Jacques Heers, prof. da Sorbonne: lenda
revolucionária denigra Idade Média
“Na visão da Idade Média divulgada pelos historiadores e escritores de dois séculos para cá, medieval, feudal, senhorial constituem, ainda mesmo em nossos dias, insultos ou injúrias, como resultado de uma legenda urdida a partir do século XVIII e sabiamente orquestrada pelos revolucionários franceses de 1789, pelos bonzos da História e, sobretudo pelos mestres do ensino público”.
Jacques
Heers, diretor do Departamento de Estudos Medievais da Universidade de
Paris-Sorbonne IV, “Le Moyen Age, une Imposture - Vérités et Légendes” ,
Perrin, Paris, 1993.
Prof. Roberto de Mattei: a “lenda negra” sobre a
Idade Média ruiu definitivamente
“A ‘lenda negra’ sobre a Idade Média, que a historiografia marxista relançara, ruiu definitivamente e nenhum historiador sério aceitaria hoje considerar a Idade Média como um parênteses de barbárie negra.
“A
expressão Idade Média perdeu qualquer caracterização semântica de sinal
negativo, para indicar simplesmente a época histórica em que toda a sociedade,
nas suas instituições, leis e costumes, se deixou plasmar pela Igreja Católica.
“Por
isso, Bento XV define a Europa medieval como uma Civilização homogénea,
dirigida pela Igreja, e Pio XII afirma que ‘é justo reconhecer à Idade Média e
à sua mentalidade uma nota de autêntica catolicidade: a certeza indiscutível de
que a religião e a vida formam, na unidade, um todo indissolúvel’”.
“O
Cruzado do Século XX”, editora Civilização, 1996, cap. IV, nº2.
Prof. Rodney Stark: o mito da “Idade Média ‒ Era
das Trevas” não resiste mais à crítica
“A idéia de que a Europa caiu na Era das Trevas é um boato espalhado por intelectuais anti-religiosos, amarguradamente anti-católicos do século XVIII que estavam decididos a afirmar a superioridade cultural do seu próprio tempo, e que engrossavam sua pretensão denegrindo os séculos passados como — nas palavras de Voltaire — uma época em que a "barbárie, a superstição e a ignorância cobriram a face do mundo."
“Afirmações
como essas foram repetidas tão freqüentemente e tão unanimemente que, até muito
recentemente, dicionários e enciclopédias aceitaram a "Era das
Trevas" como um fato histórico.
“Alguns
escritores até pareciam sugerir que o povo vivendo, digamos, no século IX,
descrevia seu próprio tempo como sendo de atraso e superstição.
“Afortunadamente,
nos últimos anos estes pontos de vista ficaram tão completamente desacreditados
que até alguns dicionários e enciclopédias começaram a se referir à noção de
"Era das Trevas" como sendo um mito.”
(Fonte:
Rodney Stark, “A Vitória da Razão”, Random House, New York, 2005).
De Mattei: espírito anti-católico forjou a falsa
“lenda negra” sobre a Idade Média
A origem da expressão Idade Média e do respectivo conceito liga-se a uma visão historiográfica que pretendia caracterizar todo um milénio de História ocidental como uma longa "noite", tenebroso parênteses entre a "luz" do mundo pagão e o "renascimento" da idade moderna; tal concepção, já presente em Petrarca e no humanismo italiano, seria adpotada pelos iluministas no século XVIII.
Desta
forma, como observa Eugénio Garin, "O contraste entre idade escura e
renascimento iluminante alimentaria uma polémica de quase quatro centúrias, do
século XIV ao XVIII, ligando de forma ideal o Humanismo ao Iluminismo".
Toda a
sociedade medieval se conformava harmonicamente com a ordem natural
estabelecida pelo próprio Deus ao criar o universo e com a ordem sobrenatural
inaugurada com a Redenção e inspirada pela Igreja. Esta foi a grande
civilização que emergiu lenta mas vigorosamente do caos da era bárbara, sob o
influxo das energias naturais e sobrenaturais dos povos baptizados e ordenados
a Cristo.
“A
conversão dos povos ocidentais –escreveu Plínio Corrêa de Oliveira– não foi um
fenómeno de superfície. O germen da vida sobrenatural penetrou no proprio âmago
da sua alma, e foi paulatinamente configurando à semelhança de Nosso Senhor
Jesus Cristo o espírito outrora rude, lascivo e supersticioso das tribos
bárbaras. A sociedade sobrenatural –a Igreja– estendeu assim sobre toda a
Europa a sua contextura hierárquica, e desde as brumas da Escócia até às
encostas do Vesúvio foram florindo as dioceses, os mosteiros, as igrejas
catedrais, conventuais ou paroquiais, e, em torno delas, os rebanhos de Cristo.
(...) Nasceram por essas energias humanas vitalizadas pela graça, os reinos e
as estirpes fidalgas, os costumes corteses e as leis justas, as corporações e a
cavalaria, a escolástica e as universidades, o estilo gótico e o canto dos
menestreis”.
“O
Cruzado do Século XX”, editora Civilização, 1996, cap. IV, nº2.
FONTE: blog Glória da Idade Média.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Infelizmente, devido ao alto grau de estupidez, hostilidade e de ignorância de tantos "comentaristas" (e nossa falta de tempo para refutar tantas imbecilidades), os comentários estão temporariamente suspensos.
Contribuições positivas com boas informações via formulário serão benvindas!
Regras para postagem de comentários:
-
1) Comentários com conteúdo e linguagem ofensivos não serão postados.
-
2) Polêmicas desnecessárias, soberba desmedida e extremos de ignorância serão solenemente ignorados.
-
3) Ataque a mensagem, não o mensageiro - utilize argumentos lógicos (observe o item 1 acima).
-
4) Aguarde a moderação quando houver (pode demorar dias ou semanas). Não espere uma resposta imediata.
-
5) Seu comentário pode ser apagado discricionariamente a qualquer momento.
-
6) Lembre-se da Caridade ao postar comentários.
-
7) Grato por sua visita!
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.