centenas de documentos sobre Pio XII. Na forma original, os papéis nada continham que pudesse incriminar o Papa. Maquiados pela KGB, fizeram dele um virtual colaborador de Hitler e cúmplice ao menos passivo do Holocausto. (leiam a história inteira aqui: http://www.nationalreview.com/articles/219739/moscows-assault-vatican/ion-mihai-pacepa ).

Desmoralizando estes difamadores: Albert Einstein (1879-1955), um refugiado do nazismo, e a primeira-ministra israelense Golda Meir (1898-1978), por exemplo, expressaram publicamente sua gratidão ao Santo Padre por salvar judeus do genocídio. Explicou à agência Zenit Gary L. Krupp, presidente da Fundação Judaica Pave The Way (PTWF):“Os judeus sobreviventes agradeceram pela oportunidade de saudar o Papa em alemão e italiano e de agradecer-lhe pela intervenção da Igreja Católica para salvar suas vidas durante a II Guerra Mundial.” (Fonte:http://www.zenit.org/article-18780?l=portuguese )

2003 – Lançam o filme “Lutero” recheado de mentiras e omissões: vendo o protestantismo definhar, tentam no cinema reabilitar Lutero, num tributo fantasioso ao pai da revolta protestante. Pois ainda que seus idealizadores tenham deixado de retratar fielmente a vida atribulada de Lutero, movidos claramente pela ideologia apaixonada que visou a reabilitação pública do monge alemão e o bem da Igreja luterana, usaram e abusaram do princípio escandaloso proposto pelo próprio Lutero: mentir a vontade, sem remorso, dizer boas e grossas mentiras! De antemão se sabia que o filme seria tendencioso, pois fora patrocinado por um fundo luterano milionário – Thrivent – bem como pela Federação Luterana. Mas o resultado ultrapassou em muito as piores perspectivas:

Do soberbo Lutero fizeram um religioso humilde, quando aquele na verdade dizia: "Cristo cometeu adultério pela primeira vez com a mulher da fonte [do poço de Jacó] de que nos fala São João. Não se murmurava em torno dele: Que fez, então, com ela? Depois, com Madalena, depois, com a mulher adúltera, que ele absolveu tão levianamente. Assim, Cristo, tão piedoso, também teve que fornicar, antes de morrer". (Lutero, Tischredden, Conversas à Mesa, N* 1472, edição de Weimar, Vol. II, p. 107, apud Franz Funck Brentano, Martim Lutero, Ed Vecchi Rio de Janeiro 1956, p. 15).

Do infiel Lutero, fizeram um homem leal, quando aquele dizia: "Eu tive até três esposas ao mesmo tempo." (Lutero). Dois meses após ter dito isto, Lutero se casa com uma quarta mulher, uma freira. (Guy Le Rumeur, La révolte des hommes et l'heure de Marie 1981, apud Lex Orandi: La Nouvelle Messe et la Foi - Daniel Raffard de Brienne 1983).

Do assassino Lutero, fizeram um santo, quando aquele dizia: "Eu, Dr. Martim Lutero, durante a rebelião matei todos os camponeses, porque fui eu quem ordenou que eles fossem mortos. Todo o sangue deles está sobre minha cabeça. Mas eu o ponho todo sobre Deus Nosso Senhor; pois foi ele quem assim me mandou falar!" ("Tischredden", Ed. Erlangen, Vol. 59, p. 284)

Jesus edificou Sua única Igreja sobre Pedro apóstolo (Mateus 16,18), nos ensinou que o Diabo é o pai da mentira (João 8,44), e príncipe deste mundo (João 12,31; 14,30; 16,11). Também nos ensinou que Ele, Jesus, é a verdade o caminho e a vida (Jo 14, 6), que sua Igreja é a coluna e fundamento da verdade (1 Timóteo 3,15) e que seu reino não é desse mundo (Jo 18, 36).

Não sendo o reino de Jesus deste mundo e Sua Igreja nesse mundo, a coluna e fundamento da verdade que conduz a Seu Santo reino, é natural que o Diabo, príncipe deste mundo, atue por meio da mentira contra a Igreja, usando os mais inesperados meios para que as almas a odeiem e neste mundo permaneçam para sempre.

Isto se confirma pelo que você acabou de ler. Observe que são exatamente essas mentiras e sabotagens históricas que moldam o DNA do protestantismo, que passa muito longe de ter sido uma revelação divina.
Deus tenha piedade!
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Fonte: http://fimdafarsa.blogspot.com.br/2011/06/cronologia-universal-das-mentiras-e.html.
Não revisado pelo blog.

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